José Matos Fernandes, ministro do Ambiente, inaugurou hoje a primeira fase da empreitada do passadiço, com cerca de cinco quilómetros, entre a Praia do Garrão e o Ludo.

Em pleno Parque Natural da Ria Formosa, a Praia do Garrão e a zona do Ludo, na Quinta do Lago, encontram-se agora unidas por um passadiço de madeira e alguns caminhos preenchidos com saibro, ao longo de pouco mais de cinco quilómetros. O objetivo do município de Loulé é ligar a Marina de Vilamoura, Quarteira e o perímetro externo do Aeroporto de Faro, protegendo a biodiversidade da Ria Formosa.

O projeto Passadiços Loulé Litoral, desenvolvido pela Câmara Municipal de Loulé, com execução acometida à Polis Litoral Ria Formosa, foi inaugurado na manhã de hoje, sexta-feira, dia 7 de maio, por João Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática.



«É um gosto muito grande estar aqui e ter a honra de inaugurar esta obra muito significativa. É uma enorme satisfação estar aqui», disse o governante, até porque se trata de «uma obra da maior importância para poder fruir estes espaços e dar a conhecer valores naturais tão únicos. Cada vez mais, as autarquias, embora tenha de destacar a de Loulé, reconhecem a relevância e o quão podem ser diferentes os seus territórios por terem espaços tão magníficos como o Parque da Ria Formosa», sublinhou.

A primeira fase da empreitada, desenvolvida pela Câmara Municipal de Loulé, com um valor base de 3,5 milhões euros, permitiu ainda criar um parque de estacionamento na Praia do Ancão, com 427 lugares convencionais, 16 destinados a pessoas com mobilidade reduzida e quatro áreas para motociclos.



João Pedro Matos Fernandes e Vítor Aleixo.

Em relação a esse mesmo investimento, João Matos Fernandes afirmou tratar-se de «uma parcela significativa do ainda mais expressivo investimento que está a ser feito no litoral, por este governo, que é de 120 milhões de euros».

O projeto contou com a validação de um conjunto de entidades como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve; Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que garantem o cumprimento da legislação ambiental vigente.

Sobre a cogestão desta zona sensível, o ministro teceu também alguns comentários. «Para aqueles que às vezes, com os quais não concordo, têm temor desta partilha de responsabilidades de gestão destes territórios entre o Estado Central, ICNF e as autarquias, só posso dar este exemplo. Estes projetos são mesmo da maior importância para cimentar o conhecimento, mas também para cimentar esta relação de gestão do território partilhada com muito gosto entre a administração central e as autarquias».



Questionado pelos jornalistas sobre como iria conciliar o interesse público e o privado, João Matos Fernandes respondeu que «a cogestão tem como objetivo conjugar interesses públicos com interesses públicos. Sem retirar nenhuma competência ao ICNF e ao que o licenciamento diz respeito, um Parque Natural tem a função de preservar os valores naturais e promover esses mesmos valores. Das experiências que temos, há um empenhamento cada vez maior por parte do poder local, na valorização destes espaços. Por isso, é tão relevante este entendimento de vontades porque o que aprendemos foi que quando autarquias, ICNF e até associações de promoção do sector económico se sentam à volta da mesma mesa, mesmo utilizando linguagens muito diferentes, têm afinal objetivos muito parecidos. Daí, estes projetos de cogestão estarem a ser tão bem sucedidos e vão ser certamente no Algarve também».



O próximo passo, e a segunda fase da empreitada Passadiços Loulé Litoral é fazer a ligação à cidade de Quarteira, totalizando quase oito quilómetros de percurso.

Foi essa a promessa feita por Vítor Aleixo a João Matos Fernandes. «Quero assumir o compromisso de que iremos continuar este passadiço até Quarteira porque o nosso objetivo é poder vir a pé ou de bicicleta da Marina de Vilamoura até ao perímetro externo do Aeroporto de Faro. Esse é o nosso sonho e vamos certamente concretizá-lo», assegurou o autarca.

Já em relação à obra inaugurada, o edil louletano referiu que tem uma enorme relevância em diversos sentidos.



«Trata-se de uma obra de génese mista e de conceção múltipla, com um resultado final extraordinário. Em breve transitará para o município de Loulé e vamos tratá-la com carinho, porque temos aqui uma mais-valia para a nossa atividade turística de primeiríssima importância. Portanto, representa em si todo um programa. Basta olhar. É o convívio entre as pessoas, é a fruição da natureza, é a prática desportiva, tudo valores que estão incorporados neste equipamento tão importante».



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