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domingo, 9 de maio de 2021

Nomes da Vitória: Vladimir Tarnovsky - o menino soldado filho do regimento



Vladimir Tarnovsky nasceu em Slavyansk, no distrito de Stalin, em 1930, na Ucrânia Soviética. Ele vivia numa casa modesta com a sua mãe e o seu padrasto, ambos operários de uma fábrica química da região.
Quando os fascistas iniciaram a invasão da URSS em 1941, o seu padrasto foi imediatamente convocado para a frente de guerra onde morreu.
Com o avanço implacável das forças nazis o seu vilarejo foi capturado e a sua mãe, uma comunista convicta, membro do Partido Comunista, foi fuzilada pelos invasores.
Tarnovsky tinha apenas 11 anos, mas conseguiu esconder-se com a sua tia e primos.
Dois anos depois de perder os pais, em 1943 a sua cidade foi libertada pelo Exército Vermelho. Porém, logo depois disso, os soviéticos tiveram novamente recuar e Tarnovsky resolveu fugir também.
Ele não tinha boas relações com os seus parentes e acabou ficando abandonado durante a evacuação sendo recebido por um oficial do Exército Vermelho que ficou com com ele.
Tarnovsky acabou mudando-se para o 370º Regimento de Infantaria da 230º Divisão de Rifles.
Ofereceu-se várias vezes para lutar, já que queria vingar a morte de seus pais, mas foi impedido pelos oficiais, pois era jovem demais
para combater.
De modo muito corajoso, o menino ficou conhecido por ser intrépido e atravessava a linha de frente para entregar ordens e comandos em todos os lados do campo sem temer as granadas e tiros.
Chegou a atravessar a nado rios quase congelados para transportar mantimentos para os seus irmãos de armas.
Um dia, porém, marcou sua vida.
Em 1944, durante as operações no rio Dnieper, o
comandante do seu batalhão foi ferido em combate, caindo no campo de batalha com um tiro dado pelos inimigos.
Arriscando sua própria vida, Tarnovsky foi correndo na direção de seu camarada e salvou-lhe a vida . Por esse acto recebeu a Ordem da Glória de 3º Grau, uma altíssima honraria militar da URSS.
Ele tinha apenas 13 anos!
Um outro episódio também lhe rendeu fama.
Durante a libertação de seu país, Tarnovsky acabou fazendo prisioneiro um soldado nazi de prisioneiro. Tarnovsky bravamente conduziu o soldado para o seu superior, empunhando o seu fuzil engatilhado. A imagem do soldado nazi de grande porte sendo prisioneiro de um rapazinho gerou risos entre os soviéticos, mas isso rendeu a Tarnovsky a medalha "Por Coragem".
Em 1945, ele já havia andado com seu regimento por toda a Europa Oriental, libertando vários países e ganhado medalhas, como a Ordem da Estrela Vermelha. Tomou parte da épica Batalha de Berlim e estava próximo do Reichstag nazi quando do hasteamento da Bandeira da Vitória.
Nessa altura ele tinha 15 anos.
Tarnovsky entrou no prédio junto de seu pai adoptivo logo após os combates e escreveu o seu nome numa das colunas do edifício.
Ele aparece, inclusive, em várias fotos tiradas em Berlim nos primeiros dias de Maio de 1945, impressionando pelo seu tamanho realmente pequeno, mas história, coragem e honrarias militares gigantescas.
Após a guerra, ele foi recusado na academia militar pela baixa estatura, mas conseguiu formar-se como engenheiro naval e foi trabalhar num estaleiro de Riga, na Letónia.
Foi um excelente profissional e acabou sendo diretor do estaleiro, ganhando também outra condecoração por isso, a Ordem do Distintivo de Honra, também um dos maiores prémios estatais da época.
Além disso tornou-se vice-presidente da Associação Letã de Combatentes da Coligação Anti-Hitler e também membro da Associação de Amizade Alemanha-URSS, cooperando para as relações culturais entre a Alemanha Oriental e a URSS nas décadas de 1970 e 1980.
Morreu na Letónia em 2013 com 83 anos.
É lastimável pensar que a Humanidade cria situações que levam crianças a estarem na guerra. Infelizmente, há registos de casos de pessoas ainda mais jovens, como Seryozha Aleshkov, que lutou com 6 anos. Mesmo assim, provas de que mesmo nos piores momentos as pessoas podem lutar pelo que é justo e podem vencer.









 

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