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segunda-feira, 10 de maio de 2021

10 de Maio de 1906: Nasce o Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes.

 estoriasdahistoria12.blogspot.com 


 D. António Ferreira Gomes nasceu em 1906, no dia 10 de maio em Penafiel, e faleceu em 1989. 

Concluiu os seus estudos eclesiásticos na Universidade Gregoriana, onde se formou em Filosofia, em 1928. Ordenado sacerdote nesse mesmo ano, foi professor, prefeito, vice-reitor e reitor do Seminário de Vilar, na cidade do Porto. Foi nomeado coadjutor de Portalegre em 1948, passando a titular da diocese em 1949. Tornou-se bispo do Porto em 1952. 

No exercício do magistério episcopal e em defesa da doutrina social da Igreja Católica, em 1958 (coincidindo, portanto, com a campanha presidencial de Humberto Delgado), dirigiu uma carta ao então chefe do Governo, António de Oliveira Salazar, crítica da situação política, social e religiosa da nação. Consequentemente, foi forçado ao exílio a 24 de julho de 1959. Residiu em Espanha, na República Federal da Alemanha e em França, sendo mais tarde nomeado membro da Comissão Pontifícia de Estudos Ecuménicos para a preparação do Concílio Vaticano II pelo Papa João XXIII.

Após a morte de Salazar, regressou a Portugal, em 1969, e retomou o governo da sua diocese. Sendo o fundador do semanário Voz Portucalense e do boletimIgreja Portucalense, foi também responsável pela criação, nos anos 70, da Secção Diocesana da Comissão Pontifícia "Justiça e Paz". Apresentou o pedido de resignação da diocese em 1981, cessando funções no ano seguinte. 

Publicou uma vasta obra de reflexão e ensaio. Foi alvo de várias homenagens e galardoado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1976, e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, em 1983.

wikipedia (imagens)

D. António Ferreira Gomes




Na cidade do Porto há muito granito

Entre névoas sombras e cintilações

A cidade parece firme e inexpugnável 

E sólida – mas habitada

Por súbitos clarões de profecia

Junto ao rio em cujo verde se espelham as visões

Assim quando eu entrava no Paço do Bispo

E passava a mão sobre a pedra rugosa

O paço me parecia fortaleza 

Porém a fortaleza não era

Os grossos muros de pedra caiada

Nem os limites de pedra nem a escada

De largos degraus rugosos de granito

Nem o peso frio que das coisas inertes emanava

Fortaleza era o homem – o Bispo – 

Alto e direito firme como torre

Ao fundo da grande sala clara: fortaleza

De sabedoria e sapiência

De compaixão e justiça

De inteligência a tudo atenta

E na face austera por vezes ao de leve o sorriso

Inconsútil da antiga infância.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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