Na era da moda passageira, quando a obsolescência programada, os materiais baratos e a fabricação de má qualidade se tornaram a norma, é surpreendente encontrar uma bota feminina de muito estilo que realmente foi feita para durar ... 2300 anos. Logicamente ajuda que ela tenha repousado em um cemitério do povo cita nas montanhas Altai, na Sibéria, onde a bota foi descoberta junto com uma série de itens essenciais das crenças do povo nómada equestre sobre a vida após a morte: joias, comida, armas e roupas. Esses artefactos (e seus proprietários mumificados) foram bem preservados graças ao solo congelado e à atenção meticulosa que os citas tinham com seus mortos. |
Como os curadores do Museu Britânico escreveram antes da exposição "Scythians: Warriors of Ancient Siberia" de 2017: os nômades não costumam deixar muitos rastros, mas quando os citas enterravam seus mortos, eles tomavam o cuidado de equipar o cadáver com o essencial que pensavam que seria necessário para as perpétuas viagens após a morte.
Eles geralmente cavavam um buraco fundo e construíam uma estrutura de madeira no fundo. Para pessoas importantes, elas se assemelhavam a cabanas de toras revestidas e com piso de feltro escuro.
Os telhados eram cobertos por camadas de lariço, casca de bétula e musgo.
Dentro da câmara da tumba, o corpo era colocado em um caixão de tronco de madeira, acompanhado por alguns de seus pertences valiosos e outros objetos.
Fora da câmara, mas ainda dentro do poço da sepultura, eles colocavam os cavalos abatidos, voltados para o leste.
Ilustração em aquarela do século XVIII de um cemitério cita.
A bota de couro vermelha embrulhada em tecido, agora parte da coleção do Museu Estadual Hermitage, é impressionantemente decorada em estanho, cristais de pirita, folha de ouro e contas de vidro presas com tendões. Formas fantásticas decoram as costuras. Mas a queda do queixo chega quando a gente olha a notável condição de sua sola.
Alguns sites especularam bastante a condição desta camada inferior. Há quem diga que talvez a bota pertencesse a uma mulher de alto escalão que não teria caminhado muito. Ou que os citas passavam tanto tempo em cima de um cavalo que o couro do sapato era poupado. Ou ainda talvez fosse uma roupa funerária de alta qualidade, reservada para uso exclusivamente post-mortem.
A explicação dos curadores do Museu Britânico, no entanto, é que os citas tinham o costume de se sentar no chão ao redor de uma fogueira comum, submetendo suas solas ao escrutínio de seus vizinhos.
De forma, então, que era comum tentar preservar as solas.
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