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sábado, 29 de agosto de 2020

Uma provocação rasca



Se há quase quatro anos defendi que António Sampaio da Nóvoa se ajustaria mais competentemente à função de Presidente da República a demonstração ficou feita na lamentável cena passada na Feira do Livro do Porto em que Marcelo se deixou interpelar por aquilo que não pode ser designado por cidadã, porque para merecer este qualificativo há o requisito básico de não se ser rasca. Ao adotar um comportamento de excessiva proximidade com o povo, prestando-se ao exercício dos abraços e das selfies, Marcelo perdeu a imprescindível gravitas de que careceu naquele momento em que só lhe restava uma alternativa: escusar-se a dialogar com a sujeita, informando-a não estar a comportar-se para com quem tem o mais alto cargo da Nação com o respeito que lhe deve ser atribuído.
A cena veio esclarecer-nos quanto à forma como, doravante, a extrema-direita irá criar momentos de agitação e propaganda, multiplicando estes incidentes reles, que podem galvanizar o apoio da parte da população, que constitui o povoléu e se julga no direito de infringir todas as regras cívicas até agora estabelecidas. O Aldrabão, que cavalga na onda daqueles que Hillary Clinton designou muito justamente como deploráveis e levaram Trump à Casa Branca com os resultados conhecidos, procurará ser o challenger de Marcelo nas próximas presidenciais, ultrapassando os votos previsíveis depositados nas candidaturas do Bloco e do PCP, necessitando destas provocações como forma de o menorizar, de o levar porventura a uma segunda volta.
Daí que as esquerdas têm de se mostrar particularmente lúcidas nesta altura. A haver segunda volta nunca poderá passar pela repetição das que as suas réplicas francesas se viram obrigadas, quando tiveram de votar em Chirac para que vencesse ao pai Le Pen ou em Macron para que se repetisse o impedimento com a filha de tal fascista. E as televisões deveriam assumir um código de conduta, que passasse por não publicitar aquilo que merece ser remetido para a importância dos fait divers. Não dessem inaceitável importância ao episódio e não justificariam que sobre ele estivéssemos aqui a perorar.

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