Pedro Henriques, médico de família de 35 anos, trocou Portugal por França e por várias razões. Ao Expresso, num artigo publicado na edição deste sábado, falou em “pressão considerável da hierarquia” e “retorno profissional e financeiro muito baixo”
Tinha mais de 30 doentes num dia e nem podia parar para comer ou ir à casa de banho”. O relato é de Pedro Henriques, médico de 35 anos que está a trabalhar no estrangeiro, à semelhança de centenas de outros, conforme noticiou o Expresso na edição deste sábado.
Trocou Portugal por França, em 2017, e por várias razões, como a existência de uma “pressão considerável da hierarquia e um retorno profissional e financeiro muito baixo: 1300 euros líquidos para os recém-especialistas. “Tinha mais de 30 doentes num dia e nem podia parar para comer ou ir à casa de banho. Agora deixei de ser obrigado a controlar a hora de entrada e de saída e até trabalho mais, 50 horas por semana, mas com recompensa, como 39 dias de férias.” O médico de família reconhece que “será muito complicado voltar a um sistema opressor e menos compensador”, mas sair não terá sido menos complicado.
Pedro Henriques deu 30 dias à Administração Regional de Saúde do Centro antes de ir embora mas foram-lhe impostos dois meses de dias úteis, sem pagamento de honorários. Dois anos depois, o caso continua em tribunal. “A partir do momento em que rescindi, fiquei impedido de voltar a exercer no SNS durante dois anos. É intolerável. Não há praticamente atrativo para ficar e menos ainda para voltar.”
expresso.pt
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