terça-feira, 29 de junho de 2021

Joe Berardo detido por burla à CGD

 


Uma operação policial relacionada com suspeitas de burla, fraude fiscal e administração danosa nos créditos da Caixa levou à detenção do empresário e do advogado André Luiz Gomes.Facebook

Segundo a notícia avançada pela TVI(link is external) e o Correio da Manhã(link is external), Joe Berardo foi detido esta terça-feira no âmbito de uma operação da Polícia Judiciária a decorrer em Lisboa, Funchal e Sesimbra. O seu advogado, André Luiz Gomes, foi igualmente detido.

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento. Segundo a Polícia Judiciária(link is external), participam na operação 180 profissionais, entre eles 138 da PJ e 26 da Autoridade Tributária. E foram efetuadas ao todo 51 buscas: 22 buscas domiciliárias, 25 buscas não domiciliárias, 3 buscas em instituição bancária e 1 busca em escritório de advogado.


 





O empresário foi um dos grandes devedores que passaram pela Comissão de Inquérito aos créditos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos. 

Nessa altura, a deputada bloquista Mariana Mortágua descreveu a forma como Berardo blindou as obras de arte da sua coleção, dadas como garantia dos seus empréstimos à Caixa e outros bancos, para que estes nunca fossem capazes de as executar.Como Mariana Mortágua denunciou a “golpada” de Berardo


"Berardo só aceitou dar a coleção em garantia porque já tinha preparado manigâncias jurídicas para complicar o processo”, afirmou a deputada, referindo-se ao aumento de capital da Associação Coleção Berardo com o objetivo de diluir as posições dos bancos credores e à utilização de um testa-de-ferro para contestar a alteração aos estatutos da Associação, criando um imbróglio jurídico para atrasar ainda mais o processo.




Uma das dívidas de Berardo à CGD foi contraída para comprar ações do BCP e o banco público aceitou emprestar 300 milhões e obter como garantia essas mesmas ações, cujo preço caiu depois a pique. 

Mais tarde, o Estado assinou um protocolo com a Fundação Berardo para manter e expor a sua coleção de quadros no Centro Cultural de Belém, valorizando-a dessa forma. A renovação do protocolo, em 2016, levantou polémica por o Estado aceitar perder a opção de compra da coleção a um preço fixo determinado dez anos antes.


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