sábado, 20 de fevereiro de 2021

História da Rússia até à União Soviética

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russos de Kiev
Rus de Kiev no século XI

território russo na sua máxima extensão

extensão da Horda de Ouro

Catarina II

Catarina I
Ivan, o Terrível
Pedro, o Grande

soldados russos na I Guerra Mundial

cossacos dos Urais

Domingo Sangrento

Muitos povos de diversas etnias migraram para a planície central europeia. Porém os eslavos, que chegaram posteriormente, tornaram-se dominantes. Muito antes da organização da Rússia de Kiev, povos indo-arianos viveram na área que hoje é a Ucrânia. O mais conhecido destes grupos era o dos nómadas Citas, que ocuparam a região do século VI a.C. até ao século II d.C. e cujas habilidade nas guerras e na cavalaria eram notáveis. Entre o século I d.C. e o século IX, godos e nómadas hunos, avaros e magiares atravessaram a região nas suas migrações. 

Mais importante neste período foi a expansão dos eslavos, que foram agricultores, criadores de abelhas, e também caçadores, pescadores e pastores. Por volta do século VI, os eslavos eram o grupo étnico predominante na planície do leste europeu. Por volta do século IX, guerreiros e comerciantes da Escandinávia, chamados "varegues" (väringar), (mais habitualmente conhecidos como viquingues), já tinham penetrado nas terras eslavas do leste. Combatiam o povo local, conhecido por eles como rus, e utilizavam os vencidos como escravos, ou slav. Acredita-se que os termos "russo" e "eslavo" tenham sido cunhados ou adaptados pelos escandinavos.

O primeiro estado eslavo na região foi a Rússia de Kiev. Antigas sagas islandesas e runas chamam o território russo de "Gardariki" (Terra das cidades), posteriormente conhecidas pelos nomes de "Pequena Rússia" (Ucrânia) e Grande Rússia. De acordo com estas sagas, o país estava dividido em três partes principais: Holmogordo (Novogárdia Magna), Conugordo (Kiev) e Palteskja (Polácia). A região de Kiev era considerada a melhor terra de todo o país. O território fora destas três porções era visto pelos noruegueses como a terra dos tártaros. Exportações de escravos, peles, mel e cera contribuíram para o crescimento de Kiev e da Novogárdia. 

As duas cidades rivalizavam com outras cidades europeias em tamanho, riqueza e belezas arquitetónicas. Em 988 a região adotou o cristianismo, com a oficialização do batismo de habitantes de Kiev por São Vladimir e, alguns anos depois, foi introduzido o primeiro código de leis, chamado de "Russkaya Pravda". 

Quando comparada com as outras línguas da Europa cristã, nota-se que a língua russa foi pouco influenciada pelo grego e pelo latim dos primeiros escritos cristãos. Isto foi graças ao facto de que o idioma eslavo (hoje chamado de Eslavo Litúrgico) foi diretamente usado na liturgia desde então.

Foi durante o período que decorreu entre o século IX e o século XIII que a Rússia recebeu as maiores influências externas: dos vikings vindos do Norte, do cristianismo chegado de Bizâncio, a sul, e do Leste através dos tártaros mongóis, pelos quais foi derrotada. 

Com a chegada dos vikings no século IX o território povoado por populações de origem eslava sofreu uma grande transformação devido ao aproveitamento dos rios como forma de comunicação, estabelecendo rotas ao longo do país. Os vikings avançavam no seu propósito invasor e passaram a controlar o Sul, tendo como principais núcleos as cidades de Novgorod, Smolensk e Kiev. Foi esta última que registou um maior desenvolvimento, chegando a ser a capital do novo Estado, destacando-se a sua grande ligação a Bizâncio através de laços comerciais que provocariam uma inevitável adoção do cristianismo.  

Criaram-se assim condições para o desenvolvimento do comércio entre a Europa do Norte e o Báltico e entre o Sul da Europa e o Mar Negro. Os rios facilitaram o contacto da Rússia com os países árabes e com Bizâncio, uma vez que estes cursos de água atravessavam o país. As cidades foram surgindo ao longo destas vias e uma das mais importantes foi Novogárdia que congregava imensa população originária da Escandinávia - os guerreiros escandinavos são também designados de varegues (ou varegos) e rus (daí Rússia) e durante a sua campanha de invasão e fixação rapidamente atingiram o mar Negro e Constantinopla, suplantando a população eslava em termos económicos e dominando-a. 

A sua prosperidade comercial nascida de alianças e de submissões pela força provocou o aparecimento de cidades. É bem possível que os senhores russos tenham descendido deste povo de guerreiros. Kiev, cidade detentora de uma posição estratégica na rota comercial dos varegues em direção a Bizâncio, cai em poder dos riuríquidas, que também submetem Novgorod. No início do século X o príncipe Oleg da linhagem riurik conquistou Novgorod e estabeleceu-se em Kiev, promovendo alianças com Bizâncio, reafirmadas, posteriormente, pelo seu sucessor Igor em 944. 

Ocuparam as cidades vizinhas constituindo a primeira unidade russa. Kiev tornava-se assim no primeiro Estado russo unificado mas esteve continuamente envolto em lutas, nas quais os russos tentaram dominar o território de estepes - embora tenham sido derrotados em favor dos nómadas vindos do Ocidente. Religiosamente obedecia ao patriarcado de Constantinopla, o que atesta bem a importância que esta cidade teve no novo Estado russo. Note-se, aliás, que Bizâncio desempenhou um papel de primeiro plano na política dos príncipes russos pois, não tendo conseguido conquistar Constantinopla pela força, a política de alianças e de tratados surtiu o efeito económico desejado.

Na altura das invasões vikings eram os khazares que dominavam as estepes, mas o príncipe Sviatoslav, filho de Igor, reinando de 962 a 972, expandiu o domínio russo, derrotou os khazares, atacou a Bulgária, desejando submeter territórios pertencentes ao Império Bizantino no Baixo Danúbio. Vê-se obrigado a assinar um tratado de paz em 971. A contrapartida desta ação consistiu na abertura da estepe do Sul à ocupação pelos pechenegas, turco-mongóis, às mãos dos quais Sviatoslav viria a morrer em 972. Estes foram depois derrotados pelos guerreiros polovtsy, que acabaram por arrasar Kiev em 1093. Em 978, Vladimir, filho de Sviatoslav, apoderou-se de Novgorod e de Kiev e estabeleceu uma aliança com o imperador Basílio II de Bizâncio tendo como consequência o ato formal de conversão do príncipe russo ao Cristianismo em 989 ao casar com Ana, irmã do imperador bizantino. 

Apesar do grande poder alcançado por Kiev no século X, seria sob o governo de Iaroslav (1019 a 1054) que o Estado alcançaria o seu apogeu, patente nas realizações artísticas do período. Tornava-se metrópole de toda a Rússia e relacionava-se, através de tratados e alianças, com as maiores cidades europeias. 

Depois de 1054, o Estado de Kiev foi desmembrado em principados independentes, divisão esta que alimentaria conflitos entre os vários principados. Os do Norte e do Centro, poupados às devastações dos polovtsy, foram os que mais se desenvolveram. O seu principal objetivo era tornarem-se independentes da soberania de Kiev. Novgorod e, posteriormente, Moscovo eram os principais centros desses principados situados na floresta. 

Foi a invasão mongol na Rússia que alterou o curso dos acontecimentos, com as inevitáveis consequências económicas, políticas e sociais. Os mongóis derrotaram a força aliada de russos e guerreiros Polovtsy em 1223 numa primeira incursão. Mas seria só em 1237 que revelariam todo o seu poder no ataque às regiões do Médio e Alto Volga. Derrotaram os búlgaros e Novgorod foi poupada, graças ao perigo que o degelo constituía para o avanço das tropas. Em 1239 atacaram a Rússia do Sudoeste e Kiev foi saqueada em 1240. O apogeu da cidade de Kiev durante os séculos XI e XII ficou marcado, sobretudo, pela ação dos clérigos e dos artistas bizantinos que para ali levaram a sua cultura, patente na produção de livros e em testemunhos arquitetónicos.

A Bulgária do Volga foi um estado histórico que existiu entre os séculos VII e XIII ao redor da confluência dos rios Volga e Kama no local hoje abrangido pela Rússia. Atualmente, são consideradas descendentes da Bulgária do Volga em termos territoriais e étnicos as Repúblicas do Tartaristão e Chuváchia. Pensa-se que o território da Bulgária Volgaica foi originalmente colonizado por povos fino-úgricos. 

Os búlgaros chegaram à área aproximadamente em 660, comandados pelo clã Cotrago, filho de Cubrato. 

Algumas tribos búlgaras, no entanto, continuaram a avançar na direção oeste e após muitas aventuras estabeleceram-se ao longo do rio Danúbio, no que é hoje conhecido como Bulgária, aonde foram assimilados pelos eslavos, adotando um idioma eslavo do sul e a fé cristã ortodoxa oriental. O líder da Bulgária do Volga era chamado de iltäbär (algumas vezes elteber). Após a islamização o seu título passa a ser xeque. Comandando o rio Volga, o reino controlou grande parte do comércio entre a Europa e Ásia antes das Cruzadas, que fez com que outras rotas comerciais concorrentes surgissem. 

A capital, Bulgar (Bolgar), era uma cidade, rivalizando em tamanho e riqueza com os grandes centros do Mundo Islâmico. Os principados russos do oeste eram centrados nos rios da bacia do Mar Negro. Na virada do século XII para o XIII os governantes de Vladimir (notavelmente André o Piedoso e Usevolodo III), querendo defender suas fronteiras orientais, pilharam sistematicamente cidades búlgaras. Sob pressão eslava vinda do ocidente, os búlgaros tiveram de mudar a sua capital de Bolgar para Bilär. 

Em 1223, um destacamento avançado do exército de Genghis Khan, após passar pelo Cáucaso e sul da Rússia, aonde derrotou vários exércitos locais, avançou para o território da Bulgária do Volga, porém tal ataque foi repelido. 13 anos depois, os mongóis, sob a liderança de Batu Khan e o general Subedei, voltaram e anexaram a região do rio Volga a seus domínios, pondo fim ao estado búlgaro volgaico. Como resultado a área da Bulgária do Volga tornou-se parte integrante da Horda de Ouro. 

Foi dividida em vários principados, alguns deles recebendo certa autonomia. A Cazária foi um extinto estado não eslavo que existiu nas estepes entre o Mar Cáspio e o Mar Negro e parcialmente ao longo do Rio Volga. É hoje considerado um símbolo tradicional da Rússia, assim como a árvore conhecida em português por bétula ou vidoeiro.

A invasão mongol da Rússia foi uma invasão empreendida por um vasto exército de nómadas mongóis iniciada em 1223 contra o estado da Rússia de Kiev, a essa altura fragmentada em vários principados. Tal invasão precipitou a sua fragmentação e influenciou o desenvolvimento da História Russa, incluindo a ascensão do principado de Moscovo. 

Após as campanhas contra o Império Corásmio, em 1221, uma tropa mongol liderada pelos generais Jebe Noyon e Subedei, numa campanha de reconhecimento para futuras conquistas, passaram pelo norte do Irão e atravessaram os montes Cáucaso, derrotando exércitos georgianos, polovtsianos, cazares e cumanos. 

No final de 1222 os dois partiram juntos até o oeste, através das estepes, até o Dniestre. Os principados eslavos do Leste associaram os novos invasores com os nómadas selvagens Polovtsianos, que de vez em quando pilhavam colonos russos nas fronteiras porém agora preferiam amizade, sendo o seu líder, Cotiano, genro de Mistislau, o Audaz. No dia 31 de maio de 1223, os mongóis, com um exército de 25 mil homens, derrotaram os exércitos dos vários principados russos na grande batalha do rio Kalka (1223), a qual permaneceu até aos dias de hoje na memória do povo russo. Agora o país encontrava-se a mercê dos invasores, porém, eles retiraram-se e voltariam apenas 13 anos depois.

A vasta horda mongol de aproximadamente 150 mil arqueiros montados, comandada por Batu Khan (neto de Genghis Khan) e Subedei, cruzou o Rio Volga e invadiu a Bulgária do Volga no outono de 1236. Levou um ano para acabar com a resistência dos Búlgaros do Volga, quipchacos e Alanos. Em novembro de 1237, Batu Khan enviou os seus embaixadores para a corte de Yuri II de Vladimir exigindo sua submissão. No mês seguinte Resânia foi cercada. Após seis dias de batalha sangrenta, a capital foi totalmente aniquilada, para nunca mais ser restaurada. Alarmado pelas notícias, Jorge II enviou os seus filhos para deter os invasores, porém foram derrotados. 

Kolomna e Moscovo foram incendiadas e no dia 4 de fevereiro de 1238 Vladimir foi cercada. Três dias depois a capital de Vladimir-Suzdal foi tomada e queimada. 

A família real pereceu no incêndio, enquanto que o grão-príncipe se retirou para o norte. Cruzando o Volga, reuniu um novo exército, que foi totalmente exterminado na batalha do rio Sit em 4 de março. 

De seguida, Batu Khan dividiu o seu exército em unidades menores, as quais arrasaram catorze cidades russas: Rostóvia, Uglícia, Iaroslávia, Costroma, Kashin, Ksnyatin, Gorodets, Galícia, Pereslávia, Yuriev-Polsky, Demitrióvia, Volokolamsk, Tuéria e Torsócia. 

A mais difícil de ser capturada foi a pequena cidade de Coselsco, cujo príncipe-menino Tito e os seus habitantes resistiram aos ataques mongóis por sete semanas. 

Como a história diz, sabendo das notícias da aproximação mongol, toda a cidade de Kitezh com todos os seus habitantes submergiu num lago, que pode ser visto nos dias de hoje. As únicas grandes cidades a escaparem da destruição foram Novogárdia e Pescóvia. Os russos que migraram da região sul do país para escapar dos invasores deslocaram-se na sua maioria para o nordeste, nas regiões de floresta com solos pobres entre a área norte dos rios Volga e Oka. 

No verão de 1238, Batu Khan e Subedei devastaram a península da Crimeia e pacificaram Mordóvia. No verão de 1239 Czernicóvia e Pereaslávia foram saqueadas. Após muitos dias de cerco, a horda atacou Kiev em dezembro de 1239. Apesar da forte resistência de Daniel da Ruténia, Batu Khan tomou duas de suas principais cidades, Aliche e Volodimíria. Após anexarem a Rússia a seus domínios, os mongóis então resolveram "alcançar o último mar" e invadiram em 1241 a Polónia, a região da moderna Roménia e a Hungria. 

Os seguintes invasores vieram para ficar, construíram uma capital chamada Sarai, no baixo Volga, próximo ao Mar Cáspio. Aí estava o comandante supremo da Horda de Ouro, como era chamada a porção noroeste do Império Mongol, fixando o seu quartel-general dourado e representando a majestosidade do seu soberano, o grande cã que viveu com a Grande Horda no Vale do Orkhon do Amur. De lá subjugaram a Rússia nos três séculos seguintes. Este período é chamado de jugo tártaro ou mongol.

O Império Russo, maior império e maior estado nacional de todos os tempos em área foi fundado no século XIV, com a derrota dos tártaros na batalha do rio Ugra. 

A sua raiz foi principado de Moscovo, que liderou o processo de formação do futuro Estado russo. 

Expandiu-se até ao Oceano Pacífico entre os séculos XVII e XIX e foi derrubado pelas revoluções de 1917, a segunda das quais culminou no estabelecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. 

Geralmente o termo Império Russo é utilizado para se referir ao período de tempo da história russa que começa com a expansão iniciada por Pedro I (do Báltico ao Pacífico) até ao reinado de Nicolau II da Rússia, deposto pela Revolução Russa de 1917. 

O Estado russo foi oficialmente nomeado Império de 1721 a 1917. Durante este período, a Rússia sofreu várias transformações que na maioria das vezes foram levadas a cabo sob o signo da violência. 

Ocorreram ao longo de vários reinados pela mão dos czares dos quais se destacam: Ivan, o Terrível (1547-1584), Pedro, o Grande (1682/89-1725), e Catarina II (1762-96). Outros czares e czarinas tiveram o seu lugar no trono, mas nunca alcançaram o poder e a fama dos referidos.

É precisamente durante o reinado de Ivan IV, o Terrível, ou até um pouco antes, sob Ivan III (1462-1505) e Vassili III (1505-33), que se inicia a centralização do Estado russo. Ivan III provocou a anexação dos principados a Moscovo, arrastando inúmeros conflitos e tomando para si próprio o título de "grande príncipe de todas as Rússias". 

Com a libertação do jugo tártaro, a luta ganha contra a Lituânia, com recuperação de Smolensk por Vassili, e os vários contactos diplomáticos com Estados ocidentais e do oriente, lentamente a Rússia saía do seu isolamento. 

A evolução torna-se mais rápida com a ascensão de Ivan IV, o Terrível, ao trono com apenas três anos. Durante a infância esteve sob a tutela dos boiardos (senhores territoriais) que dominavam o Estado pela influência exercida sobre o palácio e sobre a Duma. 

Quando atingiu a idade de dezasseis anos, começou a governar e fez-se sagrar em 1547, tomando o título de czar (designação derivada do latim "césar"). 

É interessante verificar que, simultaneamente, dava continuidade à tradição monárquica moscovita e integrava características do império bizantino, o que trará resultados a longo prazo. 

A ideia que presidia era a da formação de um poder autocrático apoiado por reformas imediatas em todas as áreas da vida russa: administrativa, legislativa, eclesiástica e militar. Uma das reformas que causaram mais descontentamento e violência foi a da repartição das terras, porque afetava o poder latifundiário dos boiardos, tendo estes entrado em conflito (1560): muitas terras pertencentes aos boiardos passaram a fazer parte do domínio reservado do czar. 

Naturalmente que esta incorporação forçada de terra não foi pacífica, o que levou à expulsão ou ao extermínio dos boiardos, enquanto a restante população foi relegada à servidão por um pequeno número de nobres fiéis ao czar. Uma das ações cruciais era fazer a guerra para alimentar o seu poder através do aumento de território. 

É neste contexto que se defronta com os Otomanos, apodera-se dos vastos territórios siberianos e inicia a sua colonização nos anos 80, entra em conflito com o Estado polaco-lituano pelo controlo do Mar Báltico, mas sai derrotada da guerra da Livónia (1558-83). Apesar das reformas terem sido impostas pela violência, o reinado de Ivan é considerado como progressista por muitos estudiosos. 

A partir da morte de Ivan, o Terrível, sucedeu-se um período conturbado que levou os Romanov ao poder em 1613. A Rússia ficou na mãos de Fedor I (1584/98) filho de Ivan, mas Boris Godunov, cunhado do czar, apropria-se do poder e proclama-se czar (1598/1605). 

Este é acusado de assassinar o legítimo herdeiro Dimitri, irmão de Fedor I. Em 1604 aparece um falso Dimitri que à frente de um exército de polacos e cossacos marcha sobre Moscovo. Chega pouco depois da morte de Boris e toma o poder com o apoio dos boiardos e do povo. 

Foi morto durante uma sublevação de moscovitas em 1606. A antiga dinastia dos Riurik extinguiu-se com a morte de Fedor e os boiardos nomeiam o seu czar - Vassili Chouiski (1606/10), que, para não perder o apoio da aristocracia russa e polaca, concede-lhe amplos poderes. Rapidamente os camponeses descontentes sublevam-se. 

A Rússia estava mergulhada num mar de conflitos internos (boiardos) e externos (polacos), por isso foi necessário tomar medidas radicais com a convocação dos estados gerais russos (Zemski Sabor), por forma a excluir qualquer estrangeiro do trono (na sequência de ter sido nomeado czar Ladislau, filho do rei da Polónia), tendo ficado decidido escolher para czar Miguel Romanov. 

É com esta nomeação que tem início a dinastia dos Romanov, que permanecerá no poder até 1917. Inicia-se uma nova fase na vida da conturbada Rússia. 

Os primeiros tempos da dinastia Romanov sob o cetro de Miguel (1613-45), de Alexis (1645-76) e de Fedor III (1676-82), sem serem verdadeiramente excecionais, constituíram um excelente período de transição entre a obra de Ivan, o Terrível, e a Rússia moderna de Pedro, o Grande. Encetaram-se contactos exteriores mais ativos; ganharam-se posições face à Polónia; protegeram-se os Cossacos, defrontou-se o Império Otomano (1676); desenvolveu-se a economia, aumentando a produção agrícola e manufatureira graças à introdução de novas técnicas. Apesar deste crescente "estado de graça", a Rússia era ensombrada com as repetidas amotinações de camponeses contra as apertadas leis da servidão, a par de conflitos religiosos (era latente o atraso cultural face ao Ocidente e a Igreja via-se obrigada à reforma que teve como consequência o "Cisma dos Velhos Crentes"). 

O processo que levou Pedro, o Grande, ao trono foi complexo, pois o problema da luta pelo poder voltou a colocar-se quando Fedor III morreu. 

Foram impostos dois czares: Ivan e Pedro, respetivamente filhos do primeiro e do segundo casamento de Alexis. Entretanto, ficaria como regente a sua irmã Sofia (1682-89). Depois de um golpe de Estado contra a sua meia-irmã, Pedro, o Grande, passa a reinar sozinho. Foi durante o reinado de Pedro, o Grande (1682-89/1725), que a Rússia sofreu enormes transformações a todos os níveis, num longo processo que a conduziu à modernidade. 

A intenção de Pedro era dotar a Rússia de estruturas semelhantes às que conheceu no Ocidente quando fez a sua viagem de estudo pela Europa e através dos contactos que durante a juventude tivera com os estrangeiros residentes na Rússia (técnicos e comerciantes). 

No regresso da viagem à Europa em 1698, tendo passado pela Prússia, Holanda e Alemanha, tentou implementar hábitos europeus na sua corte. A primeira ação foi o célebre corte das barbas e cabelos compridos, velho costume ortodoxo. 

Ordenou o uso de indumentárias europeias, permitiu o consumo de tabaco que fora proibido pelos patriarcas, adotou o calendário juliano e obrigou as mulheres nobres a sair do terem (espécie de clausura). 

Mandou traduzir para russo livros científicos de autores europeus. A ocidentalização também passou pela língua - o russo era agora marcado por vocábulos de línguas estrangeiras, nomeadamente o francês. Fundou a cidade de São Petersburgo, que depois se tornou capital do reino. Foi com oficiais europeus que organizou um exército e uma armada com características europeias seguindo o modelo prussiano (mandou alistar servos que ficaram para sempre soldados, originando frequentes fugas). 

Organizou a estrutura governativa seguindo modelos ocidentais - criou um Senado à semelhança da Suécia e nove colégios, cada um encarregue de um setor da administração, substituindo a Duma dos boiardos, cujos membros eram nomeados diretamente pelo czar, recorrendo frequentemente ao recrutamento de estrangeiros para suprir os cargos. 

Os mais altos assuntos do Estado eram agora confiados a colégios que, de certo modo, equivalem aos nossos atuais ministérios. Facilitando a centralização, o império era dividido em governos e províncias controlados pelo Senado e pelos colégios. Para que o controlo fosse eficaz, foi necessária a criação de uma polícia secreta de Estado. 

A burocracia passou a fazer parte do quotidiano e surgiu uma nova nobreza de funcionários que acabou por suplantar a dos boiardos. Criou o quadro das categorias no exército, na corte e na administração (as categorias mais elevadas eram ocupadas pela nobreza hereditária). Desta forma a nobreza ligava-se intimamente à administração pública e ao exército, enquanto foram reforçadas as peias de servidão nos campos. 

A ideia de Pedro, o Grande, era de centralizar o Estado o mais possível. Este procedimento veio a ter reflexos, inclusivamente, na economia, com a criação de indústrias que viviam à custa da iniciativa privada, mas também com uma boa parte do capital público investido. 

A evolução foi notável com o considerável número de manufaturas criadas durante o seu reinado (a mão de obra escrava era muito importante e o seu aumento foi incentivado com a venda de camponeses sem terras). 

Um sistema de impostos sobre várias atividades fez aumentar os réditos necessários para a manutenção de uma enorme frota e de um exército envolvido em guerras que duravam decénios e para a construção de infraestruturas. 

No plano religioso, foi concedida liberdade de culto aos estrangeiros e aplicou à Igreja o sistema de colégios, criando o Santo Sínodo, que substituía o patriarca de Moscovo. Desta forma submetia definitivamente a Igreja. Encontrou fortes oposições à implementação das reformas, sobretudo dos mais conservadores, mas continuou a aplicá-las sem vacilar. 

Um dos grandes sonhos de Pedro era a conquista de um largo acesso ao mar. Abriu a Rússia ao Báltico e ao Mar Negro. Em 1696 tomou Azov aos Turcos, apoderou-se da províncias bálticas controladas pela Suécia em 1709 e nos anos seguintes. Conquistou a Estónia, a Livónia, penetrou na Finlândia e na Pomerânia. 

A janela sobre o Ocidente ia deste o istmo de Carélia até Riga, com a capital, São Petersburgo, a servir de entrada ao Mar Báltico. Colonizou a Sibéria e encetou relações comerciais com o Império Chinês. O resultado da tarefa de transformação da Rússia, levada a cabo com obstinação e brutalidade, foi a criação de um Estado poderoso aberto à Europa e a renovação mental, social e económica. 

No entanto, a obra foi deixada incompleta. Apesar do grande desenvolvimento, das reformas de Pedro transpareciam várias contradições e disparidades. A sua atenção recaiu exclusivamente sobre a faixa privilegiada da sociedade, a aristocracia, deixando na imobilidade uma Rússia camponesa e tradicionalista que permaneceu arreigada aos seus hábitos, ignorância e misticismo (o campo e as suas gentes eram apenas o garante da mão de obra escrava). 

Favoreceram-se funcionários estrangeiros, em detrimento dos nacionais. Algumas indústrias produziam produtos de que os Russos não necessitavam. A forma dura e implacável com que implementou as reformas deu-lhe a fama de selvagem, à qual se associou também o facto de ter feito torturar até à morte o seu filho Alexis, em 1718, depois de o ter acusado de traição, o que escandalizou a Europa. 

Depois da sua morte em 1725, iniciou-se uma época de conturbação política com as rápidas sucessões ao trono. Primeiro a sua mulher Catarina I (1725/27), continuando a mesma política ajudada por Mentchikov, à qual se seguiram Pedro II (1727/30), filho de Alexis e neto de Pedro, o Grande, (durante o período, Mentchikov é morto pelos opositores às reformas na esperança de regresso ao antigo regime); Anna Ivanovna (1730/40), sobrinha de Pedro, o Grande, que restabelece a autocracia com o apoio da nobreza e continua uma política de expansão económica e abertura ao exterior com a celebração de vários tratados; Ivan VI (1740/41) sobrinho de Anna, ainda criança; Isabel Petrovna (1741/62), filha de Pedro, o Grande, cujo reinado foi marcado por uma ampla reação aristocrática contra os estrangeiros e por um desenvolvimento económico e cultural; Pedro III, (janeiro a julho de 1762), seu sobrinho e neto de Pedro, o Grande, administrador da Prússia e hostil à Rússia; Catarina II (1762/96), mulher de Pedro III, que sobe ao poder através de um golpe de Estado militar, tendo sido suspeita de mandar assassinar o seu marido. 

A Rússia entra agora na segunda etapa de um caminho que a levará a um maior desenvolvimento e ao despotismo esclarecido. O reinado da czarina Catarina II foi marcado por grandes planos de reforma, inspirados, mais uma vez, nos modelos europeus, fruto da sua amizade e convívio com os intelectuais e filósofos europeus, nomeadamente Voltaire, Diderot e d'Alembert. 

O reforço da autocracia, tendência já secular, veio favorecer ainda mais os aristocratas e agravar a situação dos camponeses. Esta situação viria a dar origem à revolta liderada por Yemelian Pugatchev (1773/75), antigo oficial dos Cossacos que se fez passar pelo czar Pedro III, entretanto já falecido. 

Em 1765, fundou uma sociedade de estudos sobre economia que discutiu a questão dos camponeses. Tentou elaborar um código com a comparência da opinião de todas as faixas da sociedade, ignorando, naturalmente, a dos servos. 

É a própria Catarina que, à luz das doutrinas de Montesquieu e de Beceria, escreve um Nakaz ou Instrução, que não chegou a ter qualquer efeito na prática. O reforço da servidão era visível: os senhores podiam enviar os seus servos para a Sibéria, e a Ucrânia passou a conhecer a servidão. 

Tal como Pedro, o Grande, Catarina II também se desinteressou do povo russo, pois o que a motivava eram as vitórias militares, e, neste contexto, foi bem sucedida: resgatou a Bielorrússia e a Ucrânia Ocidental à Polónia, continuou a dominação no Báltico e expulsou os Turcos otomanos da Europa. 

A Rússia alargou as suas possessões no Mar Negro em resultado de novas guerras com a Turquia. Penetrou no Cáucaso e estabeleceu um protetorado na Geórgia. 

A sua ação colonizadora estendeu-se ao continente americano, ao Alasca (1784, fundando aí a Companhia Russo-Americana em 1799. A política da czarina Catarina II guiou a Rússia para um poder nunca antes alcançado, cujo reverso da medalha era a enorme opressão das camadas da população mais desfavorecidas, que viram o seu número aumentar com a conquista de enormes territórios durante a sua governação. 

É uma sobrevivência do Antigo Regime que não é compatível com qualquer modelo iluminista que a czarina tentou implementar. O tempo de espera ainda era considerável, pois a libertação dos povos da humilhação inerente à sua condição de servos só viria a concretizar-se na revolução de 1917, que levou à queda a dinastia Romanov.

Dois factos marcam a história russa no século XIX: as guerras napoleónicas, que nos primeiros anos desse século impediram Alexandre I (1801-1825) de manter a política iniciada por Pedro I, e a abolição da classe servil por Alexandre II (1855-1881), medida reclamada desde a época de Catarina II e responsável pelo assassinato de Alexandre II. Também o século XX não começa da melhor maneira, pois a Rússia sai derrotada da guerra que manteve com o Japão em 1904-1905. 

Na Primeira Guerra Mundial o Império Russo uniu-se à Tríplice Entente, junto com França e Reino Unido, contra a Tríplice Aliança, formada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Reino de Itália. 

A Rússia tinha interesse em obter um acesso ao mar Mediterrâneo e para isso pretendia anexar, sob a justificação de proteger povos eslavos irmãos, a península balcânica e os estreitos de Bósforo e Dardanelos, então sob domínio do Império Otomano. 

O prolongamento da guerra causou sérios problemas para o país: a perda de imensos territórios, a morte de metade dos efetivos militares e a paralisação da indústria. Diante da impossibilidade de adquirir produtos industrializados, os camponeses diminuíram a produção agrícola. 

Os géneros alimentícios subiram de preço e as greves aumentaram. O sistema económico emperrou em todos os setores. A divisão existente entre os social-democratas (socialistas), desde 1903, acentuou-se com a guerra. 

Alguns mencheviques (como Plekhanov, fundador do partido) apoiavam a guerra, juntamente com políticos progressistas como Kerensky, membro do partido Socialista Revolucionário. 

Os mencheviques de esquerda, os bolcheviques e os anarquistas eram radicalmente contrários à guerra, que só favorecia os grandes capitalistas dos países imperialistas. 

Lenine, Estaline, Julius Martov e outros lideraram essa posição. A participação desastrosa na 1.ª guerra mundial foi suspensa em 1917 com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk. Entretanto, os termos do Tratado de Brest-Litovsk eram humilhantes. 

Através deste, a Rússia abria mão do controlo sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, metade de sua indústria e nove décimos de suas minas de carvão.

Devido ao autoritarismo do sistema czarista, a insatisfação popular tanto de burgueses (com a falta de autonomia política), quanto do resto da população (por estar num estado de grande pobreza), foi criado no império o primeiro partido político baseado em ideais marxistas, em 1898: O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Já antes de 1905, o Império Russo passava por uma grave crise política. 

Desde a emancipação dos servos (1861), o país vivia uma rápida transição do feudalismo para o capitalismo. 

Os servos tinham sido libertados, mas permaneciam na mesma situação de miséria. A construção da Ferrovia Transsiberiana e as mudanças económicas atraíram o capital estrangeiro e estimularam uma rápida industrialização em Moscovo, São Petersburgo, Baku, bem como na Ucrânia, suscitando a formação de um operariado urbano e o crescimento da classe média. Essas classes eram favoráveis a reformas democráticas no sistema político. 

Entretanto, a nobreza feudal e o próprio czar procuraram manter o absolutismo russo e a sua autocracia intactos a qualquer custo. 

O desempenho desastroso das forças armadas russas na Guerra Russo-Japonesa (1904 - 1905) intensificou essas contradições, sendo essa derrota considerada como causa imediata da Revolução de 1905. 

Em 1905 houve o chamado "ensaio-geral" da revolução, onde um milhão e meio de pessoas, liderados pelo padre ortodoxo e membro da Okhrana, Gregori Gapone, marcharam em direção ao Palácio de Inverno de Nicolau II, reivindicando reforma agrária, tolerância religiosa, fim da censura , a presença de representantes do povo no governo e melhores condições de vida. 

Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. 

Esse episódio ficou conhecido como o Domingo Sangrento. Em resposta a esta ação repressiva contra operários desarmados, em toda a Rússia rebentaram greves políticas de massas e manifestações sob a palavra de ordem de "Abaixo a autocracia!". 

Os acontecimentos de 9 de janeiro deram início à revolução de 1905-1907. Com a entrada na Primeira Guerra Mundial o império passou a sofrer de forma intensa os problemas económicos e sociais, havendo um aumento das manifestações contra o governo, que continuava à reprimir seus opositores. Integrantes dos diversos partidos políticos como o Partido Constitucional Democrata‎, Partido Socialista Revolucionário e o POSDR, ao participarem das manifestações, convenciam soldados e camponeses dos ideais revolucionários. 

Até que no dia 27 de fevereiro de 1917, soldados, operários e camponeses tomam as ruas e invadem o palácio do czar Nicolau II (a Revolução de Fevereiro). Inicia-se aí um processo revolucionário que levou à Revolução de Outubro de 1917, o primeiro regime socialista da História.


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Lenine, Trotsky e Kamenev celebrando o segundo aniversário da Revolução de Outubro

Expansão soviética: a mudança da Europa Central e Europa Oriental com a expansão soviética, e a criação do Bloco do Leste após a II Guerra Mundial


A União das Repúblicas Socialistas Sov­­­­­­­­­­­­­­­iéticas (URSS) foi um Estado socialista localizado na Eurásia que existiu entre 1922 e 1991. Uma união de várias repúblicas soviéticas subnacionais, a URSS era­­­­­­­­­­­­­­­ governada por um regime unipartidário altamente centralizado comandado pelo Partido Comunista e tinha como sua capital a cidade de Moscovo.

A União Soviética teve as suas raízes na Revolução Russa de 1917, que depôs a autocracia imperial. 

Após a revolta, os bolcheviques, liderados por Vladimir Lenine, derrubaram o governo provisório que tinha sido estabelecido. 

A República Socialista Federativa Soviética Russa foi então criada e a Guerra Civil Russa começou. 

O Exército Vermelho entrou em diversos territórios do antigo Império Russo e ajudou os comunistas locais a tomarem o poder. 

Em 1922, os bolcheviques foram vitoriosos, formando a União Soviética, com a unificação das repúblicas soviéticas da Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Transcaucásia. 

Após a morte de Lenine em 21 de janeiro de 1924, assumiu o poder a liderança coletiva da troica. 

Entre o final de agosto e início de setembro, ocorreria um conflito político conhecido como Revolta de Agosto e logo depois, naquele mesmo ano, Estaline chegaria ao poder. 

Estaline associou a ideologia estatal ao marxismo-leninismo e iniciou um regime de economia planificada. Como resultado, o país passou por um período de rápida industrialização e coletivização, que lançou as bases de apoio para o esforço de guerra posterior e para o domínio soviético após a Segunda Guerra Mundial. 


No início da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética assinou um pacto de não-agressão com a Alemanha nazi, inicialmente para evitar um confronto, mas o tratado foi desconsiderado em 1941, quando os nazis invadiram o território da URSS e deram início ao maior e mais sangrento teatro de guerra da história. 

As perdas soviéticas durante a guerra foram proporcionalmente as maiores do conflito, devido ao custo para adquirir vantagem sobre as forças das Potências do Eixo em batalhas intensas, como a de Stalingrado, que conduziram os soviéticos pela Europa Oriental até à captura de Berlim em 1945, infligindo a grande maioria das perdas alemãs durante a guerra. 

Os territórios que a URSS conquistou das forças do Eixo na Europa Central e Oriental tornaram-se os Estados satélites do Bloco Oriental. Diferenças ideológicas e políticas com os seus homólogos do Bloco Ocidental, que era liderado pelos Estados Unidos, levou à formação de diversos pactos económicos e militares que culminaram no longo período da Guerra Fria.

Um processo de desestalinização seguiu-se após a morte de Estaline. 

Em seguida, a URSS passou a iniciar vários dos mais significativos avanços tecnológicos do século XX, incluindo o lançamento do primeiro satélite artificial e do primeiro voo espacial de um ser humano na história, fatores que criaram a corrida espacial. 

A crise dos mísseis de Cuba em 1962 marcou um período de extrema tensão entre as duas superpotências, o que foi considerado o mais próximo de um confronto nuclear mútuo. Na década de 1970, houve um relaxamento das relações internacionais, mas as tensões políticas foram retomadas com a invasão soviética do Afeganistão em 1979. A ocupação drenou recursos económicos e arrastou-se sem alcançar resultados políticos significativos.

Na década de 1980 o último líder soviético, Mikhail Gorbachev introduziu políticas glasnost e perestroika  . No entanto, as reformas de Gorbachev levaram ao surgimento de fortes movimentos nacionalistas e separatistas no país. As autoridades centrais então iniciaram um referendo, que foi boicotado pelas repúblicas bálticas e pela Geórgia e que resultou numa maioria de cidadãos que votaram a favor da preservação da União como uma federação renovada. 

Em agosto de 1991, uma tentativa de golpe de Estado contra Gorbachev foi feita por membros tradicionais do governo, com a intenção de reverter as reformas. 

O golpe fracassou e o presidente russo Boris Yeltsin desempenhou um papel de destaque em sua derrota, o que resultou na proibição do Partido Comunista. Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renunciou e as doze repúblicas restantes surgiram da dissolução da União Soviética como países pós-soviéticos independentes. 

A Federação Russa, o Estado sucessor da República Socialista Federativa Soviética Russa, assumiu os direitos e obrigações da antiga União Soviética e tornou-se reconhecida como a continuação de sua personalidade jurídica.

A União Soviética também era conhecida como СССР, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A sigla ficou bastante conhecida no mundo ocidental, devido ao uso do acrónimo em uniformes em competições desportivas e outros objetos, em eventos culturais e tecnológicos ocorridos na URSS, como por exemplo navios, automóveis ou chapéus e capacetes de cosmonautas. Isto também se deve pelo destacamento da União Soviética em tais eventos, o que a fez mais conhecida em todo o mundo. 

O final do século XIX viu o surgimento de vários movimentos socialistas na Rússia czarista. Alexandre II foi assassinado em 1881 por terroristas revolucionários e o reinado do seu filho, Alexandre III (1881-1894) foi menos liberal, mas mais tranquilo. O último imperador russo, Nicolau II (1894-1917), foi incapaz de evitar os acontecimentos da Revolução Russa de 1905, desencadeada pela mal sucedida Guerra Russo-Japonesa e pelo incidente conhecido como Domingo Sangrento.

O levante foi controlado, mas o governo foi forçado a admitir grandes reformas, incluindo a concessão das liberdades de expressão e de reunião, a legalização dos partidos políticos, bem como a criação de um órgão legislativo eleito, a Duma do Império Russo. 

Essas medidas surtiram escasso efeito, visto que os partidos eram sistematicamente vigiados e a Duma era controlada pela aristocracia e pelo czar, que podia dissolvê-la a qualquer momento. 

Até 1905, o sistema político da Rússia czarista não possuía partidos políticos, com todo o poder concentrado nas mãos do imperador. Destaca-se que estas mudanças, embora significativas sob o ponto de vista político, não alteravam o quadro social da maior parte da população russa. A migração para a Sibéria aumentou rapidamente no início do século XX, particularmente durante a reforma agrária Stolypin. Entre 1906 e 1914, mais de quatro milhões de colonos chegaram àquela região.

Em 1914, o Império Russo entrou na Primeira Guerra Mundial, em resposta à declaração de guerra do Império Austro-Húngaro contra a Sérvia, que era aliada dos russos, e lutou em várias frentes ao mesmo tempo, isolada de seus aliados da Tríplice Entente. Em 1916, a Ofensiva Brusilov do Exército Russo quase destruiu completamente as forças militares da Áustria-Hungria. 

No entanto, a já existente desconfiança da população com o regime imperial foi aprofundada pelo aumento dos custos da guerra, muitas baixas e pelos rumores de corrupção e traição. Tudo isso formou o clima para a Revolução Russa de 1917, realizada em dois atos principais.

Apesar da Rússia, na época, ser um dos países mais poderosos do mundo em termos militares, apenas uma fina parte da população, os nobres, tinham boas condições de vida. 

Os camponeses eram terrivelmente pobres e trabalhavam de sol-a-sol os seus terrenos sem poder possuí-los. 

As sucessivas derrotas em várias guerras e batalhas durante a Primeira Guerra Mundial e o descontentamento geral da população fizeram com que a economia interna começasse a deteriorar-se. 

Nesta ocasião, emergem com força os sovietes e o Partido Operário Social-Democrata Russo, fundado em 1898, e posteriormente dividido entre os mencheviques e os bolcheviques, dois termos análogos a minoria e maioria, em russo.

Este quadro político-social foi profundamente alterado pela deflagração da Primeira Guerra Mundial. 

A Revolução de Fevereiro de 1917 caracterizou a primeira fase da Revolução Russa. A consequência imediata foi a abdicação do czar Nicolau II. Ela ocorreu como resultado da insatisfação popular com a autocracia czarista e com a participação negativa do país na Primeira Guerra Mundial. Ela levou à transferência de poder do czar para um regime republicano, surgido da aliança entre liberais e socialistas que pretendiam conduzir reformas políticas. 

As mudanças propostas pelos mencheviques, que haviam liderado a Revolução de Fevereiro, não alteraram o quadro social, pois o país continuava a sofrer grandes perdas em função da participação na Guerra. 

A insatisfação social, aliada à atuação dos bolcheviques, fez eclodir a Revolução de Outubro. O marco desta revolução foi a invasão do Palácio de Inverno pelos revolucionários. A Revolução de Outubro foi liderada por Vladimir Lenine, tornando-se a primeira revolução socialista do século XX.

A saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, o desejo do regresso do poder da então elite russa e o medo de que o ideário comunista poderia propagar-se pela Europa e eventualmente pelo mundo, fez eclodir a Guerra Civil Russa, que contou com a participação de diversas nações. 

O então primeiro-ministro francês, George Clemenceau, criou a expressão Cordão Sanitário, com o intuito de isolar a Rússia bolchevique do resto do mundo. O idealismo dos bolcheviques propagados para a população mais pobre foi o fator decisivo para a vitória dos partidários de Lenine.

Após a Revolução de Outubro, uma guerra civil eclodiu entre o Exército Branco, que era anticomunista, e o novo regime soviético com o seu Exército Vermelho. 

A Rússia bolchevique  perdeu os seus territórios ucranianos, poloneses, bálticos e finlandeses ao assinar o Tratado de Brest-Litovsk, que acabou com as hostilidades com as Potências Centrais da Primeira Guerra Mundial. 

As potências aliadas lançaram uma intervenção militar mal sucedida em apoio das forças anticomunistas. Entretanto tanto os bolcheviques quanto o movimento branco realizaram campanhas de deportações e execuções contra os outros, episódio que ficou conhecido, respectivamente, como Terror Vermelho e Terror Branco. Até ao final da guerra civil russa, a economia e a infraestrutura do país foram profundamente danificadas. 

Embora o processo que em 1917 culminou na queda dos Czares na Rússia seja referido habitualmente como "Revolução Russa", podemos nele distinguir pelo menos duas fases distintas, ou, mesmo, duas revoluções, uma no princípio do ano e a outra em outubro ou novembro.

A primeira revolução, iniciada com a revolta de 8 a 12 de março (ou seja, 23 a 27 de fevereiro no calendário juliano, então em uso na Rússia), derrubou a monarquia autocrática imperial, chefiada pelo czar; é a chamada "Revolução de fevereiro (ou março)". 

Os motivos distantes do processo revolucionário podem descobrir-se nas reformas empreendidas pelo czar Alexandre II (1818-1881); a constituição de governos regionais foi vista como o embrião de um futuro governo (regime) de base parlamentar; a liberalização de certas profissões estimulou a ideia de uma legislação à escala nacional; o fim da servidão estimulou o desejo de uma ampla reforma agrária; as suas reformas educativas, por fim, abriram escolas e universidades a uma juventude das classes não privilegiadas, formando um grupo de jovens radicais revolucionários, que não descartavam o uso da violência como arma para impor os seus pontos de vista. Muitos deles serão os primeiros a criticar a falta de preparação da Rússia para as exigências da guerra moderna, ilustrada pelos desaires e dificuldades do exército nas campanhas da Primeira Guerra Mundial.

A participação russa neste conflito, indesejada pela maioria da população, foi um desastre bem aproveitado pelos descontentes para lançar críticas ao poder. 

O czar é igualmente censurado por todos os partidos que o acusam de apoiar um governo incompetente e corrupto; acusam-no ainda de dar cobertura aos abusos pessoais dos grandes favoritos do Império; acima de todos está o "homem santo", o homem mais temido da Rússia, o lendário Grigori Iefimovitch "Rasputine".

A influência que exerceu na família real fez dele o verdadeiro governante do império; mas um governante tirânico que todos os russos desejam ver liquidado. 

A crise social, económica e política anunciava que o absolutismo russo estava a chegar ao seu fim.

Em março de 1917 uma manifestação era convocada em Petrogrado (atual São Petersburgo) para festejar o Dia Internacional da Mulher; esta manifestação, no entanto, rapidamente se transformou num motim; num motim contra a falta de alimentos, sobretudo de pão. 

A ele aderiram vários regimentos amotinados e, na sua sequência, o poder ficou nas mãos de um governo provisório formado por figuras de primeiro plano da Duma (Parlamento russo).

Isolado e sem apoio, o czar Nicolau II viu-se obrigado a abdicar. O seu filho primogénito foi excluído da sucessão ao trono devido à sua saúde bastante frágil e o seu irmão, o grão duque Miguel, virá a recusar a Coroa que lhe será oferecida por uma assembleia constituinte, democraticamente eleita; a dinastia Romanov, velha de 300 anos, chegava ao fim.

O período das revoluções europeias do século XX inicia-se com a revolução russa. As ações dos bolcheviques inspiraram revolucionários de todo o Mundo. 

Embora a Rússia tenha sido palco de acontecimentos importantes, nenhum outro teve tanto impacto como a Revolução de 1917. 

Foi graças a esta que o país pode transformar-se numa potência mundial industrial e militar. A eclosão e desenvolvimento da revolução, "os dez dias que abalaram o Mundo", deram-se de forma rápida mas os seus efeitos foram permanentes, como a seguir se descreve. 

A Rússia não foi capaz de fazer face aos problemas suscitados pela guerra e nos anos de 1915 e 1916 enfrentava uma verdadeira desarticulação económica e social, agravada pela inabilidade do czar Nicolau II. 

Eram notórios os desejos da Duma, que pretendia a todo o custo derrubar o czar e instalar um governo parlamentar. Os escalões mais altos da sociedade contribuíam para alimentar um clima de conspiração, no entanto, nunca conseguiram concretizar este propósito pois foram ultrapassados pela crescente revolução popular, fruto das enormes dificuldades económicas por que passavam. As derrotas militares, a miséria instalada e uma autocracia odiosa para com os menos favorecidos constituíram ingredientes mais que suficientes para que, num curto espaço de tempo, a revolução triunfasse.

As manifestações de descontentamento eclodiram em fevereiro, 1917 em Petrogrado e rapidamente tomaram dimensões políticas. 

Em março o czar abdicava e formou-se um governo provisório estabelecido pelas figuras mais destacadas da Duma, mas com os seus poderes limitados pela existência do Soviete dos Deputados Trabalhadores e Soldados de Petrogrado, que constituía, de facto, um governo alternativo. 

Assim, o governo provisório não conseguiu sobreviver muito tempo devido às dificuldades internas com reivindicações decorrentes da dupla oposição entre os comités das fábricas (apoiados pelos bolcheviques e anarquistas) e os elementos da burguesia industrial que não cediam a qualquer tentativa de reforma proposta pelo governo socialista e pelos sovietes. 

Os problemas externos residiam na sustentação da guerra imposta pelos compromissos internacionais. Ainda que no início da experiência governativa se tentassem compatibilizar as diversas opiniões, as crises sucederam-se e desenhava-se uma forte oposição entre as fações de direita e os bolcheviques. 

Os sintomas de mal-estar agudizaram-se em abril, quando Lenine regressou a Petrogrado. 

Recusando colaborar com o governo provisório, transferiu todo o poder para os sovietes e comités de operários e soldados. Foi o ponto de viragem essencial que possibilitou a eclosão da revolução. De certas áreas da vida russa surgiam cada vez mais apoiantes de Lenine: os desertores militares, os camponeses descontentes que começaram a apoderar-se das terras e os operários à espera de melhores condições de trabalho nas indústrias. 

Os bolcheviques ganhavam terreno: em setembro apoderaram-se dos Sovietes de Petrogrado e de Moscovo e em outubro ganharam a maioria no 2.º Congresso dos Sovietes. Sob orientação de Trotski, os bolcheviques tomaram o poder a 7 de novembro (25 de outubro segundo o velho calendário russo) e criaram o Conselho de Comissários do Povo, que tinha à frente Lenine. Procedeu-se à confiscação das grandes propriedades e criou-se o Exército Vermelho através da incorporação de voluntários. 

Em março de 1918 a Rússia assina a paz de Brest-Litovsk com os impérios centrais. O fantasma da revolução fora afastado da Europa ocidental e esmagado na Europa Central e o conflito remeteu-se ao seu centro – a Rússia. 

Os contrarrevolucionários auxiliados pelos aliados lançam ataques antibolcheviques no mar Negro, no Norte e em Murmansk. O governo bolchevique faz um esforço enorme para resistir e cria 16 exércitos. 

Para derrubar a contrarrevolução, o Partido Comunista passou a exercer um outro poder que substituía o poder por Sovietes – todos os objetivos subordinavam-se ao interesse da Revolução. 

Após três anos de guerra civil, os bolcheviques alcançaram a vitória no Volga em 1919 e em 1920 os exércitos brancos são esmagados e expulsos. Assinaram-se tratados com os países vizinhos e reconheceu-se a independência das províncias bálticas, da Polónia (Tratado de Riga em 1921) e do protetorado da Finlândia. 

Apesar da vitória sobre os contrarrevolucionários, a economia da União Soviética encontrava-se muito debilitada, a fome era uma dura realidade e muitas pessoas perderam a vida. 

Ocorriam divisões e rivalidades na esfera política e sindical – os militantes são chamados a escolher entre a social-democracia e o comunismo (fiel à inspiração inicial do marxismo). 

O alcance revolucionário não se reduzia apenas a uma contestação ao regime político pondo em causa também a ordem social. Terminada a Primeira Grande Guerra o ideal revolucionário espalhou-se rapidamente pela Europa. 

Em março de 1919 Lenine criava a 3.ª Internacional, a Internacional Comunista - o Komintern – com o objetivo de dirigir a revolução mundial. Em 1920 tem lugar o 2.º Congresso do Komintern. Constituiu-se uma internacional sindical revolucionária. 

As esperançadas massas operárias de toda a Europa tinham os olhos postos no que se passava na Rússia. 

No entanto, depois de perdida a guerra com os bolcheviques, os aliados convenceram-se que não tinham capacidade para esmagar a revolução no seu fulcro. 

A estratégia seguida foi a de isolar a União Soviética e não deixar que os efeitos perniciosos da revolução contaminassem a Europa. 

Por outro lado, os soviéticos também abandonaram a ideia de querer implementar o espírito revolucionário imediato e total através da força, confinando-se à experiência de "construção do socialismo num só país", tese seguida por Estaline. 

Em fevereiro de 1921 ocorrem novas manifestações operárias em Petrogrado e os marinheiros revoltam-se, mas ambas as sublevações são reprimidas. 

Decide-se então imprimir um rumo diferente à economia e em março de 1921 Lenine criava no Congresso do Partido Bolchevique a Nova Política Económica (NPE), que incentivava a economia de mercado e tolerava a propriedade privada: as empresas deixaram de ser controladas pelo Estado, os camponeses podiam vender livremente os excedentes e o comércio voltou a ser controlado por particulares. 

Em 1925 a produção industrial tinha voltado a atingir bons níveis de produção. Durante este mesmo ano a Rússia firma um acordo comercial com a Grã-Bretanha, dando seguimento a um relançamento de relações comerciais internacionais com alguns países. 

Apesar da aparente estabilidade económica nos anos que se seguiram à Revolução, a Rússia encontrava-se isolada, as relações com as outras potências não eram as mais cordiais e os ideais de melhoria de condições de vida das classes oprimidas nem sempre foram postos em prática, pondo em causa a eficácia da instituição socialista. A morte de Lenine em 1924 deixaria incompleto o trabalho iniciado e que iria prosseguir com Estaline, mas segundo novos pontos de vista.

A República Socialista Federativa Soviética Russa em conjunto com as Repúblicas Socialistas Soviéticas da Ucrânia, Bielorrússia e Transcaucásia, formaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou simplesmente União Soviética, em 30 de dezembro de 1922. A República Socialista Russa era a maior e mais populosa das 15 repúblicas que compunham a URSS, e dominou a união durante toda a sua existência de 69 anos.

Após a morte de Lenine, em 1924, uma troika foi designada para governar a União Soviética. 

No entanto, Josef Stalin (José Estaline), o então secretário-geral do Partido Comunista, conseguiu suprimir todos os grupos de oposição dentro do partido e consolidar o poder em suas mãos. 

Leon Trotsky, o principal defensor da revolução mundial, foi exilado da União Soviética em 1929 e a ideia de Estaline de "socialismo num só país" tornou-se a linha principal. 

A oposição Estaline-Trotsky ia além de um conflito pessoal pelo poder, refletia-se em duas conceções diferentes do desenvolvimento do socialismo, sendo sido resolvido a favor de Estaline  com o apoio de Zinoviev e Kamenev. Após ser derrotado na sua posição, Trotsky foi forçado ao exílio no México, para ser morto em 1940 por Ramón Mercader.

A União Soviética entre 1927 e 1953 foi governada por Josef Stalin (Estaline). A subida ao poder de Estaline como secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética ou Gensek, entre 1927 e 1929, marcou o início de uma transformação radical da sociedade soviética. 

Em alguns anos, a face da União Soviética mudou radicalmente pela coletivização de terras e pela rápida industrialização realizada pelos muitos ambiciosos planos quinquenais.

Sob a liderança de Estaline, o governo promoveu uma economia planificada, a industrialização do país, que em grande parte ainda era basicamente rural, e a coletivização da agricultura. 


Estaline começou por estipular metas de produção e entrega de cereais. 

Estaline tornou-se o secretário geral do partido em 1922. Temendo o rumo que a Rússia poderia tomar, Lenine, já doente, escreve algumas notas consideradas como o seu testamento, critica o modo de agir de Estaline, considera-o extremamente brutal e propõe o estudo de uma solução para que seja substituído no cargo (mas não a demissão) por alguém mais leal e mais ponderado. Apesar do desejo por Lenine, Estaline mantém-se no cargo reforçando ainda mais a sua autoridade. Com a morte de Lenine em 1924, Estaline iniciou uma luta pelo poder, primeiro apoiado por Kamenev e Zinoviev contra Trotski, acabando depois por derrotar, em fins de 1927, Kamenev, Zinoviev e Shliapnikov que se haviam aliado a Trotski. É desta forma que ascende definitivamente ao poder encetando uma governação ditatorial até à sua morte, em 1953. 

Como presidente do Comité de Estado para a Defesa, órgão constituído em 1941, Estaline tem o comando supremo das forças armadas. Mobiliza a população para a "grande guerra patriótica" e apela para a luta contra os invasores germânicos. A União Soviética, que permanecera neutral até 1941, entra na Segunda Guerra Mundial e derrota a Alemanha nazi entre 1941 e 1945 o que granjeou a Estaline a consideração e o prestígio, fomentando ainda mais o culto da personalidade, uma das características do estalinismo (a proliferação de estátuas e retratos de Estaline é bem elucidativa). 

Apesar da vitória sobre os nazis, mais de metade do país sofreu uma enorme devastação. No plano económico, as coisas não correram mal: as indústrias, o garante da economia da União Soviética, foram estrategicamente protegidas do ataque alemão. Efetivamente, depois de 1950, a produção industrial começou a aumentar, coadjuvada pelas descobertas de novas fontes de matérias-primas e pela submissão das economias dos países de Leste. 

A Guerra Fria não afetaria o desenvolvimento industrial e cultural, mas o problema colocado pela baixa produção agrícola continuou por resolver. No pós-guerra Estaline procurou em Ialta e em Potsdam estabelecer um acordo com os seus aliados ocidentais, mas não possuía a bomba atómica e para tal, o governo soviético teve que despender enormes capitais (a primeira bomba soviética foi construída em 1949).

A política de apaziguamento promovida pelo Reino Unido e França sobre a anexação da Áustria e a invasão da Checoslováquia ampliou o poder da Alemanha nazi e colocou uma ameaça de guerra entre o regime de Adolf Hitler e a União Soviética. Na mesma época, o Terceiro Reich aliou-se ao Império do Japão, um rival dos soviéticos no Extremo Oriente e um inimigo declarado da URSS nas guerras da fronteira soviético-japonesas entre 1938 e 1939. Em agosto de 1939, após outro fracasso nas tentativas de estabelecer uma aliança antinazi com os britânicos e franceses, o governo soviético decidiu melhorar as suas relações com os nazis através da celebração do Pacto Molotov-Ribbentrop. 

Enquanto Hitler invadiu a Polónia e a França e outros países atuavam numa frente única no início da Segunda Guerra Mundial, a URSS foi capaz de construir o seu exército e recuperar alguns dos antigos territórios do Império Russo, como resultado da invasão soviética da Polónia, da Guerra de Inverno e da ocupação dos países bálticos. Em 22 de junho de 1941, a Alemanha nazi rompeu o tratado de não-agressão e invadiu a União Soviética, com a maior e mais poderosa força de invasão na história humana e a abertura do maior teatro da Segunda Guerra Mundial.

Embora o exército alemão tenha tido um considerável sucesso no início da invasão, o ataque foi interrompido na Batalha de Moscovo. Posteriormente, os alemães sofreram grandes derrotas na Batalha de Estalinegrado, no inverno entre 1942 e 1943, e, em seguida, na Batalha de Kursk, no verão de 1943. Outra falha alemã foi o Cerco de Leningrado, em que a cidade foi totalmente bloqueada por terra entre 1941 e 1944 por forças alemãs e finlandesas, e sofreu uma crise de fome que matou mais de um milhão de pessoas, mas nunca se rendeu.

Sob a administração de Estaline e a liderança de comandantes como Gueorgui Jukov e Konstantin Rokossovsky, as forças soviéticas chegaram à Europa Oriental entre 1944 e 1945 e tomaram Berlim em maio de 1945. Em agosto de 1945, o exército soviético venceu os japoneses em Manchukuo, na China, e na Coreia do Norte, contribuindo para a vitória dos Aliados sobre o Japão Imperial. O período da Segunda Guerra Mundial (1941-1945) é conhecido na Rússia como a Grande Guerra Patriótica. Durante este conflito, que incluiu muitas das operações de combate mais letais da história da humanidade, as mortes de civis e militares soviéticos foram 10,6 milhões e 15,9 milhões, respetivamente, representando cerca de um terço de todas as vítimas de todo o conflito. A perda demográfica total dos povos soviéticos foi ainda maior. A economia e a infraestrutura soviéticas sofreram uma devastação massiva, mas a URSS emergiu como uma superpotência militar reconhecida após o fim da guerra.

O Exército Vermelho ocupou a Europa Oriental depois da guerra, incluindo a Alemanha Oriental. Governos socialistas dependentes dos soviéticos foram instalados em Estados fantoches no chamado Bloco do Leste. Ao tornar-se a segunda potência nuclear do mundo, a União Soviética criou a aliança do Pacto de Varsóvia e entrou numa luta pela dominação global com os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), período conhecido como Guerra Fria. A União Soviética apoiou movimentos revolucionários em todo o mundo, inclusive na recém-formada República Popular da China, na República Popular Democrática da Coreia e, mais tarde, na República de Cuba.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países europeus estavam semi-destruídos e sem recursos para se reconstruírem sozinhos, com isso as superpotências resolveram ajudar cada um de seus aliados, com objetivo de não perderem áreas de influência. Os Estados Unidos propõem a criação de um amplo plano económico, o Plano Marshall, que se tratava da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente.

A União Soviética propôs-se a ajudar os seus países aliados, com a criação do Conselho para Assistência Económica Mútua (COMECON). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscovo. Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria da Europa ocidental, criaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu. Em resposta à NATO, a URSS assinou com os seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes. Durante este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foram intensificados pela polarização entre Estados Unidos e URSS e o sistema socialista soviético foi expandido pelo mundo.

Estaline morreu em 5 de março de 1953, deixando um vazio de poder que levou a uma disputa interna no PCUS (Partido Comunista da União Soviética) pela liderança, entre Malenkov, Beria, Molotov e Khrushchov .  


Khrushchov no plano externo, utilizou a Coexistência pacífica, que afirmava que o bloco comunista poderia coexistir pacificamente com os Estados capitalistas. 

Esta teoria foi contrária ao princípio que o comunismo e o capitalismo eram antagónicos e nunca poderiam existir em paz. A União Soviética aplicou-a às relações entre o mundo ocidental e, em particular, com os Estados Unidos, os países da OTAN e as nações do Pacto de Varsóvia.

Como resultado da guerra fria, a União Soviética viu-se envolvida numa corrida pela conquista do espaço com os Estados Unidos. O programa espacial soviético começou com uma grande vantagem sobre o dos Estados Unidos. Devido a problemas técnicos para fabricar ogivas nucleares mais leves, os mísseis lançadores intercontinentais da URSS eram imensos e potentes. Logo, os foguetões para o seu programa espacial já estavam prontos como resultado do esforço militar soviético resultante da guerra fria. 

Assim, na época em que a Sputnik foi lançada, a capacidade de lançamento da URSS era de 500 kg, enquanto que a dos Estados Unidos era de 5 kg. 

A União Soviética enviou o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, e o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin. Grande parte dos feitos espaciais da União Soviética devem-se ao talento do engenheiro Sergei Korolev, o engenheiro-chefe do programa espacial soviético, que convenceu o líder Nikita Kruschev da importância da conquista do espaço. No âmbito económico, um esforço sem precedentes foi realizado para a produção de bens de consumo. Por tais medidas precipitadas e contraditórias, Khrushchev é deposto pelo Politburo.

Leonid Brejnev toma a União Soviética numa difícil situação após a gestão contraditória de Khrushchev, com uma situação tensa com a República Popular da China, relações inconstantes, ora apocalípticas, ora amistosas com os Estados Unidos, a resistência da Jugoslávia ao Pacto de Varsóvia e uma divisão política dentro do partido. A deposição de Khrushchov e a posse de Leonid Brejnev representaram o regresso dos conservadores ao poder do partido. Brejnev desenvolveu a política da Teoria da Soberania Limitada, que pretendia manter a União Soviética como eixo socialista no mundo. 

Esta política era caracterizada estalinista por manter a hegemonia socialista, promover o culto da personalidade e manter uma burocracia na política, cuja remoção, segundo Brejnev, era um exemplo de pensamento utópico e trotskista. Durante esta época, a URSS conseguiu atingir seu auge político, militar e económico, tendo grande influência em todo o mundo. 

A indústria crescia rapidamente e a ciência soviética desenvolvia novas tecnologias. Em 1982, após duas décadas de governo, Brejnev morre inesperadamente em decorrência da ingestão de pentobarbitais, sendo sucedido pelo ex-agente secreto Iuri Andropov, que daria início a uma reforma política no país, interrompida por uma séria doença que o levou à morte, em 1984. Konstantin Chernenko, homem de confiança de Brejnev, abriu mão da aposentadoria e assumiu a presidência da URSS, mesmo idoso e doente. Após um ano de governo, Chernenko é internado à pressa e morre no início de 1985, representando o fim de uma geração de políticos soviéticos. Sucederia-lhe no cargo o jovem Mikhail Gorbatchov, contando com um Politburo mais jovem, liberal e flexível.

A partir do final dos anos 1970 começam a ficar claras as limitações do modelo soviético de economia planificada. A Crise do Petróleo dos anos 70 elevou a economia soviética, podendo o povo, em pleno regime socialista, consumir mais.  

Com um profundo desenvolvimento económico, político e militar, a economia soviética acabou por se estagnar no final dos anos 70. 

Não se previa que, mais tarde, esta pequena estagnação evoluiria para uma profunda crise, capaz de desestruturar a economia do país.
Em termos estruturais, a economia planificada talvez tenha sido a principal responsável pela crise, pois exigia que tudo o que fosse produzido em todos os setores da economia estivesse previsto nos planos quinquenais. 

Na prática, isto criava distorções, como excesso de determinados produtos (indústrias de base e de bens de capital) e escassez de outros (bens de consumo).  No fim dos anos 1970, os custos militares da Guerra Fria já eram insustentáveis para a URSS. O país mantinha forças armadas de quase dois milhões de homens, um milhão dos quais mobilizados na Europa Oriental.

Na metade do ano de 1990 e início de 1991, a situação política e económica na União Soviética agravou-se e para tentar reverter essa crise o presidente Mikhail Gorbachev pensou em primeiro resolver o problema político e étnico soviético para depois reformar a economia. O novo Tratado da União dos Estados Soberanos foi um projeto de tratado que teria substituído o de 1922 (Tratado da Criação da URSS) e, portanto, teria substituído a União Soviética por uma nova entidade chamada União de Estados Soberanos, uma tentativa de Mikhail Gorbachev para recuperar e reformar o Estado soviético.

Em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas assinarem o novo Tratado da União, um grupo chamado Comité Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder em Moscovo. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente. Gorbachev foi, então, de férias à Crimeia, onde a tomada do poder foi desencadeada e lá permaneceu durante todo o seu curso. O vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. 

A comissão de 8 membros, incluindo o chefe da KGB Vladimir Krioutchkov e o Ministro das Relações Exteriores, Boris Pougo, o ministro da Defesa, Dmitri Iazov, todos os que concordaram em trabalhar sob Gorbachev. Em 21 de agosto de 1991, a grande maioria das tropas que foram enviadas a Moscovo colocaram-se abertamente ao lado dos manifestantes. O golpe falhou e Gorbachev regressou a Moscovo. Após o seu regresso ao poder, Gorbachev prometeu punir os conservadores do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). 

Demitiu-se das suas funções como secretário-geral, mas continua a ser presidente da União Soviética. O fracasso do golpe de Estado apresentou uma série de colapsos das instituições da união. Boris Yeltsin assumiu o controlo da empresa central de televisão e os ministérios e organismos económicos.

A derrota do golpe e o caos político e económico que se seguiu agravou o separatismo regional e acabou levando à fragmentação do país. Em setembro as repúblicas bálticas (Estónia, Letónia e Lituânia) declaram a independência em relação a Moscovo. Em 1 de dezembro, a Ucrânia proclamou a sua independência por meio de um plebiscito que contou com o apoio de 90% da população. E entre outubro e dezembro 11 (com as 3 repúblicas bálticas e a Ucrânia) das 15 repúblicas soviéticas declaram independência. Em 21 de dezembro, líderes da Federação Russa, Ucrânia e Bielorússia assinaram um documento onde era declarada extinta a União Soviética e no seu lugar era criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

No dia de natal de 1991, numa cerimónia transmitida por satélite para o mundo inteiro, Gorbachov, que estava há 6 anos no poder declara oficialmente o fim da URSS e renúncia a presidência do país e após isso, a bandeira com a foice e o martelo é retirada do Kremlin e a bandeira russa é colocada em seu lugar. 

A União Soviética dissolveu-se oficialmente em 31 de dezembro de 1991, após 69 anos de existência. A Federação Russa ficou conhecida como sua sucessora, pois ficou com mais da metade do antigo território soviético, além da maioria do seu parque industrial e militar.


Havia três hierarquias de poder na União Soviética: o Poder Legislativo, representado pelo Soviete Supremo da União Soviética; o governo, representado pelo Conselho de Ministros e o Partido Comunista da União Soviética (PCUS), o único partido legal no país. Segundo os ideólogos comunistas, o sistema político soviético era uma verdadeira democracia, onde os conselhos operários ("sovietes") representavam a vontade da classe trabalhadora. Em particular, a Constituição Soviética de 1936 garantiu o sufrágio universal e o voto secreto. 


No topo do Partido Comunista estava o Comité Central, eleito em Conferências e Congressos do Partido. 

O Comité Central, por sua vez, votava para o Politburo (o chamado Presidium entre 1952 e 1966), o Secretariado e o Secretário-Geral (Primeiro Secretário de 1953 a 1966), o mais alto cargo na URSS. Dependendo do grau de consolidação de poder, ou era o Politburo como um corpo coletivo ou o Secretário-Geral, que sempre era um dos membros do Politburo, que efetivamente comandava o partido e o país.

O Soviete Supremo (sucessor do Congresso dos Sovietes e do Comitê Executivo Central) foi nominalmente o mais alto órgão do Estado durante a maior parte da história soviética, em primeira atuação como instituição fantoche, para aprovar e implementar todas as decisões tomadas pelo partido. No entanto, os poderes e funções do Soviete Supremo foram prorrogados nos anos 1950, 1960 e 1970, incluindo a criação de novas comissões estaduais e comités. Ganhou poderes adicionais com a aprovação dos planos quinquenais e do orçamento do Estado soviético. O Soviete Supremo elegia um Presidium para exercer o seu poder entre as sessões plenárias, ordinariamente duas vezes por ano, e designava o Supremo Tribunal, o Procurador-Geral e o Conselho de Ministros, liderado pelo Presidente (Primeiro-ministro) e que geria a enorme burocracia responsável pela administração da economia e da sociedade.


O poder judicial não era independente dos outros ramos do governo. O Supremo Tribunal supervisionava os tribunais inferiores (Tribunal do Povo) e aplicava a lei como estabelecido pela Constituição ou como interpretado pelo Soviete Supremo. 


Território da União Soviética 

Desastre de Chernobyl
Colheita de algodão na Arménia em 1930

Queda do Muro de Berlim, 1989

Lenine
Estaline

Mikhail Gorbachev e Ronald Reagan assinam o tratado que limita os arsenais atómicos dos EUA e da URSS, na Casa Branca, 1987

edifício da Universidade Estatal de Moscovo, um dos sete arranha-céus estalinistas em Moscovo

prisioneiros num gulag na construção do Canal Mar Branco–Báltico, 1931–33

Mudanças nas fronteiras nacionais após o colapso do Bloco do Leste e o fim da Guerra Fria

Estaline
Gorbatchev 

Cerimónia de queima de hijabs no Uzbequistão Soviético no Dia Internacional da Mulher de 1927

Tanques na Praça Vermelha durante o Golpe de Estado de agosto de 1991

Lenine

Estação Mir

Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov em Genebra, Suíça, em 1985


Batalha de Estalinegrado

Trabalhadores de uma fábrica de potássio em Salihorsk, Bielorrússia, 1968

R-12 (designação SS-4), um míssil balístico de médio alcance projetado para carregar artefactos nucleares, durante um desfile na Praça Vermelha em Moscovo (1959-1962)

Conferência de Ialta em fevereiro de 1945, com Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Josef Stalin
Monumento ao Operário e à Mulher Kolkhoz

Estátua de Lenine em S. Petersburgo 

Demolição da Basílica de Cristo Salvador em 1931
Domingo Sangrento

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