sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Estou a pensar no futuro do nosso planeta e, consequentemente, da humanidade.




 
Maria Olinda Moura in facebook

Estou a pensar no futuro do nosso planeta e, consequentemente, da humanidade.
Já muita gente tem falado disto e muitos, acertadamente, já perceberam que o ser humano está umbilicalmente ligado à natureza e que não sobreviverá se esta deixar de poder suportar as necessidades do ser humano. Então, é preciso agir, coletivamente, para reparar os estragos que o próprio ser humano, por razões várias, tem feito a este planeta que nos suporta a vida. E o caminho é só um: o consumo. Se cada ser humano diminuir aquilo que consome e se essa diminuição for multiplicada por biliões de seres humanos, rapidamente regeneramos este planeta que tão disponível e generoso se tem mostrado para nós.
É necessário, por isso, começarmos a dar passos seguros como, por exemplo, exigir que os recursos sejam devidamente distribuídos por todos os seres humanos para acabarmos com a fome de milhões em detrimento da abundância e desperdício de milhares (que será possível com a negação do capitalismo); recusarmos a tentação de ter e usar aquilo que não nos faz falta nenhuma a não ser preencher vazios que podem ser preenchidos numa comunhão plena com a natureza; consumir menos (que mesmo assim é muito) alimentos, roupas, acessórios de moda e maquilhagem, electrodomésticos, tecnologia, papel, combustíveis, carros... Quantos milhões no mundo inteiro não consomem e desperdiçam estes produtos sem pensar sequer como eles lhes chegaram às mãos?
Falta-nos esta reflexão. Falta-nos pensar no ciclo de cada coisa que nos chega à mão, diariamente, e que tanto custa ao nosso planeta. Falta-nos pensar que sempre que aderimos à moda, ao novo, à novidade, à gula, ao supérfluo, estamos a usar recursos do nosso planeta já sem forças para os repor.
É possível remediar esta situação? Sim. Temos de abdicar do progresso? Não. Então? Temos de ser comedidos e conscientes. Temos de pensar seriamente nestes assuntos e mudar os nossos comportamentos, começando por cada um e multiplicando por milhões. Não ceder ao apelo do consumismo, daqueles que nos fazem lutar por coisas de que não precisamos; daqueles que nos vendem a felicidade num telemóvel topo de gama; daqueles que nos impingem uma imagem de felicidade vestida com roupa nova que já não cabe no armário de casa a abarrotar de roupa pouco usada; daqueles que nos impingem as imagens de felicidade à volta de um churrasco com enormes quantidades de carne e acessórios que dariam para o quíntuplo das pessoas que se apresentam no convívio; daqueles que gostam de afrontar os outros com moradias/palacetes forrados a ouro (onde uma criança é castigada por partir um "limoges") ou um carro topo de gama que chega exactamente onde chegam os outros sem gastar tantos recursos do planeta; daqueles que invejam a galinha do vizinho porque alguém lhes incutiu que a do vizinho é melhor do que a sua; daqueles que se esquecem de olhar para o céu numa noite de luar magnífico ou apreciar a beleza de um pôr-do-sol; daqueles que não conseguem sentir o cheiro da relva ou da terra molhada depois de uma chuvada de Verão; daqueles que não conseguem estar sentados em silêncio com os filhos encostados ao seu ombro; daqueles que esqueceram completamente a origem da sua humanidade. Que se esqueceram que a expressão "mãe natureza" é o que de mais verdadeiro há. O ser humano nasceu desta natureza, neste planeta que todos os dias é destruído como se todos os dias apunhalássemos a nossa mãe. Há esperança? Sim. Podemos reverter esta predação? É urgente acreditarmos que é possível e todos os dias pensarmos nisso.

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