segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Moedas ignora trabalhadores da Carris para negociações salariais

 

Os trabalhadores reclamam a abertura de negociações salariais até dia 20 de janeiro e avançam com uma proposta que custa um quinto do orçamento desperdiçado na compensação da EMEL.
Elétrico da Carris no Terreiro do Paço, Lisboa. Imagem de Antonio Vera, Flickr.
Elétrico da Carris no Terreiro do Paço, Lisboa. Imagem de Antonio Vera, Flickr.











Os trabalhadores da Carris, empresa de transportes municipalizada desde 2017, querem abrir negociações salariais com o executivo camarário mas ainda não receberam qualquer resposta “aos vários ofícios enviados” ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

O executivo camarário anunciou já que irá avançar com duas promessas eleitorais: a gratuitidade dos transportes públicos para estudantes até aos 23 anos de idade, e um desconto de 50% no estacionamento gerido pela EMEL.

Segundo os números avançados por Moedas, esta última medida irá obrigar a um esforço orçamental de 14,5 milhões de euros para compensar a perda de receita da empresa municipal.

É contra esta medida que os trabalhadores da Carris contrastam a sua proposta de atualizações salariais na empresa, que custará apenas 3 milhões de euros anuais, e pedem por isso a abertura de negociações até dia 20 deste mês.



O Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores destaca que “a soma dos dois encargos fruto das medidas a implementar pela CML, ascendem a 14,5 milhões por ano, ou seja, cerca de 1,208 milhões euros por mês”. “O SNMOT não questiona a bondade das medidas da CML, mas vai dizendo que os descontos anunciados para os estacionamentos dentro da cidade de Lisboa irão inevitavelmente contribuir para uma promoção do uso do transporte individual em detrimento do uso dos transportes coletivos de passageiros”, alertam.

O sindicato argumenta que “bastaria que esta medida não fosse implementada para atualizar os vencimentos dos trabalhadores da Carris, na proporção apresentada”.  

“Os trabalhadores da Carris não são contra as medidas que favoreçam terceiros, desde que essas medidas não sejam feitas e suportadas à custa dos trabalhadores da Carris, nomeadamente através da não atualização de salários, ou atualizações de valor irrisório”, concluem.


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