quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Cabril do Ceira: um dos segredos mais bem guardados de Portugal

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O Cabril do Ceira é, sem dúvida, um local ímpar que apresenta águas cristalinas que parecem nascer de um rochedo, um afloramento quartzítico simplesmente espetacular pela beleza natural que ostenta. É ainda um local muito pouco explorado e frequentado (assim como a sua praia fluvial), mas que certamente podemos referir como uma dos mais belos da Serra da Lousã e mesmo de Portugal.

Situa-se na freguesia de Serpins, e tem de facto a vantagem de ainda não estar muito explorado, sendo os próprios acessos facilitadores dessa circunstância, pois o facto de se manterem em terra batida favorece apenas os mais conhecedores a atingir esta preciosidade.

Uma das grandes vantagens passa por estar num local que oferece uma envolvência com várias atrações, já que está em plena Serra da Lousã. Mas para os amantes da natureza, da beleza natural e da imponência da terra, tem aqui um desfiladeiro marcante, que foi trabalhado e é atravessado pelo rio Ceira.

Cabril do Ceira
Cabril do Ceira

Este termina numa zona ótima para explorar com uns belos banhos, pois forma uma piscina natural altamente apetecível e aprazível para a diversão. O espelho de água que aqui se vislumbra é deslumbrante no modo como acomoda a paisagem em imagens refletidas que apresentam as imponentes encostas quartzíticas em todo o seu esplendor.

Este é um local de envolvência rural, sendo poucos os que aqui se deslocam, levando em conta todo o seu potencial. Ou seja, tendo em conta a beleza e magnificência desta zona é ainda um luxo poder explorá-la sem ter de esperar por grandes aglomerados de pessoas. No que é dado a verificar, o rio corre calmamente e são poucas as pessoas que vão frequentando este lugar, sendo a envolvência rural e a atividade envolvente essencialmente agrícola.

Nesta zona deve existir um cuidado redobrado, no sentido de proteger o que é um património de valia apreciável. A este respeito dizer que existe aqui um túnel, que apresenta não mais do que alguns metros de profundidade, e que fazia parte de uma ideia para ligação ferroviária entre as zonas de Arganil e da Lousã. Nunca chegou a avançar, mas deve evitar-se o seu uso como depósito de resíduos ou para outras finalidades menos abonatórias.

O rio Ceira, que aqui se apresenta estreito quando atravessa o desfiladeiro, tem uma identidade bem marcada. Na sua incursão está marcada a zona de Góis, cujo concelho é totalmente atravessado no seu percurso.

Cabril do Ceira
Cabril do Ceira

Vale dizer que o rio Ceira nasce na Serra do Açor, bem próximo da Aldeia do Piódão, e que se constitui como um afluente do Mondego. Esta situação é marcada na margem esquerda desse rio já próximo da cidade de Coimbra, mais especificamente na ponte da Portela do Mondego.

Das atividades que o rio permite realizar destaca-se a canoagem, situação possível em mais do que um troço do Ceira. Assim, a descida do mesmo pode ser feita desde que exista um volume mínimo de água. Contudo, é importante alguma experiência anterior nesta área, por questões de segurança. Existem muitos pontos de interesse, nomeadamente açudes com diferentes estruturas.

O rio é muito estreito em alguns locais, e apresenta alguns obstáculos como árvores e pedras em determinadas zonas, mas os rápidos e alguns desníveis de água tornam esta experiência desafiante e memorável.

Voltando ao Desfiladeiro do Cabril do Ceira, são de destacar mais algumas atrações como a capela da Senhora da Candosa e caminhos que conduzem por zonas rochosas. Nestas existem encostas utilizadas para efetuar alguns desportos mais radicais.

Estão pensados para este local projetos que podem vir a tornar o seu enorme potencial mais explorado, como um que a Junta de Freguesia de Vila Nova de Ceira perspetiva. Assim, está pensada para o meio do desfiladeiro uma estrutura, cujo chão será marcado pelo vidro, onde os visitantes poderão vislumbrar a imponência desta zona. Está planeado atingir com este projeto uma conjugação entre prática desportiva e cultural, onde o passadiço associado terminará numa zona de piso de vidro.

Como chegar ao Desfiladeiro do Cabril do Ceira?

Chegar ao Desfiladeiro do Cabril do Ceira, um dos segredos mais bem guardados de Portugal, não é difícil. O itinerário passa essencialmente por seguir até à estrada que liga Serpins a Vila Nova do Ceira, mais precisamente a N 342-3, e após alcançar a ponte medieval de Serpins, continuar pelas indicações que referem Vila Nova do Ceira. Neste sentido, e após atingir uma nova ponte deve deter-se nas referências (feitas em modo pitoresco) que conduzem até Cabril.

Depois desta segunda ponte, construída em ferro e cimento, deve continuar por uma estrada de terra. Conforme referimos as indicações são pitorescas, pelo que deve ir com atenção a todos os pormenores. Após a ponte, a referência a Cabril está escrita a vermelho num rochedo. Chegado ao destino vai encontrar algo sublime, que tem ainda tanto de de desconhecido como de belo.

O que visitar perto de Cabril do Ceira?

É inevitável pensar na Serra da Lousã e fazer referência às Aldeias de Xisto. Em toda esta zona existem atrações escondidas nas montanhas, que até há bem pouco tempo tinham estado votadas ao abandono.

Ainda se observam muitos chalés de pedra em ruínas, mas é notório o esforço que tem sido feito no sentido da recuperação e valorização das Aldeias de Xisto. E o sucesso dessa recuperação é grande, devendo destacar-se a afamada rota das Aldeias de Xisto e em particular as localidades de Casal Novo, Candal, Cerdeira, Chiqueiro e Talasnal.

Talasnal é sem dúvida a aldeia mais conhecida de entre as Aldeias de Xisto da Lousã, conferindo grande identidade e carisma a esta zona e ao conceito em si, que abarca localidades por vários pontos do país, com particularidade para o Centro de Portugal. Neste sentido, devem destacar-se as Serras do Açor e da Lousã, que no seu conjunto ostentam 27 aldeias deste género.

Provavelmente a melhor definição para estas aldeias, de que o Talasnal é o ex-libris, reside no facto de se constituírem como a fuga perfeita de um mundo agitado. São locais ao mesmo tempo remotos e belos, escondidos e arrebatadores, que conjugam imenso charme com uma natureza intacta. E esse é o melhor cartão de visita.

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