sábado, 23 de outubro de 2021

Costa propõe salário mínimo de 705 euros no próximo ano e de 850 euros em 2025


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O líder socialista assumiu, na reunião da Comissão Política do PS, que não teme ir a votos.

É o trunfo que o primeiro-ministro, António Costa, vai levar à mesa das negociações com Bloco de Esquerda e PCP, naquela que será provavelmente a última ronda negocial antes da votação do Orçamento do Estado: ao que a TSF apurou, no início desta comissão política, António Costa confirmou que o salário mínimo vai subir para os 705 euros no próximo ano, um aumento de 40 euros em relação ao valor atual.

O primeiro-ministro explicou ainda que o Governo tem a intenção de aumentar o salário mínimo para os 850 euros em 2025, um valor que não é novidade. O que se torna notícia é o fator tempo, já que o Governo prevê chegar a esse valor em quatro anos, ou seja, que haja um aumento de 50 euros a cada ano.

Na sua intervenção inicial na Comissão Política do PS, António Costa revelou ainda que, para 2022, está previsto o maior aumento extraordinário das pensões dos últimos seis anos, numa aproximação clara ao PCP para tentar a aprovação do Orçamento do Estado.

Fontes socialistas confirmaram também à TSF que António Costa assumiu que não deseja eleições, mas não teme ir a votos porque, diz o próprio, o Governo deve fazer tudo o que pode para chegar a um acordo, mas não a qualquer preço.

Costa defende que a solução governativa à esquerda ainda não está esgotada, mas não depende apenas do Partido Socialista.

Governo aposta no PCP: creches gratuitas até 2025

De acordo com o documento que António Costa entregou aos militantes, a que a TSF teve acesso, o Partido Socialista compromete-se também, por proposta do primeiro-ministro, a antecipar para 1 de janeiro de 2022 o aumento extraordinário das pensões, e alargar o aumento extraordinário a todas as pensões com valor até 2,5 IAS (1.097 euros).

Em mais uma medida de aproximação ao PCP, o Governo prevê introduzir a gratuitidade progressiva das creches: no primeiro ano em 2022/23, no segundo ano em 2023/24, e acresce ao terceiro ano em 2024/25.

Já em matéria de IRS, o Governo irá aumentar o mínimo de existência em 200 euros, que vai abranger mais 170 mil portugueses, de acordo com os cálculos do Governo.

Haverá, também uma solução para 235 mil agregados com salário bruto entre 9.315 euros e 10.200 euros que têm salário líquido de IRS igual aos de quem recebe 9.315 euros.

O Governo promete também aumentar as verbas para os transportes, no Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público, uma reivindicação dos comunistas.

No documento, o partido defende que o Governo tem promovido "o consenso e a estabilidade política" para "assegurar a continuidade da recuperação do país".

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