terça-feira, 5 de outubro de 2021

Ataques fascistas a militantes de esquerda sucedem-se na Grécia


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Pelo menos três pessoas ficaram feridas no Bairro de Ilioupolis, em Salónica, na sequência de um ataque perpetrado este domingo por um grupo de dez a 15 «fascistas e neonazis», armados com correntes, pés-de-cabra, facas e tasers, contra militantes do Partido Comunista da Grécia (KKE) e da Juventude Comunista (KNE) que distribuíam panfletos à população.

Nikoleta Theognostou, vereadora do KKE e que estava no local no momento do ataque, disse à imprensa que grupos fascistas operam no bairro há muito, com a tolerância das autoridades governamentais.

De acordo com o portal idcommunism.com, o ataque deste domingo segue-se a outros, também em Salónica, perpetrados recentemente contra antifascistas, organizações de esquerda, estudantes e sindicalistas na escola vocacional de Stavroupolis.

O KEE, que instou o governo de Kyriakos Mitsotakis a «tomar medidas» e a «assumir responsabilidade na resposta à actividade dos bandos fascistas», convocou uma manifestação para o próximo sábado, dia 9, em Salónica.

Organização popular e luta de massas «isolarão e esmagarão» o fascismo

Agence France Presse (AFP) refere que a Grécia assiste a uma nova vaga de ataques contra comunistas e elementos de esquerda, de que é exemplo a agressão, igualmente perpetrada no domingo, contra participantes numa mobilização antifascista realizada no bairro operário de Neo Iraklio, em Atenas.

Ontem, indica a AFP, a Polícia grega deteve um homem de 30 anos suspeito de pertencer a um grupo de extrema-direita e de ter participado neste e noutros ataques recentes a militantes de esquerda.

Em comunicado, o KKE destacou que, um ano depois da condenação do Aurora Dourada, «fica provado que o fascismo continua a ser uma arma útil […] do sistema, que não hesita em usá-lo contra […] os comunistas que lideram a organização e o fortalecimento da luta popular».

Para os comunistas, têm responsabilidade nestes ataques os «funcionários governamentais, políticos, jornalistas e outros membros do establishment que, todos os dias, equiparam a violência criminosa nazi à luta do povo e à actividade do KKE, reproduzindo assim a teoria dos "dois extremos"».

«Deste modo, absolvem e acabam por armar os fascistas», afirma, sublinhando que estes «serão isolados e esmagados» pela organização popular e a luta de massas.

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