Mais de metade dos jogadores de raspadinha são mulheres entre os 35 e os 54 anos, "com habilitações relativamente baixas e rendimentos entre 500 e 1.000 euros mensais". A conclusão é retirada de uma análise do SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências) ao Inquérito Nacional ao Consumo de substâncias Psicoativas na População Geral 2016/17. O documento revela ainda que entre jovens estudantes (dos 15 aos 24 anos) e pessoas com habilitações ao nível do ensino superior e rendimentos mais elevados, é menos comum jogar a raspadinha.
O mesmo inquérito revela que 24 mil pessoas que jogam à raspadinha (1% do total) são jogadoras patológicas, ou seja, de acordo com o questionário South Oaks Gambling Screen que serve para diagnosticar doenças mentais, obtiveram uma pontuação que revelou uma relação problemática com o jogo.
Porém, quando considerados os jogadores patológicos, a maioria (45,6%) não joga raspadinha e só 3,3% se dedicam em exclusivo a este tipo de jogo a dinheiro. 39,3% joga raspadinha e outros jogos, incluindo jogos não institucionais como póquer ou slot machines, por exemplo.
Entre os jogadores de raspadinha, 96,5% são recreativos e 2,5% abusivos.
Ao comparar os dados de 2017 aos recolhidos desde 2012, é possível verificar que o jogo abusivo (entre o jogo recreativo e o patológico, de acordo com o questionário South Oaks Gambling Screen) quadriplicou, de 0,3% para 1,2%. Já o jogo patológico duplicou, de 0,3% para 0,6%.
Entre 2012 e 2017 a prevalência de raspadinha aumentou de 24,4% para 30,7 %, passando de terceiro para o segundo jogo a dinheiro usado por mais pessoas em Portugal.
Entre todos os jogos a dinheiro institucionais, a raspadinha é o segundo mais mencionado no inquérito (30,7%), atrás apenas do Euromilhões (36,2%). O Totobola/Totoloto surge em terceiro lugar (12,1%), seguido das lotarias (9%) e Placard (5,5%).
De acordo com o inquérito de 2017, cinco em cada dez residentes dos 15 aos 74 anos jogam a dinheiro e três em cada dez, jogam raspadinha.
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