domingo, 23 de maio de 2021

PS diz que Bloco tentou "expiar o peso do voto contra" no OE. E vinca o parceiro: "O PCP percebeu"

 


"É difícil de entender”, diz Ana Catarina Mendes, depois de ver o Bloco "durante todo o fim de semana" fazer críticas ao PS. A dirigente socialista vinca a diferença entre bloquistas e comunistas. Mas mantém porta aberta ao diálogo, pelo menos formalmente, com o Bloco. Facto: as negociações com Jerónimo para o próximo OE estão num impasse

Por causa da pandemia, não houve partidos convidados para a sessão de encerramento da Convenção do Bloco. Mas nem por isso o partido mais visado da reunião bloquista deixou de reagir - pelo Facebook, e através de Ana Catarina Mendes, a líder parlamentar socialista, um dos elementos mais próximos de António Costa. E foi ao ataque:

"A tentativa, durante todo o fim de semana, de expiar o peso do voto contra, ao lado da direita, no último orçamento que reforçou o SNS, aumentou a proteção social, criou uma nova prestação para quem nunca descontou para a segurança social, aumentou a proteção no desemprego, garantiu o lay off a 100% aos trabalhadores para que não perdessem o seu emprego e o seu rendimento, apenas para dar alguns exemplos de um OE verdadeiramente social, é difícil de entender”, escreveu Ana Catarina Mendes.

Com o Bloco em modo de divórcio consumado - mas não plenamente assumido - a socialista aproveitou para marcar as diferenças face à negociação nunca interrompida com o PCP, agora parceiro preferencial do Governo face à viabilização do último Orçamento - a par dos Verdes e do PAN. “No momento em que vivemos a maior crise das nossas vidas o que se exige é que saibamos ler o que os portugueses disseram nas eleições de 2019: o PS a liderar o Governo com o apoio dos partidos à esquerda no parlamento. O PCP percebeu isto e lutou no último orçamento com propostas próprias que estão a ser executadas.”

A verdade é que as negociações com o PCP para o próximo orçamento atravessam um impasse: os comunistas têm feito críticas quase diárias ao posicionamento dos socialistas e aos atrasos na implementação do acordo do último OE (ainda este domingo Jerónimo fez o mesmo). E António Costa teve de pressionar os seus ministros a acelerarem o passo nesse campo para daqui a um mês ter como iniciar as conversações com a esquerda.

Para já, o PS mantém portas abertas à negociação também, pelo menos formalmente: o partido, escreve Ana Catarina, “esteve sempre disponível para dialogar e continua, porque o que está em causa é o País (...). Saibamos, pois, passada a espuma dos dias, encontrar as soluções para recuperar o país e continuar a dar uma vida melhor aos portugueses. 

Aqui estaremos para continuar o trabalho iniciado em 2015”.



expresso.pt

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