sábado, 8 de maio de 2021

Os 17 Povos que deram Origem aos Portugueses

 


 

povos

Celtas

Os livros de História, quando mencionam os antepassados dos portugueses, fazem referência sobretudo aos Lusitanos, à presença Romana e aos Mouros. No entanto, os povos que deram origem aos portugueses estão longe de ser apenas esses. Ainda antes dos Lusitanos, muitos povos habitaram o território que hoje corresponde a Portugal. Alguns desses povos não deixaram vestígios e tudo o que sabemos sobre eles provem da leitura das crónicas históricas dos gregos e dos romanos. É o caso, por exemplo, dos Estrimníos, dos Sefes ou dos Cempsos, cuja história apenas pode ser conhecida através das crónicas do escritor latino Avieno, no século IV.

Note-se ainda que muitos povos são catalogados como pertencendo a tribos celtas falar de todos eles é uma tarefa complicada. Exemplo disso são os Tamagani, na zona de Chaves ou os Gróvios, na zona do Minho. E há ainda algumas surpresas, como os escravos negros que foram usados para povoar a zona do Sado ou os Franceses que vieram povoar algumas partes do Alentejo no século XII. Descubra os 17 povos antepassados dos portugueses, que deram origem à nação que somos hoje.

 

1. Estrimníos

Os Estrímnios (em latim: Oestremni são dados como o primeiro povo nativo conhecido de Portugal. Oestremni significaria (povo do) extremo ocidente. Estendiam o seu território da Galiza (Noroeste de Espanha) até ao Algarve. Este povo de hábitos rudes dormia no chão, alimentava-se de carne de bode e pão feito a partir de farinha de bolotas e praticava sacrifícios humanos durante os quais examinavam as vísceras das vítimas para predizer o futuro.

OfiússaCastros

Vindos de leste, chegaram os Sefes, guiados pela sua deusa-serpente, Ofiusa. Estes eram menos numerosos que os Estrímnios. No entanto, os Estrímnios eram um povo de agricultores pacíficos e os Sefes, além de bons guerreiros, possuíam uma religião mais desenvolvida e quase exterminaram os Estrímnios, tendo sobrevivido apenas alguns povoados dispersos pelo território que antigamente dominavam.

 

2. Ofis (ou Sefes)

A passagem dos Sefes como força invasora pelas planícies do Alentejo encontra-se arqueologicamente documentada, seja pelo desaparecimento súbito e inexplicável de povoados na Serra de Huelva e nas duas margens do Guadiana (o povoado de Passo Alto, na margem direita do Chança, é um caso paradigmático), seja pela alteração do modelo de povoamento no Alentejo Central, com as populações abandonando as suas quintas na planície, sem preocupações defensivas, e recuperando ou construindo grandes povoados fortificados, no cimo dos montes, como se pode comprovar nos povoados da Serra d’ Ossa.

sefesCromeleque dos Almendres

Fundam uma primeira cidade, Dipo, que sobrevive até à epoca romana e que muito acreditam estar no subsolo de Évoramonte. E avançando para oeste e para noroeste fundam sucessivamente Beuipo (Alcácer do Sal), Olisipo (Lisboa) e Colipo (Leiria), avançando até às margens do Mondego. A terminação em “-ipo” das povoações que fundaram (os topónimos que o tempo não devorou), não nos ilude quanto à sua proveniência, pois a esmagadora maioria dos povoados em “-ipo” encontra-se a sul do Guadalquivir.

 

3. Cempsos

Os cempsos foram uma tribo que habitou o sudoeste da Península Ibérica na Antiguidade. Habitavam a região do Cinético, nome dado na Antiguidade ao Algarve, e faziam parte dos cinetes, motivo pelo qual, mais tarde, Avieno deu o nome de lugum cempsicum ao actual cabo Espichel. Os cempsos viveram na região conhecida como Cuneum Ager (“Campo Cónio”), sendo assim uma variante étnica dos cónios, talvez com fortes influências lígures ou célticas.

Cromeleque do XerezCromeleque do Xerez

Estas hipóteses, no entanto, permanecem em aberto, na falta de qualquer indício significativo que permita elucidar melhor esta questão. Nicolae Densusianu, na sua obra Dacia Pré-histórica, localiza a tribo dos cempsos nas proximidades do Cănicea, numa aldeia da Roménia habitada nessa época pelos coniscos. Os cempsos terão  fundado Sesimbra.

 

4. Lusitanos

Os lusitanos são normalmente vistos como uns dos antepassados dos portugueses do centro e sul do país e dos extremenhos. Eram um povo celtibérico que viveu na parte ocidental da Península Ibérica. Primeiramente, uma única tribo que vivia entre os rios Douro e Tejo ou Tejo e Guadiana. Ao norte do Douro limitavam com os galaicos e astures – que constituem a maior parte dos habitantes do norte de Portugal – na província romana de Galécia, ao sul com os béticos e ao oeste com os celtiberos na área mais central da Hispânia Tarraconense.

LusitanosLusitanos

A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Apesar de as fronteiras da Lusitânia não coincidirem perfeitamente com as de Portugal de hoje, os povos que aqui habitaram são uma das bases etnológicas dos portugueses do centro e sul e também dos extremenhos (da Extremadura espanhola).

 

5. Fenícios

Os Fenícios eram um povo de navegadores e comerciantes originário do actual Líbano e da zona costeira da moderna Síria. A abundância de peixe das nossas costas interessou os Fenícios na pesca e na salga de peixe, mas também na procura de metais, como a prata, o cobre e o estanho.

Civilização Fenícia

Civilização Fenícia

Traziam produtos, como tecidos, vidros, porcelanas, armas e objectos de adorno, para fazerem as suas trocas comerciais. Fundam as Feitorias, isto é, uma espécie de postos comerciais, no litoral. Criaram o primeiro alfabeto, constituído por 22 consoantes, e utilizaram o papiro para escreverem. Infelizmente, em termos materiais e arquitectónicos temos poucos vestígios sobre este povo (o subsolo do claustro da Sé de Lisboa é um dos poucos exemplos).

 

6. Gregos

Os Gregos chegaram depois à Península, concorrentes comerciais dos Fenícios, fundam várias colónias, tais como Alcácer do Sal. Estes introduziram a civilização helénica no Sul e Leste  da Península. Como vestígios da sua presença deixaram a ânfora (uma das primeiras peças para armazenar mantimentos), vasos e moedas. Embora se considerem lendas, diz-se que Ulisses fundou Lisboa, e o filho deste, Abidis, fundou Santarém.

Navio Grego

Navio Grego

A maior contribuição grega na cultura das populações deste território foi sem dúvida a noção de moeda, que começou a ser cunhada localmente em Emporion no século V a.C. e em Rodes no século seguinte. Esta prática, porém, só se tornou corrente nos restantes territórios da Península Ibérica nos anos posteriores e sob a influência de Cartago.

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