quinta-feira, 6 de maio de 2021

Manifestação vai receber Cimeira Social no Porto

 

A CGTP afirmou que terá uma grande manifestação no sábado, no Porto, com 

trabalhadores de todo o País, para reclamar «um novo rumo», que valorize o 

trabalho e melhore as condições de vida.

1.º de Maio de 2021, Alameda Afonso Henriques, Lisboa 

«Estamos convictos de que vamos ter uma grande manifestação nacional no Porto, com trabalhadores vindos de todo o País, para reafirmar as nossas reivindicações, exigir uma mudança de rumo e protestar contra a retirada de direitos, que se agudizou com a pandemia», disse a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.

Segundo Isabel Camarinha, a manifestação nacional, que coincide com a cimeira informal dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), no âmbito da Cimeira Social, já está devidamente organizada, com transporte fretado para os trabalhadores, em condições de segurança sanitária

«Como é habitual nos nossos protestos, serão respeitadas todas as regras sanitárias, a manifestação decorrerá com o distanciamento devido e sempre com máscaras», afirmou a sindicalista.

A líder da Intersindical explicou que a central sindical marcou esta manifestação por considerar que «é necessário continuar e intensificar a luta por trabalho digno e melhores condições de vida».

«Quando se discute o pilar europeu dos direitos sociais mas o trabalho continua a não ser valorizado, temos de lutar para inverter o rumo do País e reafirmar as nossa reivindicações», disse.

Esta Cimeira concretiza-se numa altura em que a UE parece querer fixar critérios sobre os salários mínimos nos países membros, passando a ideia de que com essa iniciativa os salários mínimos e o conjunto dos salários mais baixos se poderão aproximar dos mais elevados.

No entanto, a questão é saber se se trata de aumentar os salários mínimos ou de fixar critérios com percentagem em relação aos salários médios praticados e que, em algumas situações, acabariam por determinar valores do salário mínimo em Portugal abaixo do que já é praticado e, desta forma, procurar condicionar o aumento dos salários em geral.

O aumento geral dos salários, a fixação do salário mínimo nos 850 euros a curto prazo, a redução do horário de trabalho e a criação de emprego com direitos são as reivindicações consideradas prioritárias para a CGTP-IN.

A Cimeira realiza-se, por um lado, no momento em que se invoca a protecção do ambiente para destruir postos de trabalho e substituir a produção nacional por mais importações, sem vantagens para a protecção ambiental, de que são exemplo os casos da central termoeléctrica de Sines e a refinaria da GALP, em Matosinhos.

A situação nacional é também marcada pelo alerta em Odemira, relativo à situação degradante no que toca a condições de vida, de saúde e de trabalho, dos trabalhadores agrícolas, na sua maioria emigrantes, num tempo de profundos avanços tecnológicos.

Na sexta-feira realiza-se no Porto a Cimeira Social, que é seguida de um Conselho Europeu informal, no sábado, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.


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