quarta-feira, 5 de maio de 2021

KARL MARX 1818/1883 - CONHEÇA MARX



Karl Marx [(Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883)


Foi um filósofo, sociólogo, historiador, economista, jornalista e revolucionário socialista. Nascido na Prússia, mais tarde se tornou apátrida e passou grande parte de sua vida em Londres, no Reino Unido. A obra de Marx em economia estabeleceu a base para muito do entendimento atual sobre o trabalho e sua relação com o capital, além do pensamento econômico posterior.


Publicou vários livros durante sua vida, sendo O Manifesto Comunista (1848) e O Capital (1867–1894) os mais proeminentes.


Marx nasceu numa família de classe média em Tréveris, na Renânia prussiana, e estudou nas universidades de Bonn e Berlim, onde se interessou pelas ideias filosóficas dos jovens hegelianos. Depois dos estudos, escreveu para o Rheinische Zeitung, um jornal radical publicado em Colônia, e começou a trabalhar na teoria da concepção materialista da história. 

Em 1843, mudou-se para Paris, onde começou a escrever para outros jornais radicais e conheceu Friedrich Engels, que se tornaria seu amigo de longa data e colaborador. 

Em 1849, foi exilado e se mudou para Londres juntamente a sua esposa e filhos, onde continuou a escrever e formular suas teorias sobre a atividade econômica e social. Também fez campanha para o socialismo e tornou-se uma figura significativa na Associação Internacional dos Trabalhadores.

RECORDE AQUI AS PRINCIPAIS CITAÇÕES DE MARX - Os operários não têm pátria.

Os operários não têm pátria.

Karl Marx: Os operários não têm pátria. 





Karl Marx"A estrada ao inferno é pavimentada com boas intenções."
Karl Marx

Karl Marx"A religião é o ópio do povo. "
Karl Marx

Karl Marx"De cada um, de acordo com suas habilidades, a cada um,
de acordo com suas necessidades. "

Karl Marx

Karl Marx"As grandes mudanças sociais são impossíveis sem a
agitação feminina."

Karl Marx

Karl Marx"O caminho do inferno é pavimentado de boas inten­ções."
Karl Marx

Karl Marx"O estabelecimento de um dia de trabalho normal é o
resultado de séculos de luta entre o capitalista e o ope­rário ."

Karl Marx

Karl Marx"Sempre e em toda parte, a arte é a confissão secreta
e o movimento imortal de sua época."

Karl Marx

Karl Marx"A burguesia não pode existir sem revolucionar
constantemente os instrumentos de produção e, portanto,
as relações de produção, isto é, todo o conjunto das
relações sociais. Esta mudança contínua da produção, esta
transformação ininterrupta de todo o sistema social, esta
agitação, esta perpétua insegurança distinguem a época
burguesa das precedentes. Todas as relações sociais
tradicionais e estabelecidas, com seu cortejo de noções e
idéias antigas e veneráveis, dissolvem-se; e todas as que as
substituem envelhecem antes mesmo de poder ossificar-se."

Karl Marx

Karl Marx"A classe capitalista rasgou o véu sentimental da
família, reduzindo as relações familiares a meras relações
monetárias."

Karl Marx

Karl Marx"A ditadura do proletariado constitui-se na transição para
atingir uma sociedade sem classes."

Karl Marx

Karl Marx"A história da sociedade até aos nossos dias é a história
da luta de classes."

Karl Marx

Karl Marx"A melhor forma de Estado é aquela em que os antagonismos
entram abertamente e encontram sua solução."

Karl Marx

Karl Marx"A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a
opressão da mulher pelo homem."

Karl Marx

Karl Marx"A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e
limitados que um objecto só é nosso quando o possuímos."

Karl Marx

Karl Marx"A religião é o suspiro da criatura aflita, o estado de
ânimo de um mundo sem coração, porque é o espírito
da situação sem espírito. A religião é o ópio do povo."

Karl Marx



Karl Marx"Amor: um problema também, que Marx não resolveu - Jean
Anouilh"

Karl Marx

Karl Marx"As idéias dominantes de uma época sempre foram as idéias
da classe dominante."

Karl Marx

Karl Marx"As idéias nada podem realizar. Para realizar as idéias
são necessários homens que ponham a funcionar uma força
prática."

Karl Marx

Karl Marx"De cada um, de acordo com suas habilidades, a cada um, de
acordo com suas necessidades."

Karl Marx



Karl Marx"Na manufatura e no artesanato, o trabalhador utiliza a
ferramenta; na fábrica, ele é um servo da máquina."

Karl Marx



Karl Marx"Não é a história que usa o homem para realizar os seus
fins, ao contrário, ela nada mais é do que a atividade
do homem que persegue seus fins."

Karl Marx

Karl Marx"O aumento dos salários não é nada mais do que o
pagamento de salários melhores a escravos, e não
conquista para o operário seu destino e sua dignidade humana."

Karl Marx

Karl Marx"O Capitalismo gera o seu próprio coveiro."
Karl Marx

Karl Marx"O comunismo consiste numa reunião de homens livres
trabalhando com meios de produção comuns e, dependendo, a
partir de um plano combinado, suas numerosas forças
individuais como uma única e mesma força de trabalho social."

Karl Marx

Karl Marx"O estabelecimento de um dia de trabalho normal é o
resultado de séculos de luta entre o capitalista e o operário."

Karl Marx

Karl Marx"O movimento proletário é o movimento autónomo da
imensa maioria no interesse da imensa maioria."

Karl Marx

Karl Marx"O povo que subjuga outro, forja suas próprias cadeias."
Karl Marx


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Definição: O que é ser lúmpen? 

Lumpem-proletariado - Qual o significado desse termo marxista ? em alemão: lumpenproletariat - lump: "pessoa desprezível" - lumpen: "esfarrapado".

Definição: O que é ser lúmpen?





 



Esse termo foi introduzido por Karl Marx em seu texto "A Ideologia Alemã" onde aparece quase no final da seguinte forma:

"Como nos vemos aqui obrigados a limitar-nos aos pontos capitais, consideraremos apenas um exemplo verdadeiramente flagrante. que é o da destruição de uma velha civilização por um povo bárbaro e a formação conjunta de uma estrutura social a partir do zero (Roma e os Bárbaros, o feudalismo e a Gália, o Império do Oriente e os Turcos).
Para o povo bárbaro conquistador, a guerra é ainda, tal como atrás dissemos, um modo normal de relação tanto mais zelosamente praticado quanto mais imperiosa se torna a necessidade de novos meios de produção devido ao aumento da população e ao modo de produção tradicional, rudimentar e único possível, desse povo.
Em Itália, pelo contrário, assiste-se à concentração da propriedade fundiária realizada por herança, por compra e ainda por endividamento; e isto porque a extrema dissolução dos costumes e a escassez dos casamentos originavam a progressiva extinção das velhas famílias, acabando os seus bens por cair nas mãos de um pequeno número delas.
Alem disso, tal propriedade fundiária foi transformada em pastagens. transformação essa provocada, para além das causas econômicas habituais válidas ainda nos nossos dias, pela importação de cereais pilhados ou exigidos a título de tributo o a conseqüente falta de consumidores de trigo italiano que isso implicava.
Devido a estas circunstâncias, a população livre desapareceu totalmente e os próprios escravos ameaçavam abandonar a sua situação, tendo de ser constantemente substituídos.
A escravatura continuava a ser a base’ de toda a produção.
Os plebeus, colocados entre os homens livres e os escravos, nunca conseguiram ultrapassar a condição de Lumpenproleiariat."



Em alguns de seus textos subsequentes Marx usou novamente o termo e enumerou quais segmentos da sociedade ele achava que eram "lumpen".


No 18 Brumário Karl Marx fornece a seguinte descrição:

"Sob o pretexto de criar uma sociedade de beneficência, organizou-se o lumpemproletariado de Paris em seções secretas, cada uma delas dirigida por um agente bonapartista, ficando um general bonapartista na chefia de todas elas.
Junto a roués [libertinos] arruinados, com duvidosos meios de vida e de duvidosa procedência, junto a descendentes degenerados e aventureiros da burguesia, vagabundos, licenciados de tropa, ex-presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos, delinquentes, batedores de carteira e pequenos ladrões, jogadores, alcaguetes, donos de bordéis, carregadores, escrevinhadores, tocadores de realejo, trapeiros, afiadores, caldeireiros, mendigos - em uma palavra, toda essa massa informe, difusa e errante que os franceses chamam la bohème: com esses elementos, tão afins a ele, formou Bonaparte a soleira da Sociedade 10 de dezembro.
......
Bonaparte, que precisamente por ser um boêmio, um príncipe lumpenproletário, levava vantagem sobre o burguês vil porque podia conduzir a luta por meios vis, viu agora, depois que a própria Assembléia o guiara, por sua própria mão, através do terreno escorregadiço dos banquetes militares, das revistas de tropas, da Sociedade de 10 de Dezembro e, finalmente, do Código Penal, que chegara o momento em que poderia passar de uma aparente defensiva à ofensiva.
.......
A seu lado alinhavam-se a aristocracia financeira, a burguesia industrial, a classe média [Mittelstand], a pequena burguesia, o exército, o lúmpen proletariado organizado em Guarda Móvel(7), os intelectuais de prestígio, o clero e a população rural.
......
Dinheiro como dádiva e dinheiro como empréstimo, era com perspectivas como essas que esperava atrair as massas. Donativos e empréstimos - resume-se nisso a ciência financeira do lúmpen proletariado, tanto de alto como de baixo nível. Essas eram as únicas alavancas que Bonaparte sabia movimentar. Nunca um pretendente especulou mais vulgarmente com a vulgaridade das massas.
....
O próprio exército já não é a flor da juventude camponesa; é a flor do pântano do lúmpen proletariado camponês.
....
A indústria e o comércio, e, portanto, os negócios da classe média, deverão prosperar em estilo de estufa sob o governo forte.
São feitas inúmeras concessões ferroviárias.
Mas o lúmpen proletariado bonapartista tem que enriquecer.
Os iniciados fazem tripotage(35) na Bolsa com as concessões ferroviárias."


No Manifesto Comunista Karl Marx se refere ao lumpemproletariado da seguinte forma:

"As classes médias -pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses - combatem a burguesia porque esta compromete sua existência como classes médias.
Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, reacionárias, pois pretendem fazer girar para trás a roda da história.
Quando são revolucionárias, é em conseqüência de sua iminente passagem para o proletariado; não defendem então seus interesses atuais, mas seus interesses futuros; abandonam seu próprio ponto de vista pira adotar o do proletariado.
O lumpemproletariado, esse produto passivo da putrefação das camadas mais baixas da velha sociedade pode, às vezes, ser arrastado ao movimento por uma revolução proletária;todavia, suas condições de vida o predispõem mais a vender-se à reação para servir às suas manobras."





No O Capital Marx diz:

"Finalmente, o mais profundo sedimento da superpopulação relativa habita a esfera do pauperismo.
Abstraindo vagabundos, delinqüentes, prostitutas, em suma, o lumpemproletariado propriamente dito, essa camada social consiste em três categorias.
Primeiro, os aptos para o trabalho.
Basta apenas observar superficialmente a estatística do pauperismo inglês e se constata que sua massa se expande a cada
crise e decresce a toda retomada dos negócios.
Segundo, órfãos e crianças indigentes.
Eles são candidatos ao exército industrial de reserva e, em tempos de grande prosperidade, como, por exemplo, em 1860, são rápida e maciçamente incorporados ao exército ativo de trabalhadores.
Terceiro, degradados, maltrapilhos, incapacitados para o trabalho.
São notadamente indivíduos que sucumbem devido a sua imobilidade, causada pela divisão do trabalho, aqueles que ultrapassam a idade normal de um trabalhador e finalmente as vítimas da indústria, cujo número cresce com a maquinaria perigosa, minas, fábricas químicas etc., isto é, aleijados, doentes, viúvas etc.
O pauperismo constitui o asilo para inválidos do exército ativo de trabalhadores e o peso morto do exército industrial de reserva.
Sua produção está incluída na produção da superpopulação relativa, sua necessidade na necessidade dela, e ambos constituem uma condição de existência da produção capitalista e do desenvolvimento da riqueza.
Ele pertence ao faux frais da produção
capitalista que, no entanto, o capital sabe transferir em grande parte de si mesmo para os ombros da classe trabalhadora e da pequena classe média."


No seu "Luta de classes na França" Marx diz:

"... dos apetites doentios e dissolutos em que a riqueza derivada do jogo naturalmente procura a sua satisfação, em que o prazer se torna crapuleux(5*), em que o dinheiro, a imundície e o sangue confluem.
No seu modo de fazer fortuna como nos seus prazeres a aristocracia financeira não é mais do que o renascimento do lumpenproletariado nos cumes da sociedade burguesa.
.....
O povo gritava: À bas les grands voleurs! À bas les assassins!(6*) quando no ano de 1847. nos palcos mais elevados da sociedade burguesa, se representava em público as mesmas cenas queconduzem regularmente o lumpemproletariado aos bordéis, aos asilos, aos manicómios, aos tribunais, às prisões e ao cadafalso.
....
Para esse fim o Governo provisório formou 24 batalhões de Guardas Móveis, cada um deles com mil homens, cujas idades iam dos 15 aos 20 anos.
Na sua maioria pertenciam ao lumpemproletariado, que em todas as grandes cidades constitui uma massa rigorosamente distinta do proletariado industrial,
....
Os bonapartistas tinham tão pouca confiança no efeito mágico da sua personalidade que enviaram por toda a parte como claque, despachada em massa por comboios e diligências, gente da Sociedade do 10 de Dezembro(12*), essa organização do lumpemproletariado de Paris.
Puseram discursos na boca da sua marionette, os quais proclamavam, segundo a recepção nas diferentes cidades, ora a resignação republicana ora a tenacidade perseverante como lema eleitoral da política presidencial."



Bakunin se expressou da seguinte forma sobre essa opinião de Marx e Engels a respeito destes segmentos da sociedade que eles chamavam de "lumpen":

"Por flor do proletariado, quero dizer, principalmente, essa grande massa, esses milhões de não-civilizados, deserdados, miseráveis e analfabetos que o Sr. Engels e o Sr. Marx pretendem submeter ao regime paternal de um governo muito forte9 sem dúvida, para sua própria salvação, como todos os governos não foram estabelecidos, é evidente, no próprio
interesse das massas.
Por flor do proletariado, refiro-me precisamente a essa carne de governo eterno, essa grande canalha popular 10, que, sendo mais ou menos virgem de toda civilização burguesa, traz em seu seio, em suas paixões, em seus instintos, em suas aspirações, em todas as necessidades e misérias de sua posição coletiva, todos os germes do socialismo do futuro, o que só ela é hoje bastante poderosa para inaugurar e lazer triunfar a Revolução social. "


"Nota 10 O Srs. Marx e Engels a designam ordinariamente por essa palavra, ao mesmo tempo desprezível e pitoresca, lumpemproletariado, o "proletariado esfarrapado", os gueux."





Conclusão

De posse do conhecimento das palavras de Karl Marx a respeito deste termo podemos fazer alguns comentários.

O termo "lumpemproletariado" é mais um dos muitos termos que Marx criou destinado e nomear pessoas de uma forma genérica dentro dos diversos segmentos da sociedade de sua época, a intenção dessa criação é ter uma palavra para ser usada em sua crítica genérica a sociedade capitalista onde essa suposta "classe" de pessoas existiria e atuaria.

Muitos na atualidade classificam os "lumpemproletrários" como sendo os "excluídos", mas, ao lermos o que Marx escreveu no "18 Brumário" somos levados a crer que não era bem isso que Marx pensava... pois neste texto Marx coloca os "lumpen" entre a aristocracia e a burguesia napoleônica, e entre aqueles que querem e tem dinheiro, e mais ainda, eram inimigos dos proletários franceses.
E inclusive Marx diz que o próprio Napoleão III era um "príncipe" lumpemproletário!

Nos textos de Marx podemos ver claramente que Marx em nenhum momento se diz amigo ou defende os "lumpemproletários"... pelo contrário, ele os tem como inimigos, os despreza os chamando de seres oriundos da putrefação da sociedade em suas camadas mais baixas e que se vendem a burguesia.
No "18 Brumário os acusa de terem "duvidosos meios de vida" e "duvidosa procedência", a de serem degenerados.

A opinião de Bakunin também é importante para uma conclusão, Bakunin considerava o que Marx e Engels chamavam de "lumpemproletários" de também serem revolucionários, no caso anarquistas, ao contrário de Marx e Engels que não os consideravam revolucionários.

A conclusão a que forçosamente chegamos é que a "classe" dos lumpemproletários" era mais uma "classe" que Marx condenava, tal como os "capitalistas", os "burgueses", os "pequenos-burgueses", os socialistas "utópicos", "feudais", "verdadeiros", "conservadores", "burgueses", e a todos eles Marx acrescentava o "reacionários".

Em vista disso podemos concluir que Marx não considerava os "lumpemproletários co9mo se fossem "excluídos" como muitos hoje em dia tentam fazer parecer, não, o termo alemão "lumpen" significa ralé esfarrapada e era assim que Marx os via, alem de os ter como inimigos da revolução.

!

Lumpemproletáriado, (não confunfir com Lumpen), é uma palavra alemã "lumpenproletariat" "lumpen" + "proletariat"), foi aportuguesado pelo dicionário brasileiro Aurélio (2.ª edição) para lumpesinato ou lumpemproletariado (com m antes de cada p, como se estipula na Base XIII do Acordo Ortográfico de 1945). Significa, ao pé da letra "trapo ou homem trapo", segundo Karl Marx e Friedrich Engels em A Ideologia Alemã. Na sociologia marxista, esta palavra designa a camada social carente de consciência política, constituída pelos operários que vivem na miséria extrema e por indivíduos que vivem direta ou indiretamente desvinculados da produção social e que se dedicam a atividades marginais, como, por exemplo, o roubo e a prostituição.

Já Lumpen, é relativo ao "Ser lúmpen" (pessoa desprovida de qualquer tipo de princípio ético) é um estado de espírito que NÃO se restringe a classes ou categorias sociais; por vezes um oportunista. Karl Marx classificaria a palavra de pernicioso, já que a absoluta ausência de valores e o cinismo de seu comportamento poderiam contaminar a consciência revolucionária do proletariado.

Ettore Scola, cineasta italiano, mostra em Feios, Sujos e Malvados, uma radiografia minuciosa e completa de uma numerosa e miserável família lúmpen, tal filme é um tratado sobre o ser, o sentir e o agir do lumpionato. Existe ainda uma classificação de Lúmpens: Realistas, ingênuos (naifs).





Lúmpen 

O termo, que pode ser traduzido, ao pé da letra, como "homem trapo", foi introduzido por Karl Marx e Friedrich Engels em A Ideologia Alemã(1845).2 O lumpemproletariado seria constituído por trabalhadores em situação de miséria extrema ou por indivíduos desvinculados da produção social, dedicados a atividades marginais, como os ladrões e as prostitutas. Em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, capítulo V, assim é descrito o lumpemproletariado:
Sob o pretexto de criar uma sociedade de beneficência, organizou-se o lumpemproletariado de Paris em seções secretas, cada uma delas dirigida por um agentebonapartista, ficando um general bonapartista na chefia de todas elas. Junto a roués arruinados, com duvidosos meios de vida e de duvidosa procedência, junto a descendentes degenerados e aventureiros da burguesia, vagabundos, licenciados de tropa, ex-presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos, delinquentes, batedores de carteira e pequenos ladrões, jogadores, alcaguetes, donos de bordéis, carregadores, escrevinhadores, tocadores de realejo, trapeiros, afiadores, caldeireiros, mendigos - em uma palavra, toda essa massa informe, difusa e errante que os franceses chamam la bohème: com esses elementos, tão afins a ele, formou Bonaparte a soleira da Sociedade 10 de dezembro.


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28 de Setembro de 1864: Karl Marx organiza, em Londres, a I Internacional


O dia 28 de Setembro de 1864 marca a fundação em Londres da Associação Internacional de Trabalhadores, historicamente conhecida como a Primeira Internacional. A Internacional  defendia a rápida abolição dos exércitos nacionais, o direito à greve e a colectivização dos meios de produção. As suas actividades foram interrompidas pela guerra de 1870, porém retoma os trabalhos em 1889 no Congresso de Paris, já sob o nome de Segunda Internacional.

Nos primeiros anos da década de 1860, a conjuntura internacional fez com que lideranças sindicais e activistas socialistas começassem a pensar em fundar uma organização que reunisse os sentimentos universais a favor da luta dos trabalhadores e das nações oprimidas.

Num dia de Setembro de 1864, um jovem trabalhador francês,  Victor Le Lubez, bateu à porta de Karl Marx em Londres, onde vivia. Solicitou-lhe que lhe indicasse um nome de alguém da classe trabalhadora que falasse alemão para uma reunião organizada por sindicalistas ingleses e franceses. Marx prontamente indicou Johann Eccarius, um alfaiate bastante sério e que se saiu a contento.  


A associação internacional dos trabalhadores começou a tomar corpo, Marx, embora abalado com a morte em romântico duelo de Ferdinand Lassalle, o líder dos socialistas alemães e fundador da primeira organização de trabalhadores na Alemanha (a Allgemeinen Deutschen Arbeitervereins), resolveu estar presente no Matins’s Hall em Londres, onde a associação foi anunciada. 

Uma conjugação virtuosa de acontecimentos internacionais sacudiu a letargia e as discussões intermináveis em que o mundo revolucionário e sindical se encontrava. Em 1861, o condottiero italiano Giuseppe Garibaldi ao comando das suas tropas envergando camisas vermelhas, ocupara a Sicília e integrara-a, juntamente com Nápoles, no Reino da Itália ainda em formação. O mundo espantou-se com a ousadia daquela acção levada a cabo por tão poucos. 

A unificação da península foi a primeira derrota depois de muitos anos das forças ultraconservadoras da Europa de então: a Igreja Católica e o Império Austro-húngaro. 

A isso se somou a notícia do início da Guerra de Secessão nos Estados Unidos e a abolição da escravatura, a rebelião polaca de 1863 contra o domínio czarista. Em todos esses acontecimentos, houve uma notável onda de solidariedade internacional por aqueles que lutavam a favor da causa da liberdade. 

Impactados com o que ocorria no mundo, vários sindicalistas ingleses como George Odger, Cremer e Wheeler, trataram então de dar procedimento à fundação de uma instituição que captasse e canalizasse o sentimento de fraternidade que então brotava: a International Working Men´s Association. Marx, testemunha do evento, confessou a Engels em carta de 4 de Novembro de 1864, que “permaneceu o tempo inteiro como uma figura muda”, o que não deveria ser fácil para um homem tão loquaz. Após os discursos elegeu-se um Conselho Geral.,com trabalhadores de várias procedências. Marx, indicado como secretário, era o mais célebre. 

A Primeira Internacional Socialista era uma confederação de tendências ideológicas as mais diversas. 
Além dos sindicalistas puros que não queriam envolver-se na política, havia os proudhonianos, os republicanos, os democratas radicais seguidores de Mazzini, antigos cartistas ingleses, blanquistas franceses e alemães, seguidores de Lassalle. Solicitaram a Marx que redigisse uma declaração de princípios e os estatutos provisórios. 

Quanto ao programa de lutas, ele implicava numa série de reivindicações e propostas, que foram sendo acrescentadas ao longo da curta existência da Primeira Internacional, entre eles: a permanente solidariedade a todos os trabalhadores e às suas lutas; a promoção do trabalho cooperativo; redução da jornada das mulheres e das crianças; difusão da lei da jornada de 10 horas pelo restante das nações; estímulo à organização sindical; o estabelecimento de um Polónia livre e democrática, bem como defesa da autodeterminação das nações, opondo-se firmemente "às imensas usurpações realizadas sem obstáculo por essa potência bárbara, cuja cabeça está em São Petersburgo (a Rússia czarista); exigir que "as sensíveis leis da moral e da justiça, que devem presidir as relações entre indivíduos, sejam as leis supremas das relações entre as nações". 

O Conselho Geral da Internacional Socialista foi formado por George Odger (Presidente; George Wheeler (tesoureiro); Karl Marx (secretário pela Alemanha); G.Fontana (pela Itália); J. Holtorp (pela Polónia); Herman Jung (pela Suíça); P. Lebez (pela França). Desnecessário lembrar que foi Karl Marx quem se tornou a alma da organização, trazendo para perto de si gente da sua confiança e, em geral, intelectualmente qualificada para assumir a responsabilidade da divulgação e da enorme correspondência. Para as classes privilegiadas, para os grandes proprietários, os banqueiros, o grande empresariado e mesmo para as classes médias daquela época, o “demónio” passou a ser mais visível, passou a ter um só nome: a Internacional Socialista, dirigida pelo Doutor Vermelho, Karl Marx. 
Fontes: Opera Mundi
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Karl Marx



14 de Março de 1883: Morre o filósofo e historiador alemão Karl Marx, em Londres, autor de "O Capital"

14 de Março de 1883: Morre o filósofo e historiador alemão Karl Marx, em Londres, autor de "O Capital"
Filósofo alemão nascido em Trèves (Renânia) a 5 de Maio de 1818. Acerca dele se afirmou: «No século dezanove foi o pensador que teve, de longe, a influência mais directa, deliberada e poderosa sobre a Humanidade» (Isaiah Berlin). Sensível aos problemas sociais da época, foi influenciado pelas doutrinas do socialismo utópico de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen e pelas teorias da economia política de Adam Smith e David Ricardo, que tentou superar.O pensamento de Marx define-se essencialmente em oposição ao idealismo hegeliano, embora dele retome a concepção dinâmica da realidade e os princípios da dialética, reinterpretando-os à luz de uma concepção materialista. A crítica fundamental que faz a Hegel é a de que este apenas se apercebeu do desenvolvimento espiritual abstracto, quando a ideia não é mais que «a matéria, trasladada e transformada na cabeça do homem», provocando, simultaneamente, uma inflexão no agir filosófico, afastando-o do domínio puramente teorético para o inserir na esfera da intervenção prática - «até ao presente, os filósofos só se têm preocupado com a interpretação do mundo segundo várias óticas. Todavia, o problema está em ser capaz de o transformar».Recusando a transposição hegeliana do facto empírico para o plano metafísico, defende que não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas o seu ser social que determina a consciência. É a partir dessa premissa que Marx constitui o sistema do materialismo histórico, segundo o qual os processos económicos estão na base de toda a evolução da humanidade, considerando todas as restantes manifestações socioculturais como meras superestruturas ideológicas, estritamente determinadas pelas relações de produção vigentes.
A história das sociedades é encarada como um longo processo dialético em que as classes oprimidas, vítimas de relações de produção desiguais, se revoltam contra as classes dominantes, instaurando uma nova ordem económica. A luta de classes percorre, portanto, todo o devir da humanidade, desde a antiguidade (sociedade esclavagista em que se opõe ao homem livre o escravo), passando pela sociedade feudal (oposição entre suserano e servo), até à sociedade capitalista, na qual a revolução do proletariado, através da abolição da propriedade privada e da coletivização dos meios de produção, suprimirá todos os antagonismos, instaurando o comunismo e a sociedade sem classes.
Marx debruçou-se em particular sobre a formação e a essência do capitalismo considerando que este se fundamenta numa apropriação indevida da mais-valia gerada pelo trabalho numa lógica de acumulação e concentração de riqueza que deixa completamente de lado a função social do trabalho e reduz o proletariado a um estado de alienação em que o trabalho deixa de ser um fator de realização pessoal. A religião, que classifica como «ópio do povo», associa-se a esse processo de alienação, prometendo aos proletários uma satisfação extramundana em troca da sua submissão à ordem estabelecida.
Marx morreu em Berlim a 14 de Março de 1883. O seu sistema, desenvolvido em grande parte em colaboração com Friedrich Engels (1820-1895) e imbuído de objetivos sociais reformistas e emancipadores, marcou decisivamente toda a filosofia política contemporânea.

Karl Marx. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

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Karl Marx em 1875

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