sexta-feira, 30 de abril de 2021

MILHARES DE CACATUAS INVADEM UM SUBÚRBIO NA AUSTRÁLIA


 


Uma revoada de corelas, um subgénero das cacatuas brancas que não contam com a típica crista desta espécie, invadiu um subúrbio da cidade de Nowra, na Austrália. 

A incursão foi gravada por moradores da cidade e especificamente um dos vídeos gravado por um usuário do TikTok se tornou viral nas redes sociais. O clipe mostra às aves enquanto permanecem nos cabos de eletricidade, relva, tectos das casas, carros estacionados, e árvores, se apoderam de uma rua da região.


Como uma cena do thriller de Alfred Hitchcock, "Os Pássaros", as corelas vêm faz dias atazanando a vidas dos moradores da região de Nowra, no estado australiano de Nova Gales do Sul.

Bastantes barulhentas, reúnem-se em grandes bandos de até mil indivíduos, e assim como suas primas cacatuas, são muito inteligentes e podem roubar pequenos objetos como isqueiros, canetas, pulseiras, cordões, entre outros.


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As aves são uma presença constante na região de Shoalhaven. Para um turista eventual a revoada pode parecer todo um espetáculo, mas para os moradores é toda uma dor de cabeça, porque as corelas podem ser incrivelmente destrutivas.


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Elas podem provocar danos de monta na infraestrutura humana, mas pouco pode ser feito para controlar seu comportamento, porque as corelas são uma espécie protegida.

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Anteriormente, empresas locais já reportaram problemas nas fachadas das lojas e a presença de excrementos por todas partes, mas o máximo que pode fazer é tentar espantá-las, o que não surte muito efeito, pois elas sempre voltam no outro dia trazendo um outro bando ainda mais numeroso.


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Marighella

 


 Carlos Marighella foi muito importante no cenário político brasileiro, especialmente durante a Ditadura Militar.

Carlos Marighella foi muito importante no cenário político brasileiro. 

Poucos sabem sobre sua história e seus ideais. Mas Marighella foi um dos personagens mais marcantes da ditadura militar. Ele lutou contra o governo autoritário da época.

A principio, na sua adolescência, lutava e defendia abertamente os seus pensamentos. 

Ao longo da sua vida não foi diferente. 

Ele desenvolveu ainda mais a sua resistência, entrou em partidos políticos, foi preso, viajou em busca de conhecimento e se doou por inteiro em defesa do Brasil.

Por falta de conhecimento e repercussão sobre a sua história, até muitos brasileiros não o conhecem, de facto. Um grande homem, que foi ao extremo, sobretudo, para defender suas convicções políticas.

Carlos Marighella - Entenda quem foi e a sua importancia no Brasil
Fonte: Polêmica Paraíba

EM 2019 a produtora O2 Filmes anunciou a estreia do longa “Marighella”, o qual foi cancelado por problemas burocráticos. Desde que o anuncio foi feito,  ele veio causando controvérsias a respeito do atual governo.

A interdição do filme é uma grande perda para a cultura brasileira e a sociedade em geral. Uma vez que impede a população de ter conhecimento a respeito da biografia de um dos homens que, sobretudo, viveu intensamente pelo Brasil.

História de Marighella

Carlos Marighella - Entenda quem foi e a sua importancia no Brasil
Fonte: Socialista Morena

Carlos Marighella nasceu em 1911, em Salvador, na Bahia. Entrou na faculdade aos 18 anos, em 1929, no curso de Engenharia Civil, na Escola Politécnica da Bahia. Simultaneamente deu inicio ao seu envolvimento na politica.

Em 1934,  aos 23 anos, Marighella foi preso, pela primeira vez, por publicar um texto onde fazia criticas ao interventor da Bahia, Juracy Magalhães, que, aliás, foi nomeado por Getúlio Vargas.

Nesse período iniciava-se o Estado Novo,  movimento político ditatorial liderado por Getúlio Vargas. Também nessa época, Carlos Marighella mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se envolveu ainda mais na política. Posteriormente, acabou filiando-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro 

A partir disso, ele passou a cuidar da parte de comunicação do partido. Após 2 anos, foi preso novamente e torturado, a mando do chefe de repressão Filinto Müller. 

Foi solto pela “macedada”, como ficou conhecida a ordem do ministro da Justiça, José Macedo Soares.

Pouco depois, em 1939, Marighella foi preso de novo e torturado durante 6 anos. Somente em 1945, ao final do período politico Estado Novo, teve concedida amnistia e foi solto.

Após esse episódio, Carlos foi à China com o proposito de estudar e observar de perto a Revolução Comunista, uma vez que era a favor do movimento político. Muitos não sabem mas Marighella foi escritor e poeta.

Carlos Marighella chegou a participar da politica formal. Foi eleito deputado federal constituinte, pelo partido que era filiado, o PCB. Entretanto, Eurico Gaspar Dutra, impediu que sua carreira durasse mais que um ano. Pois fez com que o PCB voltasse a ser ilegal


Ditadura Militar

Carlos Marighella - Entenda quem foi e a sua importancia no Brasil
Fonte: Chumbo Grosso Manaus

O período da ditadura militar  inicia-se em 1964. Igualmente nesse ano, Marighella foi atingido por tiros e preso pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), que não passava de um grande sistema de censura

O órgão repreendia, basicamente, tudo e a todos, inclusive os que iam contra as ideias políticas implementadas pelo sistema.

Um ano após ser preso, foi solto. Dessa vez, ele abre mão de resistir pacificamente e passa a adotar a luta armada contra a ditadura. Nesse período ele escreve “A Crise Brasileira”, onde retrata sua perspectiva a respeito do governo que viveu

Enfrentando conflitos e divergências com o seu partido, PCB, Marighella quebra as ordens e vai à primeira conferência  da Organização Latino Americana de Solidariedade. Na conferência, ele escreve mais um de seus textos “Algumas Questões sobre a Guerrilha no Brasil”.

Em 1967, o partido então decide expulsá-lo. Logo após, Marighella cria o grupo Aliança Libertadora Nacional (ALN), que usou armas para resistir a ditadura.

O grupo participou de muitas ações e a mais famosa delas foi o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, junto ao grupo Movimento Revolucionário 8, (MR-8).

A morte de Marighella

Carlos Marighella - Entenda quem foi e a sua importancia no Brasil
Fonte: Izolag

Em 1969, o Dops armou uma emboscada para Marighella, que andava a ser vigiado de perto pelos agentes. A ação que foi coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, envolveu freis dominicanos, amigos de Carlos. Eles foram obrigados a atraírem o guerrilheiro até a Alameda Casa Branca

Conforme planeado pelo Dops, no encontro os agentes estavam escondidos, atiraram e mataram Marighella. A ALN ficou ativa até 1974, eventualmente 11 anos antes da ditadura militar chegar ao fim.

“Marighella” o filme

Carlos Marighella - Entenda quem foi e a sua importancia no Brasil
Fonte: Veja – Abril.com

Nesse ano, um filme sobre a história de vida de Carlos Marighella seria lançado no cinema brasileiro, no dia 20 de novembro. Porém, a produtora do longa O2 Filmes, foi barrada de lança-lo devido a questões burocráticas com a Ancine (Agência Nacional do Cinema).

O filme tem direção de Wagner Moura, elenco composto por nomes como Seu Jorge, Bruno Gagliasso, Adriana Esteves e Herson Capri. Foi lançado em vários festivais de cinema internacional, estava sendo aclamado pela crítica. Porém encontrou restrições no próprio país de origem.

Segundo nota da produtora, o longa homenagearia os 50 anos da morte de Marighella. E consequentemente, queriam interligá-la ao dia da consciência negra, 20 de novembro. Eles seguem trabalhando para que o filme seja exposto no Brasil.

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Marcel – A história da criança que ajudou a França na 2ª Guerra Mundial

 


Marcel Pinte tinha apenas 6 anos quando resolveu entrar para a Resistência Francesa na luta contra os alemães e se tornou-se um herói.


Marcel ajudava a França levando mensagens e cartas secretas para as propriedades vizinhas em torno do centro da França

Tinha uma memória perfeita e por isso foi escolhido para o trabalho secreto.

Era impossível desconfiar de uma criança inocente que estava apenas passeando nas ruas com a sua mochila nas costas! 

A história de Marcel

Fonte: Lepopulaire

Toda a história da criança durante a 2ª Guerra Mundial começou com o seu pai. Eugène Pinte, conhecido como Athos, era líder de uma rede da Resistência 

A sede era localizada  numa casa da sua própria família e ficava em La Gaubertie, um pequeno vilarejo.

Enfim, Marcel logo percebeu o que estava acontecendo dentro da fazenda. Conquistando de forma rápida a confiança dos guerrilheiros ele acabou entrando para a luta da Resistência. Com apenas 6 anos a criança já tinha ganhado um papel importante na luta contra a Alemanha nazi .

Marcel recebeu o apelido de Quinquin, ou  menininho. 

Marcel passava horas na floresta com os maquisards, membros da Resistência, aprendendo tudo o que podia sobre os seus métodos clandestinos.

O trabalho de Quinquin

Marcel - A história da criança que ajudou a França na 2ª Guerra Mundial
Cartão de guerreiro voluntário da Resistência que Marcel recebeu de forma póstuma – Lematin

Vários encontros secretos eram feitos nas fazendas próximas. Até mesmo um paraquedista britânico foi escondido pela família de Marcel durante um período de tempo . Como o vilarejo era escondido com um acesso bem complicado, era o local perfeito.

Marcel era o responsável por levar as mensagens secretas aos outros guerrilheiros debaixo da camisa. 

A criança era brilhante, feliz e adorava travessuras, assim como toda criança. Histórias contam que ele adorava  divertir-se com o operador de rádio clandestino.

Contudo, em 1944 a criança acabou sendo morta por acidente. 

Apenas em 1950 ele foi reconhecido pela França e recebeu uma condecoração póstuma, ganhando o lugar de sargento da Resistência. 

Além disso, em 2013 o Escritório Nacional para Ex-Combatentes e Vítimas de Guerra da França também emitiu um cartão oficial póstumo para a criança, reconhecendo-o como combatente voluntário da Resistência.

A triste morte

Marcel - A história da criança que ajudou a França na 2ª Guerra Mundial
Memorial feito para homenagear os guerreiros da Resistência – France3-regions

No verão de 1944 os Aliados – Reino Unido, França, Estados Unidos e União Soviética – chegaram à França pela Normandia. Isso fez com que os maquisards aumentassem a luta contra os nazis. Numa noite, Marcel estava acompanhando um grupo durante uma operação.

Uma mensagem havia sido enviada pela BBC em código e  dizia: "O"não-me-esqueças é minha flor favorita. 

Enquanto esperavam pelo encontro em La Gaubertie, uma pistola acabou disparando de forma acidental e matou o jovem Marcel.

Para continuar mantendo em segredo a unidade, a certidão de óbito dele precisou ser forjada. Conta-se que os britânicos usaram paraquedas pretos durante uma entrega de mantimentos para homenagear a criança. Por fim, ele foi enterrado em agosto de 44, pouco antes de Limoges ser libertado, com vários batalhões presentes.

O pai de Marcel faleceu com 49 anos em 1951. Atualmente a criança é considerada o herói mais jovem da Resistência Francesa contra os nazis durante a guerra.


UM PÉ DE TOMATE QUE PODE RENDER ATÉ 32.000 FRUTOS POR SAFRA


 

Muito provavelmente um tomateiro renda no máximo umas duas ou três dúzias, no máximo, de tomates por colheita, no máximo duas ou três vezes. Então estes híbridos podem parecer como algo criado em um laboratório, que crescem a partir de única rama formando uma videira que se espalha por cerca de 40 a 50 metros quadrados permitindo a colheita de dezenas de milhares de frutos a cada temporada durante anos. Sério!


Pé de tomate pode render até 32 mil frutos por safra

A primeira vez que vi uma foto de uma árvore chamada Octopus Tomato Trees (Tomateiro polvo) on-line, eu estava convencido de que era apenas mais uma brincadeira de algum editor de Photoshop em pleno estado de ócio.

Pé de tomate pode render até 32 mil frutos por safra

Isso parecia muito legal para ser verdade, então decidi fazer uma pesquisa e no início, só encontrei um par de menções destas plantas impressionantes em alguns sites que não oferecem muita informação sobre elas, pois parece que há alguma espécie de segredo por trás do cultivo, que parecia usar hidroponia nas ramas.

Pé de tomate pode render até 32 mil frutos por safra

Dias desses me deparei com um blog de viagem que mencionava tais árvores como uma atração turística no Walt Disney World Resort. Depois de algumas fotos, comecei a acreditar que eram realmente reais.


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Por alguma razão, como já disse, há pouca informação sobre estas árvores na Internet. Parece que foram criadas na China, aparentemente necessitam de 1,5 anos para atingir seu tamanho impressionante e começar a produzir. Na verdade a partir dos 8 meses aparecem os primeiros temporões e depois que atingem a maturidade, podem fornecer uma colheita de mais de 14.000 tomates em média.

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O atual recorde mundial para a maior colheita de uma única planta pertence a árvore em exposição na Disney com uma safra colossal de 32.000 tomates com um peso total de 522 kg.



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Onbashira, o mais arriscado festival do Japão


 

Realizado a cada seis anos, na área de Nagano, no Japão, acredita-se que o Festival Onbashira vem sendo celebrado ininterruptamente durante os últimos 1200 anos. A próxima celebração deve ocorrer em 2022, se a praga do coronavírus já tiver sido eliminada. Onbashira, traduzido literalmente como "pilares sagrados", é uma tradição japonesa que simboliza a renovação do grande Santuário de Suwa. 

É composto por duas fases: Yamadashi e Satobiki, a primeira realizada em abril, e a segunda em maio.


Onbashira, o mais arriscado festival do Japão

Enormes árvores são cortadas e cada um desses pinheiros japoneses pode ter até 1 metro de diâmetro, 16 metros de altura e pesar até 12 toneladas.

Onbashira, o mais arriscado festival do Japão

No Yamadashi equipes de homens devem arrastar as toras morro abaixo, até o Santuário. Em uma cerimónia chamada Ki-otoshi, jovens corajosos arriscam suas vidas subindo nos troncos e montando caminho abaixo nas pistas lamacentas. Eles levam 3 dias para mover os troncos de árvores sagradas, ao longo de 10 quilômetros, até o santuário.

Onbashira, o mais arriscado festival do Japão

Durante o Satobiki eles devem colocar as toras nos quatro cantos dos quatro edifícios que compõem o Suwa. Usando grossas cordas, as equipes devem puxar os troncos gigantes em posição vertical, com homens jovens sentados sobre eles.

Onbashira, o mais arriscado festival do Japão

No festival de Onbashira 2010, duas pessoas morreram. Um homem foi esmagado até a morte por um tronco de árvore, durante o Satobiki. Uma das cordas se soltou e atingiu o homem de 38 anos de idade na cabeça. Várias pessoas ficaram feridas no acidente.


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REPÚBLICA POPULAR NA CHINA - O maior espetáculo subaquático de sereias entrou para o Guinness


 

VÍDEO


O maior espetáculo subaquático de sereias entrou para o Guinness

O Atlantis Sanya Resort,na China, entrou para o Guinness ao apresentar o maior espetáculo subaquático de sereias, com 110 mergulhadoras com caudas de sereia a nadar num aquário com peixes.

https://www.sabado.pt/



VÍDEO EXTRA


TERRAS DO BOURO - RUTE ESTÁ HÁ 8 ANOS A CUMPRIR HORÁRIO SEM TRABALHO ATRIBUÍDO (VÍDEO)


 


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Rute caminha às voltas no escritório até deter os olhos numa fotografia sua a escalar uma montanha no Gerês, no final de 2012. Aproxima-a até poucos centímetros dos olhos azuis e confessa que prefere escalar do que andar a pé.

"Para mim, é uma sensação ótima, natural. Adoro a adrenalina! Sei lá, não há explicação. É o meu desporto preferido”, confessa. Sente-se um tom de mágoa na voz. Rute nunca mais escalou. Depois de mais de 20 anos ao serviço da Câmara Municipal de Mirandela, decidiu regressar ao sítio onde nasceu, Terras de Bouro, para que um dos filhos, diagnosticado com autismo, pudesse ter mais apoio da família. 

Foi colocada ao serviço da autarquia, após ter concorrido a um concurso público e ter recebido a nota mais alta, mas, depressa percebeu que algo estava errado. Conta que os 27 anos de experiência na anterior lhe davam "uma bagagem de trabalho" que achava ser uma mais-valia.

Eu vinha com aquela motivação de muito trabalho. Cheguei ali e foi um impacto muito grande. Ninguém me dava trabalho e eu apresentava várias propostas e nenhuma proposta era aceite. Escrevi ao Sr. Presidente [da Câmara Municipal de Terras do Bouro] a dizer que queria trabalhar e ele nunca disse eu iria fazer isto, ou fazer aquilo. Zero”, confessa.

Rute Martins está há 9 anos na Câmara, mas desde 2013 que cumpre horário, não tendo trabalho atribuído. Outros trabalhadores da Câmara Municipal de Terras de Bouro queixam-se do mesmo. Estão encostados, sem funções.

Face às insistências para lhe darem trabalho, Rute foi parar a um gabinete isolado, com o pretexto de que seria uma oportunidade para se desenvolver na área social, um caminho paralelo aos seus estudos. Ela achou que a sua situação ia mudar. Pensou que ia estar mais ativa, a “andar no terreno” e a ter contacto com o público e com os colegas, a trabalhar em equipa. “Mas não! Aquilo tornou-se um tormento. Foi uma humilhação de todo o tamanho”. Esse gabinete viria a ser o seu posto de trabalho até hoje. Nove anos depois, continua no mesmo sítio e sem ter funções atribuídas. Fechada num bloco à parte dos outros trabalhadores do serviço camarário.

Sentia uma humilhação tremenda, porque eu tenho o meu pai, tenho dois filhos. E é muito complicado os meus filhos virem visitar-me a um gabinete e verem a mãe sempre ali parada, isolada” [...] O meu filho não compreendia e ficou extremamente alterado”, explica com lágrimas nos olhos.

O filho de Rute, ao ver o sofrimento da mãe, "ficou muito agressivo, muito revoltado" e foi preciso recorrer a um psiquiatra. “Ele não entende porque é que eu estou isolada". E perguntava: "Porque é que não te dão trabalho? Porque é que não te dão funções?" A mãe não tinha resposta para lhe dar: "Ele via as outras colegas no ativo e via a mãe fechada". 

Encostada, Rute está numa situação semelhante a outros trabalhadores.

São muitos funcionários que recebem e não têm funções. Há muitos. Seis, sete, dez, depende. Há uns que fazem alguma coisa, outros que não fazem rigorosamente nada. Há outros que são seguidos de perto nas suas funções. São coagidos e, se calhar até, impedidos de realizar as suas tarefas”, afirma ‘Sérgio’, nome fictício.

Sérgio conta que também foi impedido de desempenhar as suas funções. Quando falou com a TVI, explicou que não revelava a sua identidade por temer "represálias profissionais, pessoais e familiares".

Tenho medo de ser prejudicado na minha vida”, justifica-se.

De voz tremida e com o polegar a raspar incessantemente no anelar, o funcionário explica que as pressões aos trabalhadores acentuaram-se quando Manuel Tibo tomou posse, após as eleições autárquicas de 2017. Sérgio diz mesmo que o presidente iniciou uma campanha de reeducação.

O Sr. Presidente da Câmara impõe a todos a sua conduta. Porque ele quando chegou à Câmara quis logo educar, entre aspas, as pessoas que lá estavam à sua maneira. Educar. No seu rigor, na sua prepotência. E levando-as a fazer aquilo que ele queria que elas fizessem”, afirma.

A tensão entre o presidente e os trabalhadores escalou desde 2017. Rute diz que, para si, o momento mais dramático ocorreu no ano passado, durante uma visita do seu pai, que que vive numa casa a poucos metros do seu gabinete. 

O pai de Rute foi diagnosticado com cancro e, confessa a trabalhadora, é tudo para ela e para os seus filhos. 

Estava a falar com o meu pai, não ia em dois minutos e o presidente viu-me e fechou a porta à chave. Eu disfarcei para o meu pai não notar e vi que o presidente estava à minha espera”. Rute lembra a resposta do presidente: “Disse que eu não podia ausentar-me do serviço que dava direito a um processo disciplinar”.

A trabalhadora descreve este momento como tendo sido o ponto de rotura na sua relação com o presidente da Câmara Municipal. Especialmente porque o autarca “não tinha o mesmo trato com os trabalhadores que faziam pausas para ir fumar, ou para tomar o pequeno-almoço”.

Numa ata de uma reunião municipal datada de 3 de junho de 2020, a que a TVI teve acesso, o vice-presidente da autarquia, Adelino Cunha, é citado como tendo dito que Rute “não tem perfil para o lugar” e que não foi o atual executivo que a contratou. O vice-presidente diz também que “quem lê o seu facebook percebe que não tem perfil''. 

Segundo fonte da autarquia, as frases foram proferidas após o vereador da oposição Paulo Sousa ter questionado a vereadora dos Recursos Humanos sobre o porquê de ainda não terem sido atribuídas tarefas a Rute.

Paulo Sousa, questionado sobre a que se referia Adelino Cunha quando disse “Não fomos nós que a trouxemos para cá”, disse que o membro do Executivo estar-se-ia a referir “ao anterior mandato político”.

Onze dias após ter tomado posse, o presidente da Câmara decidiu dispensar cerca de 70 trabalhadores com vínculos precários. Muitos desempenhavam funções para a Câmara há mais de cinco anos.

Teresa trabalhava para a autarquia como auxiliar educativa há sete anos e em outubro de 2017 recebeu uma chamada para não se apresentar mais.

Fiquei de rastos, porque até ali estava a trabalhar e contava com esse trabalho e rendimento, portanto foi um descalabro a nível pessoal e psicológico, para mim e para a minha família”, explica.

Em janeiro do ano seguinte, a Câmara de Terras de Bouro aderiu ao Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários da Administração Pública. O chamado PREVPAP dava a oportunidade de admitir 27 precários nos quadros da autarquia. 

De acordo com a autarquia, o processo de admissão dava prioridade à “Avaliação Curricular” do candidato, que tinha como base o tempo ao serviço da Câmara. Em caso de empate, era realizada uma entrevista para avaliar os comportamentos profissionais do trabalhador. Se nesta entrevista a nota fosse abaixo de 9,5 valores, o candidato não era admitido.

Teresa recebeu uma nota de 16,4 valores na Avaliação Curricular, mas recebeu 8 valores na entrevista. Impedindo-a de concorrer ao cargo.

Achando incompreensível, colocou uma ação judicial contra a autarquia e acabou por ser indemnizada em quase 6.900 euros. 

Depois de receber o valor, foi chamada para uma conversa com o autarca em que este lhe disse que a “não conhecia assim” e que o facto de ter recorrido ao Tribunal do Trabalho terá sido “por influência de outros”.

Mas não, não é por influência. Sou responsável e adulta, não preciso de influências de ninguém. Porque eu quero o meu posto de trabalho e preciso de trabalhar”, explica.

Questionado sobre a realização dos concursos, o vereador Paulo Sousa admite a existência de irregularidades e destaca as condições em que se realizaram as entrevistas que negaram a entrada de Teresa na autarquia.

Eu penso que ali houve um erro, porque o júri foi quase o mesmo para todos os concursos. A sensibilidade do entrevistador não tinha nada a ver com a atividade que as pessoas iam desenvolver”, explica.

A TVI teve uma entrevista marcada com o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro. Um dia antes, Manuel Tibo cancelou-a, alegou motivos de “força maior” e não respondeu às posteriores tentativas de contacto.

O conflito entre Rute e a autarquia ganhou outra forma em agosto de 2020. Depois de uma cirurgia, a trabalhadora recebeu um e-mail a informá-la de que um alegado pedido para a reforma tinha sido aceite.

Rute estava deitada e sentiu a vibração do telemóvel. Leu a informação e entrou imediatamente em pânico. “Não tinha posto nada para a reforma. Longe de mim, o que mais quero é trabalhar, que me coloquem no ativo”.

A trabalhadora instaurou uma queixa-crime contra a Câmara. No dia seguinte dirigiu-se ao local de trabalho e descreve como apanhou toda a gente de surpresa. Dirigiu-se, ainda em choque, ao vice-presidente e disse que se estava a apresentar ao serviço.

A primeira coisa que me disse foi para ir aos recursos humanos. Eu disse que já lá tinha ido e que estava ali para trabalhar”, lembra.

A TVI sabe que a Caixa Geral de Aposentações enviou, entretanto, um documento à Câmara a comunicar que o pedido de reforma foi arquivado. 

Nos dias mais tensos, Rute gosta de caminhar pela natureza protegida da região. Sentada numa rocha, observa o Gerês, sabendo que a justiça por que espera é ainda uma montanha por escalar.

O cabelo loiro esvoaça selvagem e de maneira consonante com a ansiedade que tem vivido nos últimos anos.

O meu pai é uma das pessoas mais importantes para a minha vida. Há pouco tempo, virou-se para mim e disse que não queria morrer antes de ver o meu processo terminado. 

Rute explica que ouvir as vontades do pai magoa-a “imenso”. Uma dor exacerbada pelo facto de não saber qual a razão por estar a trabalhar sem trabalho atribuído.

Se eu soubesse o porquê? Ela é incompetente, faz desvios, ou rouba, mas não há motivos que digam o porquê de não me deixarem desempenhar as minhas funções”.

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É oficial. Marcas de luxo estão a vender mais do que em 2020 e em 2019

 expresso.pt


A crise pandémica não afeta tudo e todos da mesma forma, fazendo com que haja pelo menos um setor que, não sendo imune ao coronavírus, está a superar o terrível 2020 e até a faturar mais do que em 2019. Os grupos de luxo, que à data têm publicados os resultados financeiros dos primeiros três meses de 2021, aumentaram todos as vendas neste período.

Não é claro que isto se trate de um epifenómeno sem sequência daqui para a frente, resultado de uma momentânea euforia consumista. Nem é claro que possa ser também um reflexo do aumento do preço de alguns produtos em determinadas marcas (Hermès e Louis Vuitton, por exemplo) e da subida acima dos 80% das vendas nos segmentos de artigos para a casa, joias e relógios, que custam mais do que os perfumes e as maquilhagens (áreas mais fragilizadas pela covid-19).

A Tiffany&Co integra desde o início de 2021 o grupo LVMH, cujas vendas no segmento dos relógios e das joias disparam 138%

A Tiffany&Co integra desde o início de 2021 o grupo LVMH, cujas vendas no segmento dos relógios e das joias disparam 138%

d.r.

Transversal a todos os grupos é também o crescimento acelerado na Ásia-Pacífico (China à cabeça, mais Coreia do Sul, Tailândia e Singapura)) e nos Estados Unidos (a um ritmo menos forte), face às quebras que se continuam a sentir na Europa. Comecemos por aquele que é o maior grupo do setor. O LVMH regista receitas consolidadas de €13,959 mil milhões nos primeiros três meses do ano, mais 32% e 8% do que no mesmo período no ano anterior e em 2019, respetivamente. O segmento dos relógios e das joias dispara (138%), mas parte do crescimento é devido à integração em janeiro do negócio da Tiffany&Co, o gigante da joalharia.

Em comunicado, o grupo LVMH salienta o bom desempenho das coleções de outras marcas de joias que integram esta divisão, como a Serpenti Viper da Bvlgari, a Joséphine da Chaumet e a Pretty Woman da Fred, assim como o novo smartwatch Tag Heuer Carrera, lançado em parceria com a Porsche. 

A divisão que representa a maioria das vendas do grupo – Moda e Artigos em Pele – é também uma das que mais cresce (45%). Sem surpresas, a Louis Vuitton é a maior responsável por este desempenho, acompanhada pela Dior, em particular com as vendas de artigos em pele, como as carteiras clássicas Capucines e Lady Dior, respetivamente.

A Armand de Brignac, detida em 50% por Jay-Z, é desde fevereiro de 2021 parte do portefólio do LVMH, que cresce 29% nas bebidas alcoólicas, em particular com a venda de champanhes

A Armand de Brignac, detida em 50% por Jay-Z, é desde fevereiro de 2021 parte do portefólio do LVMH, que cresce 29% nas bebidas alcoólicas, em particular com a venda de champanhes

d.r.

Neste grupo francês, os vinhos e as bebidas espirituosas estão também em alta (29%), em particular com as vendas de champanhe nos Estados Unidos e na Europa. Dom Pérignon, Veuve Clicquot, Moet&Chandon e Ruinart, por exemplo, são algumas das insígnias de referência do LVMH, às quais soma, desde fevereiro deste ano, a Armand de Brignac. Mais conhecida como Ace of Spades, e detida em 50% pelo rapper Jay-Z, contribui para engrossar os resultados da divisão de bebidas alcoólicas. A área dos perfumes e da cosmética aumenta 12% com as vendas online, suportadas por produtos de marcas de beleza icónicas como a Dior e a Guerlain.

Em baixa (-11%) está o retalho seletivo, onde se encontram as cadeias Sephora, Le Bon Marché e Duty Free Stores, por razões óbvias: o encerramento dos pontos de venda físicos e as restrições nas viagens internacionais, que afetam particularmente as lojas Duty Free nos aeroportos. 

No grupo Kering, que apresenta os resultados financeiros por marcas e não por segmentos de negócio como o grupo LVMH, o crescimento é transversal. 

A recuperação da Gucci no primeiro trimestre de 2021 (20,2%) é a grande surpresa, uma vez que tinha fechado o ano de 2020 com uma quebra vertiginosa. 

De acordo com as contas publicadas pela Kering, a marca italiana (que representa dois terços das receitas do grupo) regista a maior subida na Ásia Pacífico (78%) e na América do Norte (51%).

A recuperação da Gucci no primeiro trimestre de 2021 (20,2%) é a grande surpresa, uma vez que tinha fechado o ano de 2020 com uma quebra vertiginosa

A recuperação da Gucci no primeiro trimestre de 2021 (20,2%) é a grande surpresa, uma vez que tinha fechado o ano de 2020 com uma quebra vertiginosa

d.r.

Estas são também as regiões responsáveis pelos crescimentos de outras duas marcas de referência da Kering, a Yves Saint Laurent e a Bottega Veneta, que no primeiro trimestre aumentam as vendas em 18,9% e 19,9%, respetivamente. 

As restantes insígnias do grupo, que aparecem agregadas na rubrica ‘Outras Casas’, melhoram 29,1%, destacando-se a Alexandre McQueen, a Balenciaga e as joias, com a Boucheron e a Qeelin. 

Com uma dimensão bastante inferior ao grupo LVMH, a Kering tem um aumento de vendas superior ao do seu arquirrival (21,4%), totalizando receitas consolidadas de €3,890 mil milhões em janeiro, fevereiro e março (face aos €13,959 mil milhões do LVMH) e a vender mais 5,5% do que em 2019.

O crescimento mais expressivo, esse, fica por conta da Hermès (38%), com vendas de €2,083 mil milhões, pouco menos do que o grupo Kering que detém várias marcas, o que reafirma a força da Hermès operando isoladamente. Em relação a 2019, o crescimento é de 33% e evidencia - à semelhança dos dois grupos que já publicaram as contas - que os consumidores estão a comprar mais artigos de luxo do que antes do surto de coronavírus, apesar de ser um fenómeno circunscrito aos grandes mercados de luxo (Ásia e Estados Unidos). A ‘corrida’ aos produtos da Hermès confirma ainda a tendência em pandemia de concentração do consumo de luxo nas marcas com um legado de fabrico artesanal e estatuto social, em detrimento de outras menos aspiracionais.

Na Hermès, o crescimento mais destacado (90,3%) é nos relógios, onde está a apostar na parceria Apple Watch Hermès

Na Hermès, o crescimento mais destacado (90,3%) é nos relógios, onde está a apostar na parceria Apple Watch Hermès

d.r.

Analisando por divisões, que a Hermès intitula como ‘métiers’, os relógios têm o aumento mais destacado (90,3%) seguidos pelas joias e os artigos para a casa (85,8%), cujas vendas são publicadas agregadas na rubrica ‘Outros Setores’. O pronto-a-vestir e os acessórios (45,3%), as sedas e os têxteis (29%) e os artigos em pele, selas e arreios para cavalos (28,1%) representam as restantes maiores subidas. Os perfumes e os produtos de beleza sobem igualmente (20,5%), mas menos do que as restantes divisões. Aliás, nesta área a Hermès é forte em perfumes, mas só se estreia na beleza em 2020, com o lançamento de uma coleção de batons. Mais: estes são os dois tipos produtos que, transversalmente à indústria, têm menos procura durante a pandemia.

O lançamento em fevereiro do H24, o primeiro perfume masculino ao fim de 15 anos, e a nova coleção de primavera dos batons Rouge Hermès são os impulsionadores das vendas, mostrando o apelo da marca, mesmo em áreas que deixaram de ser a prioridade com a ausência de vida social e o uso de máscara. Em comunicado, a ‘Maison’ francesa destaca ainda outras novidades postas à venda durante o primeiro trimestre, como a coleção de alta joalharia Lignes Sensibles e as carteiras Victoria e Sylvania, bem como a forte procura na China, em particular de sedas e têxteis. Apesar do crescimento na maioria das geografias, a Europa e nomeadamente França continuam a ser o ‘calcanhar de Aquiles’, com descidas de -5,6% e -9,3%, respetivamente.

O lançamento do H24 é uma das causas do crescimento da Hermès na categoria que inclui os perfumes, que estão em queda em termos de mercado global

O lançamento do H24 é uma das causas do crescimento da Hermès na categoria que inclui os perfumes, que estão em queda em termos de mercado global

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A justificação para isto - os confinamentos sucessivos e as restrições aéreas - é comum a todas as marcas de luxo que dependem das vendas a turistas (principalmente chineses) nas capitais europeias, em particular em Paris. 

A aceleração do comércio eletrónico, o desconfinamento mais cedo na China e a transferência dos desfiles e dos eventos para as plataformas digitais estão a contribuir para o regresso aos números positivos. Desde o início do ano que as Bolsas dão sinais de confiança no futuro, com as ações da Hermès, da LVMH e da Kering a subirem, apesar desta última subir menos devido às reticências dos investidores em relação à Gucci. É que esta, a maior das perdedoras de vendas em 2020, é a marca com mais peso nos resultados globais do grupo Kering.

Os três grupos de luxo com as contas dos primeiros três meses de 2021 apresentadas superam as previsões. Para a Hermès e para a Kering, os analistas tinham estimado um crescimento de 27% (foi de 38%) e de 19% (foi de 21,4%), enquanto para o LVMH as perspetivas de receitas eram de €12,7 mil milhões – na realidade chegaram aos €13,959 mil milhões. 

Ainda será cedo para a indústria do luxo comemorar, quando a evolução das vendas até ao final do ano depende de algo tão volátil como um vírus globalizado, apesar dos progressos na vacinação e na imunidade de grupo. Aguardemos pelos resultados do segundo trimestre. E pelo controle da pandemia.