quinta-feira, 25 de março de 2021

PCP exige medidas de urgência do Governo para travar desemprego no Algarve

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O PCP mostra-se preocupado com os dados do desemprego na região, que mostram que no final de fevereiro estavam registados nos Centros de Emprego do Algarve, 33.459 desempregados, mais 14.271 (+74,4%), do que em final de fevereiro de 2020.

Destes destacam-se os concelhos de Albufeira, com 19,6% do total de inscritos, de Portimão com 16,1% e Loulé com 15,8%, representando no conjunto mais de metade dos trabalhadores desempregados na região. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o partido diz que foi no concelho de Faro, onde o desemprego mais do que duplicou (+141,5%), passando de 1.569 para 3.360 inscritos neste concelho. 

O partido regista em comunicado, que "como sempre acontece nestas situações o maior crescimento no nº de desempregados comparativamente com o mês homólogo deu-se nos trabalhadores com maior nível de precariedade e mais baixas qualificações". Sublinha ainda o facto de ser no Algarve onde o desemprego atinge de forma mais significativa a população emigrante. "Eram 4.388 os emigrantes desempregados inscritos nos centros desta região em fevereiro 2020, para agora serem 8.980". 

O seu peso no total dos desempregados inscritos na região subiu de 23,8% para 26,8%, com destaque para os trabalhadores oriundos do Brasil, que representam mais de um terço dos trabalhadores estrangeiros desempregados no Algarve, sendo que é do comércio, da hotelaria e das atividades imobiliárias, que provém a maioria dos trabalhadores desempregados na região.

Os dados agora divulgados pelo IEFP permitem concluir que o Algarve "é sem dúvida a região mais atingida pelo desemprego, o que não pode ser desligado da sua forte dependência da atividade turística e outras atividades a ela associada, concorrendo também para estes valores a dimensão que estão a atingir os despedimentos colectivos – beneficiando das alterações à legislação laboral impostas por PS, PSD e CDS – e o elevado nível de precariedade nas relações laborais", descrevem os comunistas.

Referem que a atual situação "exige medidas de urgência que o Governo tarda em dar", nomeadamente o reforço das prestações sociais onde se inclui o alargamento da medida aprovada no Orçamento do Estado por proposta do PCP de extensão por 6 meses do subsídio de desemprego a todos os trabalhadores que percam o acesso a esta prestação em 2019 e 2020; o reforço e alargamento das prestações sociais para quem está sem qualquer tipo de rendimento; o apoio sem discriminações às Micro - Pequenas e Médias Empresas, "que foram profundamente atingidas no seu negócio ao longo do último ano", salvaguardando os postos de trabalho; o reforço da contratação pública "onde fazem falta milhares de trabalhadores" designadamente nas escolas, no Serviço Nacional de Saúde, na proteção e ordenamento florestal, nos equipamentos e atividades culturais, nas forças e serviços de segurança, nos equipamentos sociais, entre outros.

A par destas medidas é ainda defendida "uma alteração profunda do modelo de desenvolvimento económico, envolvendo a diversificação da atividade e o reforço da capacidade produtiva regional, o reforço do investimento público recuperando atrasos nas infraestruturas e meios de transporte, nos equipamentos de saúde, na rede de creches e lares, na habitação".

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