terça-feira, 16 de março de 2021

Aumento da capital na Groundforce ganha novo rumo com resposta de Alfredo Casimiro


 www.publico.pt 


Depois de a TAP ter proposto este domingo uma solução para a situação financeira da Groundforce, que passa por um aumento de capital de 6,79 milhões de euros feito exclusivamente pela transportadora aérea, o actual principal accionista da empresa de assistência em terra, Alfredo Casimiro, já veio clarificar que aceita a estratégia, mas não nos moldes em que foi apresentada.

“Dentro dos termos da lei, estou disponível para convocar uma assembleia geral para deliberar um aumento de capital necessário para a empresa, no qual estou disponível a acompanhar e até a comprar algumas acções da TAP”, afirmou o empresário ao site de economia Eco.

Através da Pasogal, Alfredo Casimiro detém 50,1% da Groundforce, cabendo os outros 49,9% ao grupo TAP (onde o Estado detém 72,5%). Com o aumento de capital proposto pela TAP, o capital da Groundforce (nome comercial da SPdH) subiria dos actuais 500 mil euros (50 mil acções, a dez euros), para 7,47 milhões de euros, diluindo a posição de Alfredo Casimiro.

Esta terça-feira, após ter sido conhecida a posição do empresário, fonte oficial do Ministério das Infra-estruturas afirmou aguardar que Alfredo Casimiro formalize “rapidamente” a sua disponibilidade. 

“É importante que o sócio maioritário da Groundforce responda oficialmente à proposta do Grupo TAP com aquelas que são as suas intenções neste processo, para que se possa o quanto antes resolver a situação dramática que se vive na empresa”, afirmou a mesma fonte.

Uma vez dado esse passo, falta ainda perceber se a TAP aceita alterar a sua proposta inicial. Para já, há cerca de 2400 trabalhadores que têm grande parte do salário de Fevereiro por receber, e que temem pelo futuro da empresa.

Os 6,79 milhões de euros em causa correspondem ao valor que já foi pedido pela Groundforce em adiantamentos à TAP, mas pelos quais a transportadora aérea pedia as acções da Pasogal como garantia, depois de já ter feito outros adiantamentos.

Pelo meio, soube-se que as acções estavam já comprometidas com outro credor, o que inviabilizou esta solução, deixando os trabalhadores e a empresa em maiores dificuldades. Na carta enviada ao empresário este domingo, a administração da TAP diz que a solução apresentada pode evitar o “cenário de ruptura iminente”, e, com a entrada de fundos, permitir “o pagamento de salários, contribuições e impostos”.  Assim, seria evitada a “ruptura operacional” da Groundforce, o que, a acontecer, “seria inevitavelmente prejudicial para a actividade da TAP, atendendo à dificuldade de encontrar, em prazo útil, outro prestador dos mesmos serviços” nos aeroportos onde a empresa opera.

Está ainda a decorrer um pedido de empréstimo de 30 milhões de euros por parte da Groundforce, que envolve a Caixa Geral de Depósitos e o Banco de Fomento. Na carta, a TAP destaca que a proposta que apresentou “tem como pressuposto” a informação de que a Groundforce “deverá a breve prazo vir a obter o financiamento” em causa, e que a solução do aumento de capital “poderá também contribuir para que esse financiamento garantido seja concedido”.

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