segunda-feira, 16 de novembro de 2020

QAnon actua em Portugal e tem ligaçao a militantes do "CHEGA"

 duaslinhas.pt 



Com somente três anos de existência, o Movimento QAnon (Q Anónimo), nascido na Internet, rapidamente cresceu nos Estados Unidos e alcançou 12 milhões de tweets no ano do seu nascimento, em 2017.

O movimento alimenta a ideia de que o mundo está a ser governado por uma cabala de pedófilos que praticam tráfico sexual de menores. Para o movimento, Donald Trump é o salvador do mundo e está a fazer uma campanha secreta para libertar a humanidade de personalidades como Barak Obama e Hillary Clinton, o milionário George Soros, a chanceler alemã Angela Merkel – considerada pelo movimento, neta de Adolf Hitler- Bill Gates, Oprah Winfrey, Tom Hanks e muitas personalidades democratas, entre outras.

O FBI considera o grupo incitador de terrorismo e uma potencial ameaça para a segurança interna dos Estados Unidos da América. O movimento é alimentado desde a sua origem por um utilizador anónimo que assina Q e passa mensagens em código.

Presidenciais2020 nos EUA, comício de Donald Trump com apoiantes identificados como membros do Movimento QAnon
Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, com membros da equipe SWAT de Broward County, Flórida, em 30 de novembro de 2018; o homem à esquerda da imagem está exibindo um patch “Q” vermelho e preto, símbolo do QAnon. Fonte: wikipédia






Impulsionado pela pandemia covid-19 o movimento apareceu recentemente na Alemanha, por ocasião de manifestações contra as restrições na cidade de Berlim, mas também em Londres e Paris.

Newsguard, uma organização que estuda o grau de confiança e veracidade das fontes de informação, indica que o movimento Q engloba muitas ideias diferentes, teorias fáceis de aceitar como difusão de teorias de conspiração das quais Trump será o “Salvador”. Com diferentes ideologias à escolha, o QAnon tem vindo a atrair simpatizantes em toda a Europa aproveitando os problemas causados pela pandemia.

Expansão na Europa

Apesar das proibições de publicação levadas a cabo pelas redes Twitter, Facebook e Instagram, o movimento passou a usar a nova plataforma Telegram. Por seu lado, o Youtube anunciou que ia remover todos os conteúdos relacionados com o movimento. Estudiosos acreditam que os seguidores do Q já ultrapassaram os 450 mil na Europa dos quatro milhões de seguidores em todo o mundo, segundo o Jornal Guardian.

Simultaneamente com o crescimento virtual nas redes, o movimento encontra-se espalhado por vários países europeus, nomeadamente Alemanha, Reino Unido e França, para além dos Estados Unidos.

Portugal figura como tendo, para já, 250 seguidores. Entre as várias acções já praticadas destaque para uma queixa anónima, assinada por Q, apresentada à Procuradoria Geral da República onde era afirmado que discos de Rui Pinto indiciavam que Portugal e Espanha estão a ser governados por redes de pedófilos e que o Governo escondeu essa informação. A Polícia Judiciária desmentiu a existência de qualquer disco do conhecido hacker relacionado com o assunto.

Segundo o jornal Expresso, três dias depois de a denúncia anónima ter chegado à PGR, o texto seria publicado num sítio da Internet ligado à extrema-direita portuguesa e espanhola, onde figuram os nomes de dois membros do Partido Chega.

https://expresso.pt/
https://expresso.pt/

As autoridades policiais estão a investigar as movimentações do QAnon em Portugal, tido como uma ameaça por disseminar informações falsas destinadas a influenciar a opinião pública.

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