segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Sem alterações, o OE'2021 é uma “armadilha” para o mundo do trabalho

 


Manuel Carvalho da Silva alerta que “o governo não mexer na caducidade é um crime político. A solução é simples: inscrever o princípio de que não pode haver caducidade unilateral”.
“O governo não mexer na caducidade é um crime político", diz Manuel Carvalho da Silva.
“O governo não mexer na caducidade é um crime político", diz Manuel Carvalho da Silva. 










Na iniciativa organizada esta terça-feira pelo Bloco de Esquerda, estiveram presentes diversos ativistas, representantes de estruturais sindicais e especialistas do trabalho, onde se abordaram os problemas laborais que a proposta do Orçamento do Estado para 2021 coloca ou não resolve.

O ex-secretário geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, começou por alertar que a forma como a proposta de Orçamento foi apresentada “gerou uma situação de vulnerabilidade para o mundo do trabalho”. Para o ex-secretário-geral da CGTP, “o Governo apresentou uma proposta de Orçamento e um cenário de compromissos que não abarca algumas matérias fundamentais na área do trabalho”.

Esta situação, associada “aos conceitos de natureza indeterminada” utilizados pelo primeiro-ministro - “razoabilidade e bom-senso” -, relega as propostas das esquerda de proteção do trabalho para fora do Orçamento do Estado. 

“Num cenário em que não são assumidas normas ou determinações programáticas concretas, com datas e implementação, isto é uma armadilha dos diabos”, diz.  

Em relação a contrapartidas para que não haja despedimentos, Manuel Carvalho da Silva diz que o argumento de que “os lucros são constatações do passado e os empresários têm de gerir o futuro”, é um argumento “infantil”, porque em estado de necessidade “é necessário repartir o que foi produzido”


“Precisamos de uma economia mais robusta, e o dinheiro tem de chegar tanto às empresas como aos serviços públicos, mas simultanemente tem de haver políticas de combate à pobreza”, e isso significa “valorizar o trabalho e combater a precariedade, porque senão não há combate à pobreza”.

E define a caducidade da contratação coletiva como o ponto fulcral nas negociações com o governo, que critica: “O governo não mexer na caducidade é um crime político. A solução é simples: inscrever o princípio de que não pode haver caducidade unilateral”, conclui.


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