quarta-feira, 29 de julho de 2020

VÍDEOS - Como vive hoje a cidade tailandesa que foi invadida por mais de 8 mil macacos





Lopburi, a outrora capital de um reino siamês e repositório de arquitectura antiga, é uma cidade sob a espreita de macacos-caranguejeiros (Macaca fascicularis), uma espécie do Sudeste Asiático com olhos penetrantes e uma natureza curiosa, que abandonaram os templos em que antes eram venerados e tomaram o coração da antiga cidade. Sua crescente população, ao menos 8400 na área onde a maioria está concentrada em algumas tantas quadras da cidade, dizimou partes da economia local.

Como vive hoje a cidade tailandesa que foi invadida por mais de 8 mil macacos
O problema é que estes animais são territoriais, o pior é que existem bando adversários perambulando pelo centro e dezenas de negócios, incluindo uma escola de música, uma loja de ouro, uma barbearia, uma loja de celulares e um cinema foram obrigados a fechar nos últimos anos.

A pandemia de coronavírus se agregou ao caos. Os macacos atraíam muitos turistas, bem como fiéis budistas, quem acham que alimentar os animais é uma aCção digna de mérito. Suas oferendas favoritas incluíam iogurte de coco, refrigerante morango e pacotes de bolachas e aperitivos de cores brilhantes. Agora os símios não entendem onde foi parar a sua fácil e farta fonte de sustento. E estão famintos.
Como vive hoje a cidade tailandesa que foi invadida por mais de 8 mil macacos
Através dos anos, os macacos se mudaram para edifícios abandonados próximos aos templos, mas agora quebram expositores e sacodem as barreiras instaladas para mantê-los fora. A não ser que os guardas de segurança estejam vigiando, os símios arrancam antenas e para-brisas dos carros estacionados.
Como vive hoje a cidade tailandesa que foi invadida por mais de 8 mil macacos
Lojas ou barracas que vendem joias ou bijuterias, óculos de sol e carteiras de bolso são grandes atractivos para os animais, porque antes eles aprenderam a roubar os turistas e fieis visando a extorsão por comida depois. E nas áreas da cidade mais densamente povoadas pelos animais, muitos moradores vivem com temor do seguinte ataque surpresa.

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Não obstante, em uma cultura maioritariamente budista, em que sacrificar primatas perturbaria sensibilidades espirituais, os funcionários públicos dos centros de zoonose e até mesmo os moradores locais têm poucas opções para se protegerem dos quadrilhas de macacos. Ademais, no passado, os símios atraíam turistas a Lopburi. Sem eles, a economia poderia sofrer ainda mais no futuro.
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Em uma loja de ferragens em frente às ruínas de um templo indiano do século XIII, animais de pelúcia de grandes dimensões com forma de jacarés e tigres eram colocados na porta do estabelecimento e tinham como propósito assustar os macacos, A estratégia funcionou durante um par de meses, mas os primatas rapidamente perceberam que não eram reais e hoje arrastam e rasgam os brinquedos.
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Moradores mais idosos dizem que antigamente os símios eram menos, maiores e mais saudáveis, sua pelagem era brilhante e grossa. Eles permaneciam nos templos, bem como nas ruínas da antiga civilização Khmer que alguma vez teve poder sobre esta parte da Tailândia central. Não obstante, com a afluência de visitantes, alguns estrangeiros, encantados com os macacos, chegou uma fonte fácil e com frequência pouco saudável de alimento.

Além de bananas e cítricos, os animais aprenderam a comer sanduíches. Sua pelagem afinou e alguns simplesmente não tem pouco pelos no corpo. Sem ter que se preocupar por sua seguinte comida, as macacas, que podem dar á luz duas vezes ao ano, tiveram mais tempo para outras actividades. Teve uma explosão demográfica.
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Em comparação com os símios que vivem no mato, seus equivalentes urbanos têm menos músculo e são mais susceptíveis à hipertensão e doenças hematológicas, disse Narongporn Doodduem, diretor de um escritório regional do Departamento de Conservação da Vida Selvagem.
Como vive hoje a cidade tailandesa que foi invadida por mais de 8 mil macacos
As autoridades locais responsáveis pela vida silvestre começaram a esterilizar em massa os macacos para controlar seu número. Mais de trezentos animais foram submetidos a intervenções cirúrgicas no mês passado e mais duzentos serão esterilizados em Agosto.

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Ademais, como o coronavírus evita que muitos turistas e peregrinos budistas visitem Lopburi, os residentes locais se encarregaram eles mesmos de alimentar os animais.

- "Não podemos deixá-los morrer de fome", disse Itiphat Tansitikulphati, proprietário de um hotel na cidade.
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A cada dia, uma macaca idoso vai até seu hotel e espera educadamente que lhe sirvam sua comida. Pastel de banana seu prato favorito, mas também gosta da fruta.

- "Faz muito tempo, uma grande parte de Lopburi era floresta, de modo que nós roubamos suas terras", disse Itiphat, um hoteleiro de terceira geração, que cedeu o último andar aos macacos, que o destruíram com o entusiasmo de bons. Mas ele colocou uma cerca eléctrica para proteger o térreo do hotel antes que os animais acabem com tudo.
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Assim anda Lopburi: vários clientes esperavam na fila, guardando a distância social, fora de uma agência bancária ma última segunda-feira. A maioria tinha deixado suas jóias em casa e mantinha outros objectos de valor fora da vista; no entanto, porque o perigo seguia a espreitando.

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Em plena luz do dia, observaram como um ladrão roubou um chá gelado e outro vândalo murchou descaradamente o pneu de uma motocicleta. Uma mulher abandonou seu lugar na fila quando um assediador tarado ameaçou mordê-la.
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Um policial chegou ao local brandindo um cassetete e apitando fazendo com que os meliantes se dispersassem. Menos de 10 minutos depois, quando ele foi embora, os macacos tinham voltado para botar terror.
Fonte: Ny Times.
Fotos: Adam Dean.


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