domingo, 21 de junho de 2020

Balanço é negativo para quem vive do seu trabalho


«Fizemos uma análise dos três meses do surto epidémico e das medidas tomadas pelo Governo e concluímos que o balanço é muito negativo para os trabalhadores, pois mais de um milhão tiveram cortes no rendimento e cerca de 100 mil perderam o emprego, muitos sem terem sequer direito a subsídio de desemprego», disse a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, em conferência de imprensa na passada sexta-feira.
Os dados divulgados pela sindicalista constam de um documento elaborado com base em estatísticas do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, relativas ao período entre 2 de Março e 2 de Junho.
Para a Intersindical, «o impacto da crise no emprego é multifacetado», pois abrange os trabalhadores que perderam os empregos mas também os que se mantêm a trabalhar, mas têm os contratos de trabalho suspensos ou a duração do trabalho reduzida (lay-off), que são mais de 800 mil.
A central sindical lembra ainda os que se encontram em teletrabalho –muitos tendo a cargo filhos menores de 12 anos cujas escolas foram encerradas–, os trabalhadores independentes com redução total ou parcial da sua actividade económica, e os trabalhadores com salários em atraso.
No documento, a CGTP-IN salienta o «forte aumento» de desempregados inscritos nos centros de emprego desde o início do surto epidémico e referiu os 134 mil novos pedidos de prestações de desemprego.
«As medidas que o Governo tem tomado, quer no Programa de Estabilização Económica, quer no Orçamento Suplementar, são insuficientes e desequilibradas pois não resolvem o problema dos despedimentos nem dos cortes salariais», considerou Isabel Camarinha.

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