quarta-feira, 15 de abril de 2020

Recessão de 8% e desemprego a subir para 14%: as previsões do FMI para Portugal






O FMI prevê que a economia mundial possa sofrer a maior quebra registada em quase 100 anos. Em Portugal, a recessão prevista só tem paralelo com a de 1928.Faceboo



As previsões avançadas(link is external) na terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram a dimensão da recessão económica que se avizinha: a economia mundial deve contrair cerca de 3%, uma queda bastante maior que a registada na última crise e apenas comparável à Grande Depressão de 1929. Será, por isso, a pior recessão global em quase 100 anos.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, refere-se(link is external) a esta crise como o "Grande Confinamento", e avisa que os impactos para a atividade económica e para o comércio internacional serão bastante superiores aos da Grande Recessão de 2009, o que permite antever uma profunda crise.
Portugal não escapa a esta tendência e os números não deixam dúvidas: prevê-se que o PIB caia 8% este ano, tornando-se na maior quebra registada no país desde 1928. O desemprego deve disparar para 13,9%, recuando assim para o nível de 2014 e confirmando que o mercado de trabalho vai sofrer um choque de desemprego sem paralelo desde que há registos.
Previsão do FMI sobre a evolução do desemprego. Gráfico publicado no Diário de NotíciasPrevisão do FMI sobre a evolução do desemprego. Gráfico publicado no Diário de Notícias.
Quanto ao impacto nas contas públicas, o FMI estima que o défice orçamental chegue aos 7%. Isto depois de, no ano passado, Portugal ter registado um histórico excedente orçamental de 0,2%. As previsões do FMI parecem estar em linha com o que o ministro das Finanças, Mário Centeno, avançara na entrevista à TVI.
Centeno falou num “choque inimaginável” para a economia portuguesa, cuja quebra da atividade económica no segundo trimestre deste ano poderia chegar aos 20%, embora a queda anual não devesse alcançar os dois dígitos. Ainda assim, Centeno foi mais otimista no que diz respeito ao impacto nas contas públicas, admitindo uma degradação do saldo orçamental da ordem dos 3% a 3,5%. Para o FMI, podemos estar a falar do dobro deste valor

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