Conseguir arrendar uma casa ou um quarto tornou-se um
problema nos centros urbanos devido aos preços e atingiu em
cheio milhares de professores colocados longe da área de residência.
A Grande Lisboa e o Algarve são as zonas do país que mais
precisam de professores mas onde se tornou mais difícil encontrar
casa acessível.
Basta somar as despesas com renda, deslocações e
alimentação, retiradas de um salário de cerca de 1100 euros limpos, para que muitos professores nem
aceitem a vaga.
E por isso há horários por preencher desde o início do ano letivo.
problema nos centros urbanos devido aos preços e atingiu em
cheio milhares de professores colocados longe da área de residência.
A Grande Lisboa e o Algarve são as zonas do país que mais
precisam de professores mas onde se tornou mais difícil encontrar
casa acessível.
Basta somar as despesas com renda, deslocações e
alimentação, retiradas de um salário de cerca de 1100 euros limpos, para que muitos professores nem
aceitem a vaga.
E por isso há horários por preencher desde o início do ano letivo.
Questionado pelo Expresso, o Ministério da Educação avança que estão “em análise e em articulação com outros ministérios soluções que visem incentivar a colocação de professores em certos territórios”, sem concretizar hipóteses ou prazos.
Enquanto isso, conta o semanário, é no sofá da sala numa casa em Odivelas que Natércia dorme três noites por semana. A professora de Matemática de 44 anos, a dar aulas há 20, teve de se sujeitar para conseguir uma renda mais baixa. Ficou a pagar 10 euros por noite e uma parte das despesas da casa. Feitas as contas, ao fim de um mês, é bem menos do que os €350 que lhe pediram por um quarto nos arredores de Lisboa. E foi a única solução para conseguir manter-se, pelo sexto ano consecutivo, a dar aulas na capital, a 300 km de Santa Maria da Feira, onde tem a família que tenta visitar todas as semanas.
O cenário não melhora mais a sul. Liliana Vieira, professora de Geografia há 12 anos, natural de Vila Verde (Braga) está colocada no Algarve. A maior parte dos anúncios pede para saírem em maio ou junho, por causa dos turistas. E “em julho, há professores a ficar em sofás ou em casas de outros, porque perdem aquela onde estão.” Em setembro, quando começam as aulas, a dificuldade repete-se, pois muitos senhorios só disponibilizam a casa em outubro, depois de acabar a época alta.
No Facebook, há vários grupos para ajudar professores a encontrar casa e um deles tem quase 13 mil membros. “Vemos aparecer de tudo e optamos por eliminar casos indignos, como o de um quarto com cama e mesa de cabeceira em Lisboa por 350 euros, sem janela e sem acesso à cozinha”, conta Ana Branquinho, uma das gestoras do grupo e também ela professora.
“Tem de ser garantido um subsídio de alojamento e ajudas de custo para a deslocação”, afirma ao Expresso, Júlia Azevedo, do Sindicato Independente de Professores e Educadores. Apoios que já existem para médicos ou juízes.
O porta-voz da Associação Nacional de Professores Contratados defende, no entanto, que é preciso ir mais longe. Segundo César Paulo, “Estes apoios são apenas paliativos. É preciso estabilizar o corpo docente nas áreas geográficas mais próximas das suas residências. Assim, garantia-se que ficavam no ensino e estancava-se a perda de professores que, perante este cenário, nos últimos anos têm procurado noutras profissões uma alternativa de vida.”
executivedigest.sapo.pt
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