quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O enorme atraso na utilização dos fundos comunitários causa graves prejuízos ao país



– No fim do 1º sem. 2022 ainda estavam por utilizar 6335M€ do “PORTUGAL 2020”, que devia ter terminado em 2020
– Na mesma data, dos 16644 M€ do “PRR” só tinham sido utilizados 762M€, sendo 17 M€ pagos às empresas privadas
– O “PORTUGAL 2030” (22995M€ para 2021-2027) ainda nem começou
Eugénio Rosa [*]

Uma das principais causas do atraso do nosso país é precisamente o novo investimento realizado que tem sido insuficiente até para compensar aquele que desaparece pelo uso e obsolescência, traduzido na baixa percentagem da riqueza criada (PIB) que é investida, o que determina que o “stock” de capital líquido por empregado seja muito inferior à média dos países da UE e tenha mesmo diminuído nos últimos anos. Segundo a AMECO (base de dados da Comissão Europeia), em 2022, o stock de capital líquido por empregado era, em Portugal, apenas de 109200€, enquanto a média nos países da UE era de 196200€ (+79,7%) e nos da Zona Euro 223400€ (+104,7%). E até tem diminuído nos últimos anos que torna mais grave a situação. Entre 2013 e 2022, o “stock” líquido de capital por empregado diminuiu, em Portugal, de 124 600€ para 109 200€ (-12,4%).
A DIMINUIÇÃO SIGNIFICATIVA DO INVESTIMENTO TOTAL E DO INVESTIMENTO PÚBLICO EM PORTUGAL
A diminuição do “stock” líquido de capital por empregado no nosso país, quando comparado com a média dos países da UE ou da Zona, é uma consequência da redução do investimento quer total (publico + privado) quer do investimento feito pelas Administrações Públicas (Central, Local e Regional) medido em percentagem do PIB (riqueza criada no país) como revelam os dois gráficos seguintes com dados do Eurostat.
Gráfico 1.
Em 2010, a FBCF (investimento) total (publico + privado) em Portugal era praticamente igual à média dos países da União Europeia (em Portugal 20,6% do PIB, e na UE 20,7% do PIB). A partir desse ano foi o descalabro. Em 2015, era apenas 15,5% do PIB, enquanto a média na UE era 20,2% do PIB. E apesar de ter aumentado a partir desse ano, mas de uma forma insuficiente, em 2021, em Portugal o investimento total correspondeu apenas a 19,8% do PIB do nosso país quando, nesse mesmo ano, a média nos países da União Europeia era de 22% do PIB. Assim, o atraso (divergência) de Portugal em relação à média europeia era inevitável, como efetivamente aconteceu.
A quebra significativa no investimento publico como mostra o gráfico 2 explica em grande parte a quebra verificada na Formação Bruta de Capital Fixo (investimento) total no país.
Gráfico 2.
Dominado pela obsessão de reduzir o défice, os governos do PSD/CDS, mas principalmente os de Costa/Centeno/Leão, e agora também com Medina cortaram drasticamente no investimento público, o que causou uma profunda degradação dos equipamentos públicos com consequências dramáticas para o desenvolvimento do país que a população sente atualmente (hospitais, centros de saúde, escolas, esquadras da polícia e GNR, transportes, etc). O investimento feito pelas Administrações Publicas que, em 2010, representou 5,3% (a média, nesse ano, nos países da UE foi 3,6%), em 2016 foi reduzido no nosso país apenas a 1,5% (2,8% na U.E.) e nos três anos seguintes (2017 a 2019) correspondeu apenas a 1,8% (na UE entre 2,8% e 3%). Embora em 2021 tenha aumentado, para 2,5% do PIB continuou a ser muito inferior à média da UE que foi 3,2% PIB.
Como se sabe a produtividade dos trabalhadores depende muito dos equipamentos que utiliza e este do investimento realizado. Também a modernização e a inovação do aparelho produtivo, e a criação e desenvolvimento de setores de média-alta e alta tecnologia exigem muito investimento. E o que se assistiu em Portugal, nos últimos anos, foi uma diminuição acentuada no “stock” de capital líquido por empregado o que significa que se desenvolveram fundamentalmente setores de baixa produtividade e de baixos salários, como são os associados ao turismo (restauração, hotéis, os “TuK Tuk”, etc) e a outras atividades de média e baixa tecnologia. Desta forma foi posto em causa a modernização da economia, e o “desenvolvimento” verificado foi baseado fundamentalmente na utilização intensiva do trabalho (o emprego cresceu só na população de 45-64 anos).
A quebra significativa no investimento público, para além deste deixar de ser um dinamizador do investimento privado e do desenvolvimento do país, teve consequências dramáticas quer na prestação de serviços à população, em que face mais visível é a situação de degradação a que chegou o SNS sentida pelos portugueses.
O pais teve de enfrentar e enfrenta graves sociais e económicas, causadas pela pandemia e pelas sanções aplicadas à Rússia, com uma economia muito frágil e com serviços públicos degradados o que teve, está a ter e vai continuar a ter, pois a guerra na Ucrânia e as sanções vão durar, consequência graves e enormes quer para o país, cujo atraso será cada vez maior, e para a população devido à escalada de preços que já é insustentável para as classes médias e para os dois milhões de portugueses pobres que existem no nosso país, perante a passividade do governo e do presidente da República que nada fazem para minorar os efeitos da crise.
A INCAPACIDADE DOS SUCESSIVOS GOVERNOS E DOS PRIVADOS PARA UTILIZAR DE UMA FORMA EFICIENTE E ATEMPADA OS FUNDOS COMUNITÁRIOS DISPONIBILIZADOS A PORTUGAL PELA UNIÃO EUROPEIA
Apesar do reduzido investimento que tem impedido a recuperação e a modernização da sua economia, e renovar os equipamentos públicos degradados, Portugal, como mostra o quadro 1, com dados sobre o nível de execução financeira do “Portugal 2020” (Programa Plurianual Financeiro 2014/2020 financiado pela UE) nem tem sido capaz (Estado e empresas) de utilizar atempada e eficiente os fundos comunitários.
Quadro 1, Nível de execução financeira dos programas operacionais financiados por fundos comunitários do “PORTUGAL 2020”.
A União Europeia, no Plano Financeiro Plurianual para o período 2014/2020, com a designação no nosso país de “Portugal 2020”, disponibilizou a Portugal 26.546 milhões € para poderem ser utilizados no período de 2014/2020. Segundo o ADC IP, que é o instituto publico que gere e monitoriza a aplicação destes fundos comunitários, até ao fim de 2020 só tinham sido executados 14.670 milhões €, ou seja, menos 11.876 milhões € (-44,7%) do montante que podia ter sido utilizado até a essa data; e, em junho de 2022, ainda estavam por utilizar 6.335 milhões € (33,9%). É investimento que podia ter sido realizado e não foi, é emprego mais qualificado que podia ter sido criado e não foi, e é riqueza que podia ter sido criada e também não foi.
E o presidente da CCRN já veio dizer que devido à “incerteza gerada pela guerra na Ucrânia, a elevada taxa de inflação, a falta de matérias-primas, as dificuldades financeiras e a mudança de contexto estão a levar as empresas portuguesas a desistir dos projetos que já tinham recebido luz verde para obter apoio comunitário. No Norte, as taxas de quebra “são muito significativas”, diz, em entrevista ao ECO, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. “São superiores a 25%”, precisa António Cunha (ECO, 16/8). Perde o país e perdem os portugueses com esta incapacidade para utilizar atempada e eficientemente os fundos comunitários. E o atraso de Portugal em relação à UE e à Zona Euro acentua-se devido a incapacidade do governo e dos empresários, tornando o pais mais frágil para enfrentar graves crises económicas e sociais como as atuais, e continuando a economia portuguesa a basear-se em setores de baixa produtividade e em baixos salários, o que está a causar que uma parte dos portugueses qualificados, e em idade mais produtiva, abandonem o seu pais em busca de trabalho e remunerações dignas que lhes é negada.
ATÉ 10/8/2022, DOS 16644 MILHÕES € DE FINANCIAMENTO DA UE PARA O “PRR” SÓ TINHAM SIDO PAGOS A BENEFICÁRIOS DIRETOS E FINAIS 762 MILHÕES € (5% do total) APESAR DE SE TER INICIADO EM 2021
A execução financeira do “Pano de Recuperação e Resiliência” (PRR) tem sido mais um autêntico fracasso, ignorado pelo governo e pelo presidente da República, que dão a ideia de que tudo vai bem. Temos denunciado, já por várias vezes que, com o nível de execução verificado no “PRR”, Portugal corre o risco de perder uma parte dos 16644 milhões € de fundos comunitários devido à incapacidade que tem revelado (Estado e setor privado) para utilizar de uma forma eficiente e atempada os fundos deste Plano, cuja data de encerramento é 2016.
Segundo dados disponibilizados no “site” www.recuperarportugal.gov.pt , a que o leitor também pode aceder, em 10-8-2022, apenas tinham sido pagos aos “beneficiários diretos e finais” 762 milhões €, de um total de 16644 milhões €, sendo a empresas apenas 17 milhões € (2,2% do total pago). E isto quando tinham sido já aprovadas candidatura no montante de 6479 milhões € (apenas 39% do total do PRR). No entanto, o valor do aprovado, que tem sido utilizado pelo governo na sua propaganda (até organizaram uma sessão publica para os órgãos de informação onde Antonio Costa fez o discurso habitual) não significa que os projetos aprovados com aquele valor de financiamento do PRR sejam realizados. Para concluir isto, basta analisar o que aconteceu a nível do “Portugal 2020”. Foram aprovados projetos no valor de 53.269 milhões €, sendo 30.772 milhões € financiados por fundos comunitários. No entanto, em junho de 2022, portanto 2,5 anos após a data que devia ter terminado o “PORTUGAL 2020”, só tinha sido executado financeiramente 22775,6 milhões €, sendo 19613,5 milhões de fundos comunitários de um total de 26890,4 milhões € financiados pela UE.
Para a execução do “PRR”, segundo um despacho do próprio governo, iriam ser contratados 1.300 trabalhadores, a esmagadora maioria técnicos, para gerir a execução dos projetos do “Plano de Recuperação e Resiliência”. No entanto, segundo o Expresso até 10-7-2022, só tinham sido contratados um quinto dos trabalhadores previstos (246). É evidente que assim as execuções dos projetos sofrem enormes atrasos como os próprios empresários criticam. A juntar a isto o escândalo do Banco Português de Fomento (BPF) que, como consta do seu “site”, “será uma das instituições que terão como função implementar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nacional, tendo-lhe sido conferido um montante inicial sob gestão de 1.550 milhões de euros a serem investidos até 2026, com o objetivo de fomentar a revitalização e transformação do tecido empresarial, em estreito alinhamento com a filosofia da dupla transição, verde e digital”. No entanto até esta data (quase dois anos depois do anúncio da sua criação) ainda não conseguiu começar a funcionar verdadeiramente (tem tido problemas graves a nível do seu Conselho de Administração) nem aquela quantia ainda foi transferida para o banco para este poder cumprir a sua missão. Assim, vai a execução de mais um plano “para recuperar Portugal” como afirma a propaganda oficial, perante a passividade e a incapacidade do governo, esperando que algum milagre resolva os problemas.
O PLANO FINANCEIRO PLURIANUAL 2021-2027 (o "PORTUGAL 2030", continuação do "PORTUGAL 2022") FINANCIADO PELA UE DEVIA TER INICIADO EM 2021, MAS AINDA NÃO COMEÇOU NEM SE SABE QUANDO ISSO ACONTECERÁ
Este é um outro exemplo da incapacidade do Estado e dos empresários para utilizar eficiente e atempadamente os fundos disponibilizados pela UE para recuperar a economia e desenvolver o país, tirando-o do crescente atraso verificado nos últimos anos. São 22.995 milhões € de fundos comunitários que a UE disponibilizou a Portugal podendo ser utilizados entre 2021 e 2027. Inclui 5 Programas Temáticos a que foram atribuídos pela UE 13.094 milhões €, 5 Programas Regionais do Continente com 7.833 milhões €, e dois Programas para a Madeira e Açores com 1.899 milhões € de fundos comunitários. Um ano meio após o início oficial do “PORTUGAL 2030” os seus programas só foram postos em consulta pública em agosto/2022 que se prolongará durante o mês de setembro/2022 (ver em https://portugal2030.pt ). Mas assim vai em Portugal a execução dos programas financiados por fundos comunitários. Nada se tem aprendido com a experiência e com os erros. Faz lembrar a questão dos fogos no país, que todos os anos se repetem, e destroem centenas de milhares de hectares de floresta, plantações e mesmo pessoas. Prometem medidas o governo e o PR que depois não se implementam.
Para terminar convém lembrar que a não utilização atempada dos fundos comunitários por Portugal, tem um custo muito elevado para o país. Se somarmos o que ainda não foi feito do “Portugal 2020” (6335M€), do “PRR” (16000M€) e do “Portugal 2030” (22995M€) são 45330 milhões €. Uma inflação de 8% em 2022 determinará uma perda de poder de compra de 3358 milhões €, o que causa que menos se faça. E isto apenas num ano de atraso. A ineficiência e ineficácia verificada na execução dos programas, que causa atrasos sistemáticos, está a ter um custo muito elevado para o país e para os portugueses.
16/Agosto/2022
[*] edr2@netcabo.pt
O original encontra-se em www.eugeniorosa.com
Este artigo encontra-se em resistir.info

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Varandas de Sousa recruta mão-de-obra para substituir grevistas

 



A empresa está a investir milhões de euros numa nova unidade de produção enquanto recusa gastar um cêntimo na prevenção de doenças profissionais. A substituição de trabalhadores em greve é ilegal.

CréditosEstela Silva / Lusa

A Varandas de Sousa (antiga Sousacamp) recrutou trabalhadores externos, por intermédio de angariadores de mão-de-obra, para fazer face à greve decretada pelos trabalhadores para a passada terça-feira, dia 16 de Agosto. Esta acção, ilegal, foi denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN).

O sindicato, em comunicado, afirma ter identificado «inúmeras ofertas de trabalho colocadas nas redes sociais, por angariadores de mão-de-obra», tanto para o feriado de segunda-feira como para o dia da acção de luta, «representando uma clara violação do direito à greve».

A empresa solicita mão-de-obra externa, «paga a valores muito superiores», sem solicitar a disponibilidade para prestação de trabalho suplementar aos seus próprios trabalhadores, «mantendo a discriminação identificada anteriormente».

Em algumas unidades, trabalhadores estrangeiros chegaram mesmo a ser contactados pelas chefias para «alterar o horário de trabalho no dia da greve, de modo a passar despercebidos ao piquete de greve e à inspeção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)», que o SINTAB requereu.

Perante a lei, «os trabalhadores em greve não podem ser substituídos por outros que tenham sido contratados após a emissão do pré-aviso, nem por qualquer trabalhador em regime de horas extras». Durante a greve, o SINTAB identificou várias situações em que trabalhadores, que estariam de folga nesse dia, mantiveram a produção no dia da greve.

A Varandas de Sousa e as suas prioridades

Enquanto investe milhões no novo centro de produção de composto, a empresa, líder nacional na produção e venda de cogumelos frescos, diz aos trabalhadores que «tudo aquilo que estes identificaram como problemas a resolver são mentiras, escolhendo a confrontação e a negação».

Tudo o que implique «gastar dinheiro para melhorar as condições de trabalho dos seus trabalhadores e evitar que se deem acidentes de trabalho ou minimizar as situações de potenciação das doenças profissionais, maioritariamente musculoesqueléticas, a empresa decide ignorar, mantendo o entendimento de que os seus trabalhadores são recursos para esgotar até à exaustão», denuncia o SINTAB.


www.abrilabril.pt

Roubo de riqueza por bancos ocidentais

 

Roubos



Roubo de riqueza por bancos ocidentais

Muitas nações estão percebendo que a riqueza não pode ser mantida em bancos ocidentais porque algumas dessas instituições se especializaram em apreender e roubar seus tesouros por qualquer desculpa. 

Por várias décadas esses atos de roubo e roubo ocorreram continuamente em que bancos dos Estados Unidos e da Europa aparecem envolvidos, que se apropriaram do capital soberano de outros países.  

O evento mais recente ocorreu quando em julho passado o Supremo Tribunal da Grã-Bretanha decidiu a favor do autoproclamado presidente fantasma da Venezuela Juan Guaidó, para entregar o ouro que o governo de Caracas mantém há anos no Banco da Inglaterra.

A juíza Sara Cockerill decidiu, sem aderência às leis internacionais, que a Junta Guaidó ganhou uma ação movida naquela instância sob o pretexto de que as decisões da Suprema Corte da Venezuela (que havia concordado com Caracas) não são reconhecidas pela justiça britânica.

El Banco Central de Venezuela (BCV) rechazó “el insólito pronunciamiento del tribunal británico que, una vez más, de forma subordinada a las decisiones de política exterior de la Corona británica, socava las legítimas potestades de administración de las reservas internacionales de la República Bolivariana De Venezuela".

O documento do BCV destacou que a referida decisão judicial “viola o Estado de Direito Internacional e a ordem constitucional e legal venezuelana ao fingir ignorar as autoridades legítimas da entidade emissora para justificar a rede criminosa que permite a apropriação indevida das reservas internacionais da Venezuela”.

O presidente Nicolás Maduro denunciou que o Reino Unido "rouba descaradamente o ouro venezuelano" e que "o mundo inteiro deve saber que não há segurança jurídica em Londres, nem no Banco da Inglaterra".

No passado recente, eventos dessa natureza são abundantes, conforme explicado por uma investigação do Sputnik. Quarenta e três anos atrás, em 1979, quando a revolução na República Islâmica do Irã triunfou, os ativos da nação persa foram cortados por Washington, ela baniu as importações de petróleo iraniano e congelou cerca de US$ 11 bilhões em ativos – cerca de US $ 35,00 milhões hoje, levando em conta a inflação.    

Quebrando qualquer regra internacional e com as artimanhas de uma potência imperial, um tribunal de Nova York ordenou que esses bens iranianos fossem usados ​​para indenizar as vítimas de 11 de setembro de 2001, sem que houvesse o menor indício de que a República Islâmica estivesse envolvida no atentado terrorista. ataques.

Além disso, mais de US$ 15 bilhões de Teerã foram gastos em 2004 na reconstrução "fantasma" do Iraque após a invasão dos EUA. Nesta última nação árabe, bilhões de dólares das reservas do país desapareceram de seus cofres.

Caso semelhante ocorreu com os 7 bilhões de dólares do Banco Central do Afeganistão depositados em instituições financeiras norte-americanas. A Casa Branca, em fevereiro de 2022, ordenou que esses fundos fossem disponibilizados para “ajudar” as vítimas do 11 de setembro.

Na Líbia, após a invasão da OTAN, com o pleno consentimento dos Estados Unidos, 13 bilhões de dólares foram congelados em um banco belga e posteriormente desapareceram, segundo a revista belga Le Vif.

Na mesma linha, por ordem do Tribunal Penal Internacional, mais de 1 bilhão de euros da nação árabe foram confiscados na Itália, enquanto Washington realizou uma operação semelhante com 30 bilhões de dólares que estavam em bancos americanos.

Nas instituições britânicas, o número de ativos líbios cujo paradeiro é desconhecido chega a 12,5 bilhões de dólares.

No caso de Cuba, devido ao bloqueio econômico, comercial e financeiro, mais de 245 milhões de dólares em bancos estadunidenses foram congelados desde 1963, que estão desaparecendo porque as diferentes administrações daquela nação os entregaram a membros da máfia • Cubanos-americanos baseados em Miami através de julgamentos espúrios.

Também foram congelados bens e contas bancárias pertencentes ao Estado, entidades e pessoas físicas cubanas, transferências feitas a Cuba por entidades e cidadãos estrangeiros e até prêmios em dinheiro obtidos por cubanos em competições ou eventos esportivos internacionais e heranças.

Mas se até 2021 os Estados Unidos e a Europa Ocidental praticavam esses golpes contra as nações em desenvolvimento, agora se lançaram contra a Rússia, uma potência política, econômica e militar. 

Depois que Moscou lançou a operação militar especial na Ucrânia, com o objetivo de desmilitarizar e desnazificar o país vizinho, Washington e seus aliados ocidentais bloquearam ativos russos por cerca de 300 bilhões de dólares , cerca de metade das reservas internacionais do gigante eurasiano. Esse dinheiro é o que os países ocidentais pagaram durante anos pelas importações de gás russo. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, classificou esta ação como "roubo" e se ocorrer, disse, "seria a destruição da própria base das relações internacionais e atingiria os próprios europeus, o sistema financeiro e prejudicaria a confiança na Europa e no Ocidente em geral, porque é uma total arbitrariedade semelhante à lei da selva».

E poderíamos nos perguntar, por quanto tempo esses desfalques impunes continuarão ocorrendo? Não há dúvida de que uma nova ordem econômica, financeira, jurídica e, acima de tudo, moral é necessária para impedir essas arbitrariedades. 

Hedelberto López Blanch, periodista, escritor e investigador . tradução google

Rebelião

A Ucrânia a bombardear jornalistas

 


(Bruno Amaral de Carvalho, in Telegram, 16/08/2022)

(Quem vê as nossas televisões já deve ter reparado que os mísseis russos só atingem hospitais, escolas, maternidades e outras infraestruturas civis… Como se isso fosse possível nesta época de alta tecnologia que eles dominam até melhor que o Ocidente. Em contrapartida os mísseis ucranianos acertam sempre em alvos militares, de acordo com os nossos comentadores de trazer por casa.

Na verdade, este testemunho de quem está lá, no terreno, arriscando a vida, dá conta que não é assim. A Ucrânia dispara sobre alvos civis, no caso jornalistas e os nossos órgãos de informação censuram tais factos.

Já não chegava as guerras serem deploráveis. Temos ainda que viver com a censura instituída de novo, e curiosamente, instituída em nome da Liberdade. Os déspotas fazem sempre isso.

Estátua de Sal, 16/08/2022)


No meio de sucessivos bombardeamentos, há ideias que não desaparecem por si e não consigo parar de pensar nisto. Há quase duas semanas, um hotel cheio de jornalistas foi atacado em Donetsk. Durante este ataque, morreu uma mulher que caminhava junto à entrada do Donbass Palace. Meia hora depois, havia ainda mais jornalistas no local a fazer a cobertura do que tinha acontecido. Eu estava entre eles quando esta zona voltou a ser atacada. Três projécteis caíram a 50 metros de distância do hotel matando outras quatro pessoas, entre as quais uma professora de ballet e a sua aluna de doze anos.
Para além da morte de civis, algo que deve chocar qualquer um de nós enquanto cidadãos independentemente do lado da guerra, o silêncio absoluto sobre um ataque contra este hotel cheio de jornalistas é algo que mostra uma parte sinistra desta guerra. Ninguém, nenhum governo ou sindicato, condenou esta agressão contra quem trabalha para mostrar o que aqui se passa.
Por curiosidade, resolvi perguntar a Javier Couso, irmão de José Couso, repórter de imagem espanhol que morreu no Iraque, em 2003, depois de um ataque norte-americano contra um hotel com jornalistas, qual foi a reacção das instituições e sindicatos à morte deste jornalista e de Taras Protsyuk, repórter de imagem ucraniano ao serviço da Reuters. Nesse mesmo hotel, em Bagdad, estava Carlos Fino, da RTP, e Carmen Marques, da TVI. Os Estados Unidos afirmaram que estavam a responder ao fogo de um franco-atirador, algo contestado por vários jornalistas no local.
Segundo Javier Couso, a maioria dos sindicatos espanhóis condenou o ataque contra este hotel, onde as forças norte-americanas sabiam que havia jornalistas, e exigiram uma investigação. A própria Federação Internacional de Jornalistas condenou este ataque, assim como o Sindicato dos Jornalistas, em Portugal.
Também não havia qualquer posição militar no Donbass Palace. Felizmente, desta vez, não houve vítimas entre os jornalistas, ao contrário do que já aconteceu do outro lado da linha da frente, algo que mereceu, e bem, o repúdio do sindicato português e da Federação Internacional de Jornalistas. A dúvida que permanece é sobre o silêncio em relação a um ataque contra um hotel cheio de jornalistas e o que fica no ar, uma vez mais, é se este silêncio terá a ver com o facto de estarmos a cobrir a guerra a partir do lado russo. A defesa da liberdade de imprensa e do pluralismo exige que nos posicionemos contra qualquer agressão que ponha em causa o trabalho de qualquer jornalista em qualquer parte do conflito. Foi nesse sentido, enquanto sócio, que enviei esta mensagem à direcção do Sindicato dos Jornalistas na esperança de que haja um pronunciamento sobre este ataque ao nosso trabalho enquanto repórteres em Donetsk.

Bruno Amaral de Carvalho
Donetsk, 16 de Agosto.

CTT: Luta contra gestão privada vai chegar a todo o País

 

«Há que dar a volta nos CTT». Entre os dias 16 de Agosto e 17 de Setembro, o sindicato dos trabalhadores dos correios vai percorrer, com várias acções, todas as capitais de distrito e regiões autónomas.

Protestos de hoje foram antecedidos nos últimos meses por dezenas de protestos de utentes por todo o País
Protestos de hoje foram antecedidos nos últimos meses por dezenas de protestos de utentes por todo o País CréditosAntónio Cotrim / Lusa

«A gestão privada dos CTT tem que repor a prestação de um Serviço Público Postal de qualidade, vergonhosamente degradado após a sua privatização», no Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, defende, em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN).

Apesar de o primeiro-ministro António Costa e o Governo PS se terem recusado a re-nacionalizar os CTT, desautorizando a ANACOM através da atribuição, «de mão-beijada, aos accionistas dos CTT, de um contrato de prestação do Serviço Postal Universal leonino», «o decréscimo na qualidade do serviço prestado está à vista de todos».

Prova disso são as sucessivas multas, aplicadas pela ANACOM, «por incumprimento dos padrões mínimos de qualidade». Faltam, neste momento, a nível nacional, mais de 750 Carteiros e 250 Técnicos nos balcões, alerta o SNTCT.

A gestão privada dos CTT tem que acabar, de vez, com a ladainha de que ninguém quer trabalhar na empresa, (lamúria dirigida aos mais jovens). Quem haveria de querer trabalhar para uma administração que acumula lucros e mantém salários de miséria? Salários baixos, contratos a termo e más condições de trabalho, aponta o sindicato, não convencem os jovens trabalhadores.

O SNTCT realizou hoje a primeira acção deste mês de luta, frente aos CTT de Leiria (Av, Heróis de Angola), a que se segue uma acção de contacto (ainda no dia de hoje, 16 de Agosto) no Largo Cândido dos Reis, em Santarém, entre as 16h e as 17h30.

No dia 17 de Agosto, o sindicato tem planeada uma acção no Jardim do Plátano (frente aos CTT), em Portalegre, entre as 10h30 e as 12h. Dia 18 de Agosto estão agendadas duas iniciativas: na Praça do Giraldo, Évora, entre as 10h30 e as 12h, e nas Portas de Mértola, em Beja, entre as 16h e as 17h30.



www.abrilabril.pt

Curiosidades Sobre As Borboletas (FOTOGALERIA)

 www.praquemtemestilo.com 



 Bonitas, charmosas e coloridas, elas dão um toque especial a qualquer paisagem.

Para%20diferenciar%20uma%20mariposa%20de%20uma%20borboleta,%20%C3%A9%20necess%C3%A1rio%20prestar%20aten%C3%A7%C3%A3o%20em%20sua%20anatomia.


Além de lindas, as borboletas são insetos muito interessantes. E se você adora encontrá-los voando por aí, continue lendo e aprenda 7 curiosidades sobre borboletas!

Entre no grupo do telegram e fique por dentro das novidades

1. Borboletas e mariposas

Belas e delicadas, todos os tipos de borboletas encantam. Porém, a mariposa — um inseto bem similar — não possui a mesma sorte. O que muita gente não sabe é que borboletas e mariposas são espécies muito próximas, sendo consideradas “irmãs” pelos cientistas.

Elas pertencem à ordem Lepidoptera, uma das mais variadas do mundo animal. Além de muitas semelhanças, borboletas e mariposas realizam a metamorfose, passando do estado de lagarta para casulo e, finalmente, ganhando asas. Muitos acreditam que a diferença entre borboletas e mariposas é apenas estética, mas não é verdade.

Para diferenciar uma mariposa de uma borboleta, é necessário prestar atenção em sua anatomia. As borboletas têm antenas finas e lisas, enquanto as mariposas possuem antenas grossas e com aspecto peludo. As asas também dão uma boa indicação: quando uma borboleta está descansando, deixa suas asas para cima. Já as mariposas mantêm suas asas bem abertas e abaixadas.

Borboletas%20e%20mariposas


2. Muitas espécies de borboletas

Você provavelmente já se encantou com borboletas diferentes. Com suas cores variadas, os voos das borboletas enchem os olhos e esquentam o coração.

Mas você sabia que há muitas e muitas espécies de borboletas em todo o mundo? Estudos indicam que, provavelmente, há mais de 150 mil espécies de lepidópteros, entre borboletas e mariposas, voando por aí. Dessas, mais de 3.500 são encontradas no Brasil.

Se você se interessa apenas por borboletas, sem problemas: são mais de 17.500 espécies catalogadas em todo o mundo. Essa é uma boa notícia para os fãs desse inseto, que poderão se encantar com o voo de milhares espécies diferentes!

3. Outra curiosidade: Pés gustativos

Uma das grandes curiosidades sobre a borboleta é que ela usa os pés para degustar. Você já observou uma borboleta pousar delicadamente sobre uma flor? Pois saiba que durante esse ato gracioso ela está, na verdade, experimentando o sabor das flores com os pés!

Parece um tanto estranho para nós, mas alguns insetos sentem os sabores pelos pés. Essa é uma ótima forma de saber qual local é seguro para pousar, se alimentar e até reproduzir. E se você imagina que deve ser desagradável pisar por aí sentindo o gosto de tudo, saiba que essa é uma característica evolutiva importante para os insetos!

4. A vida da borboleta é curta

Se você acha que poderia passar uma eternidade observando belas borboletas voarem por aí, temos uma má notícia: neste caso, a eternidade pode ser bem curta. Borboletas possuem uma vida intensa, mas não muito longa.

Segundo estudos, a expectativa de vida das borboletas varia muito. Em média, elas vivem entre 2 e 4 semanas após sair de seu casulo. Pode parecer pouco, mas é o suficiente! Elas experimentam flores com seus pés, se alimentam, copulam, procriam e morrem pacificamente.

É tanto tempo que há uma espécie de mariposa que nem precisa de tudo isso. Em apenas 24h, esse inseto sai de seu casulo, vive intensamente e morre de causas naturais.

5. Ela é uma gigante voadora

Outra das muitas curiosidades das borboletas é seu tamanho. A espécie Ornithoptera alexandrae, é considerada a maior borboleta do mundo. Natural das florestas de Papua-Nova Guiné, esta pequena gigante pode atingir mais de 30 centímetros de envergadura.

maior-borboleta-do-mundo

Impressionante se pensarmos que as espécies do gênero Morpho, uma das borboletas mais comuns do Brasil, possuem em média 12 centímetros. Por aqui, a maior espécie registrada é a borboleta-coruja, com até 17 centímetros de envergadura. Portanto, essa é uma das espécies de borboletas raras.

6. As borboletas têm super visão

Se você observar uma borboleta de perto, vai poder identificar melhor a anatomia desses insetos. Assim como outros de sua família, seu corpo é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen. Possuem seis patas — três de cada lado — e dois pares de asas.

Além disso, possuem muitos olhos. São milhares de pequenos olhos que dão a nossas amigas uma espécie de super visão. Além das cores que nós normalmente enxergamos, borboletas podem ver raios ultravioletas, invisíveis para nós.

Esse superpoder é tão diferente que especialistas têm dificuldade em descrever a sensação. O que se sabe é que a visão das borboletas ajuda na identificação do néctar e das flores.

7. A autodefesa das borboletas

Se você acha que em alguns casos beleza é sinal de perigo, saiba que a ciência concorda. Algumas espécies de mariposas são famosas por serem venenosas. E suas belas irmãs borboletas não ficam para trás. É o caso das borboletas Ithomiini, encontradas em todo o Brasil.

Esse lindo inseto possui asas coloridas em tons de laranja e amarelo e se alimenta de uma planta venenosa chamada de leiteira. Essa substância tóxica é transmitida para a borboleta, que pode incomodar muito os predadores ou visitantes indesejados.

Agora se encante com essa seleção de imagens:

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(1)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(2)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(3)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(4)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(5)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(6)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(7)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(8)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(9)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(10)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(11)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(12)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(13)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(14)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(15)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(16)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(17)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(18)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(19)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(20)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(21)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(22)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(23)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(24)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(25)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(26)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(27)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(28)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(29)

7%20Curiosidades%20Sobre%20As%20Borboletas%20(30)